PSD: É muito mais o que os une, mas também há o que os separe.


Ambos querem recuperar espaço no espetro ideológico de centro-direita, onde o PSD encolheu com o aparecimento da IL e CHEGA (mesmo com um CDS-PP fantasmagórico), e ambos querem ver o PSD crescer em militância.


O PSD tem este sábado, dia 28 de maio, a eleição daquele que será o seu 19º líder em apenas 48 anos de existência de partido.

Descontando os dois períodos mais longos de presidências internas do PSD, as de Aníbal Cavaco Silva (1985-1995) e de Pedro Passos Coelho (2010-2018), com respetivamente quase 10 e quase 8 anos de liderança, sabemos que em 30 anos o PSD terá 17 líderes diferentes.

Números de pouca estabilidade num Partido político que se assume de Governação e liderança do país.

Luís Montenegro e Jorge Moreia da Silva apresentam-se a eleições com muito mais a uni-los do que aquilo que os separa. Porém, há divergências assinaláveis dentro das grandes semelhanças ideológicas, fundamentais e estruturais que ambos naturalmente afirmam.

Afinal, sobre o que os aproxima, ambos partilharam quase uma década de rumo político-partidário em conjunto.

Luís Montenegro fez parte da Comissão Política Nacional do PSD entre 2011 e 2017 face à inerência estatutária de ser líder parlamentar. Jorge Moreira da Silva foi o 1º Vice-presidente dessas mesmas Comissões Políticas Nacionais (foi inclusive indicado como Coordenador permanente dessas Comissões Políticas) entre 2010 e 2016 quando saiu para ser Diretor-geral de Desenvolvimento e Cooperação da OCDE.

Em comum a ambos: A liderança, apoio e lealdade a Pedro Passos Coelho que ambos, e muito bem, assumem sem qualquer reserva.

Há mais coisas, irrelevantes a título político, que ambos também têm de semelhante. Os dois candidatos à presidência do PSD têm perto de meio século de existência. Um tem 49 anos e o outro tem 51 anos de idade. Nasceram geograficamente separados por apenas 40 quilómetros, um nasceu no Porto e outro em Vila Nova de Famalicão.

A título político, de propostas, também (naturalmente!) há muito de semelhante: Ambos querem modernizar o partido e vencer todas as eleições até 2026. Ambos querem recuperar espaço no espetro ideológico de centro-direita, onde o PSD encolheu com o aparecimento da IL e CHEGA (mesmo com um CDS-PP fantasmagórico), e ambos querem ver o PSD crescer em militância. Ambos querem uma agenda para o crescimento económico. Ambos têm no programa político medidas de combate à corrupção existente no nosso país.

É normal, ambos são militantes do mesmo PSD. Ambos defenderam uma agenda reformista igual sob liderança do mesmo Governo de Pedro Passos Coelho.

Há diferenças ténues. Na questão do Ambiente, Jorge Moreira da Silva é naturalmente muito mais denso nas propostas e experimentado no que defende. Luís Montenegro, bem, defende a Academia “Acreditar” para puxar pelas bases do partido junto da sociedade civil. Jorge Moreira da Silva trouxe para o palco principal das propostas o “Governo Sombra” a apresentar no 40º Congresso Nacional do PSD. Luís Montenegro puxou pelo Índice de Felicidade Bruta para medir o pulso ao sentimento dos portugueses.

Porém, são iguais? Não.

Luís Montenegro é um tribuno de exceção. Está mais confortável na colocação da voz e do soundbyte. É mais polido no discurso agressivo de oposição em virtude de 17 anos de parlamentar. Foi Presidente da Assembleia Municipal de Espinho e Vereador sem pelouros (quando concorreu à Presidência da Câmara Municipal) na mesma Autarquia. Profissionalmente está, há muitos anos, à frente do seu próprio escritório de Advogados.

Jorge Moreira da Silva é um pensador. Apresenta um currículo extensamente mais completo, de experiência governamental, executiva e profissional. Foi 3 (!) vezes membro de diferentes Governos de Portugal.

Foi Secretário de Estado da Ciência e do Ensino Superior do Governo do Governo de Durão Barroso, Secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território do Governo de Pedro Santana Lopes e foi ainda Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia do Governo liderado por Pedro Passos Coelho.

Jorge Moreira da Silva ainda tem mais “trunfos” curriculares. Foi Presidente da Comissão Política Nacional da JSD entre 1995 e 1998, após a ‘trágica’ saída de dois líderes incontornáveis (Pedro Passos Coelho na JSD e Aníbal Cavaco Silva do PSD e de Primeiro-Ministro) e, depois, em 1999 foi eleito Deputado ao Parlamento Europeu. Depois, ao regressar, integrou em 2003 o Governo de Durão Barroso.

Jorge Moreira da Silva fundou e preside desde 2011 o think tank Plataforma para o Crescimento Sustentável que integra cerca 400 membros, repartidos por 27 grupos de trabalho e ainda coordenou um Relatório para o “Crescimento Sustentável – Uma visão pós-troika”, publicado em Dezembro de 2012, identificando 27 desafios estratégicos e 511 recomendações para libertar o potencial de crescimento de Portugal.

Em publicações académicas, relatórios e Livros, também há vantagem para Jorge Moreira da Silva. 3-0 em livros publicados para Jorge Moreira da Silva. 17-0 em relatórios publicados para Jorge Moreira da Silva.

No sentido teórico, e apenas isso, que vale o que vale, aos olhos dos portugueses o Eng. Jorge Moreira da Silva leva aparente e clara vantagem sobre o Dr. Luís Montenegro.

Sendo que, creio, o PSD deve discutir quem deve liderar um Governo e não quem deve liderar bancadas de oposição, entre ambos os seus companheiros que vão a votos: O companheiro Luís e o companheiro Jorge.

Não devia ser necessário dizê-lo, mas é importante referir que vão continuar a sê-lo, companheiros de partido, um do outro, após 28 de maio.

É que os anos recentes de convulsão interna do PSD (com claro aproveitamento do PS), em que só havia a política do “estás comigo ou estás contra mim”, fizeram crer que dentro do mesmo PSD não era possível haver dois projetos distintos e respeitar-se isso mesmo: A pluralidade de opinião.

Espera-se, agora, que Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva sejam o que dizem ser: Unificadores.

Porém, sejamos claros na conclusão que fica: o valor dos candidatos é inquestionável.

Ambos de qualidade superior. Ambos já demonstraram ter capacidade política para enfrentar, pela força da razão, a sua visão alternativa a políticas socialistas e de esquerda.

Há depois a visão prática do sentido do voto. Quem entender que o líder deve ser o orador que liderará os soundbytes diários na oposição ao Governo de António Costa, terá uma escolha mais óbvia.

Quem entender que o líder deve moldar o PSD em torno de uma modernização de ideias, pensamento e propostas terá porventura uma escolha mais óbvia também.

Quer vença Luís Montenegro ou Jorge Moreira da Silva, o PSD terá um líder capaz de voltar a colocar “em sentido” o PS, que andam num “passeio no parque” perante um PSD que diminuiu muito a sua esfera de aceitação na sociedade portuguesa.

Sobre essa “diminuição” do PSD, dizer que ninguém acredita que haja eleições antes de cumprido o prazo da legislatura em curso e, até lá, o líder do PSD e o partido só podem querer crescer e aproveitar esse longo tempo para unificar um partido que se foi desintegrando nestes anos recentes. É bom para ambos.

Dia 28 o PSD inicia um dos capítulos mais importantes da sua história. Não saberemos se é o “vai ou racha”. Mas sabemos que o PSD voltou a níveis historicamente baixos de resultados e tem mais concorrência num eleitorado onde tradicionalmente entrava bem, a direita ideológica.

À data, com mérito pela coragem de assumirem esse compromisso, os dois maiores responsáveis pelo iniciar deste capítulo novo (que tem de ser forte) do PSD chamam-se Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva.

Está nas mãos dos militantes do PSD. E, posteriormente, no comportamento de ambos porque os dois vão ser necessários no pós-eleições se o PSD quiser renascer.

PSD: É muito mais o que os une, mas também há o que os separe.


Ambos querem recuperar espaço no espetro ideológico de centro-direita, onde o PSD encolheu com o aparecimento da IL e CHEGA (mesmo com um CDS-PP fantasmagórico), e ambos querem ver o PSD crescer em militância.


O PSD tem este sábado, dia 28 de maio, a eleição daquele que será o seu 19º líder em apenas 48 anos de existência de partido.

Descontando os dois períodos mais longos de presidências internas do PSD, as de Aníbal Cavaco Silva (1985-1995) e de Pedro Passos Coelho (2010-2018), com respetivamente quase 10 e quase 8 anos de liderança, sabemos que em 30 anos o PSD terá 17 líderes diferentes.

Números de pouca estabilidade num Partido político que se assume de Governação e liderança do país.

Luís Montenegro e Jorge Moreia da Silva apresentam-se a eleições com muito mais a uni-los do que aquilo que os separa. Porém, há divergências assinaláveis dentro das grandes semelhanças ideológicas, fundamentais e estruturais que ambos naturalmente afirmam.

Afinal, sobre o que os aproxima, ambos partilharam quase uma década de rumo político-partidário em conjunto.

Luís Montenegro fez parte da Comissão Política Nacional do PSD entre 2011 e 2017 face à inerência estatutária de ser líder parlamentar. Jorge Moreira da Silva foi o 1º Vice-presidente dessas mesmas Comissões Políticas Nacionais (foi inclusive indicado como Coordenador permanente dessas Comissões Políticas) entre 2010 e 2016 quando saiu para ser Diretor-geral de Desenvolvimento e Cooperação da OCDE.

Em comum a ambos: A liderança, apoio e lealdade a Pedro Passos Coelho que ambos, e muito bem, assumem sem qualquer reserva.

Há mais coisas, irrelevantes a título político, que ambos também têm de semelhante. Os dois candidatos à presidência do PSD têm perto de meio século de existência. Um tem 49 anos e o outro tem 51 anos de idade. Nasceram geograficamente separados por apenas 40 quilómetros, um nasceu no Porto e outro em Vila Nova de Famalicão.

A título político, de propostas, também (naturalmente!) há muito de semelhante: Ambos querem modernizar o partido e vencer todas as eleições até 2026. Ambos querem recuperar espaço no espetro ideológico de centro-direita, onde o PSD encolheu com o aparecimento da IL e CHEGA (mesmo com um CDS-PP fantasmagórico), e ambos querem ver o PSD crescer em militância. Ambos querem uma agenda para o crescimento económico. Ambos têm no programa político medidas de combate à corrupção existente no nosso país.

É normal, ambos são militantes do mesmo PSD. Ambos defenderam uma agenda reformista igual sob liderança do mesmo Governo de Pedro Passos Coelho.

Há diferenças ténues. Na questão do Ambiente, Jorge Moreira da Silva é naturalmente muito mais denso nas propostas e experimentado no que defende. Luís Montenegro, bem, defende a Academia “Acreditar” para puxar pelas bases do partido junto da sociedade civil. Jorge Moreira da Silva trouxe para o palco principal das propostas o “Governo Sombra” a apresentar no 40º Congresso Nacional do PSD. Luís Montenegro puxou pelo Índice de Felicidade Bruta para medir o pulso ao sentimento dos portugueses.

Porém, são iguais? Não.

Luís Montenegro é um tribuno de exceção. Está mais confortável na colocação da voz e do soundbyte. É mais polido no discurso agressivo de oposição em virtude de 17 anos de parlamentar. Foi Presidente da Assembleia Municipal de Espinho e Vereador sem pelouros (quando concorreu à Presidência da Câmara Municipal) na mesma Autarquia. Profissionalmente está, há muitos anos, à frente do seu próprio escritório de Advogados.

Jorge Moreira da Silva é um pensador. Apresenta um currículo extensamente mais completo, de experiência governamental, executiva e profissional. Foi 3 (!) vezes membro de diferentes Governos de Portugal.

Foi Secretário de Estado da Ciência e do Ensino Superior do Governo do Governo de Durão Barroso, Secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território do Governo de Pedro Santana Lopes e foi ainda Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia do Governo liderado por Pedro Passos Coelho.

Jorge Moreira da Silva ainda tem mais “trunfos” curriculares. Foi Presidente da Comissão Política Nacional da JSD entre 1995 e 1998, após a ‘trágica’ saída de dois líderes incontornáveis (Pedro Passos Coelho na JSD e Aníbal Cavaco Silva do PSD e de Primeiro-Ministro) e, depois, em 1999 foi eleito Deputado ao Parlamento Europeu. Depois, ao regressar, integrou em 2003 o Governo de Durão Barroso.

Jorge Moreira da Silva fundou e preside desde 2011 o think tank Plataforma para o Crescimento Sustentável que integra cerca 400 membros, repartidos por 27 grupos de trabalho e ainda coordenou um Relatório para o “Crescimento Sustentável – Uma visão pós-troika”, publicado em Dezembro de 2012, identificando 27 desafios estratégicos e 511 recomendações para libertar o potencial de crescimento de Portugal.

Em publicações académicas, relatórios e Livros, também há vantagem para Jorge Moreira da Silva. 3-0 em livros publicados para Jorge Moreira da Silva. 17-0 em relatórios publicados para Jorge Moreira da Silva.

No sentido teórico, e apenas isso, que vale o que vale, aos olhos dos portugueses o Eng. Jorge Moreira da Silva leva aparente e clara vantagem sobre o Dr. Luís Montenegro.

Sendo que, creio, o PSD deve discutir quem deve liderar um Governo e não quem deve liderar bancadas de oposição, entre ambos os seus companheiros que vão a votos: O companheiro Luís e o companheiro Jorge.

Não devia ser necessário dizê-lo, mas é importante referir que vão continuar a sê-lo, companheiros de partido, um do outro, após 28 de maio.

É que os anos recentes de convulsão interna do PSD (com claro aproveitamento do PS), em que só havia a política do “estás comigo ou estás contra mim”, fizeram crer que dentro do mesmo PSD não era possível haver dois projetos distintos e respeitar-se isso mesmo: A pluralidade de opinião.

Espera-se, agora, que Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva sejam o que dizem ser: Unificadores.

Porém, sejamos claros na conclusão que fica: o valor dos candidatos é inquestionável.

Ambos de qualidade superior. Ambos já demonstraram ter capacidade política para enfrentar, pela força da razão, a sua visão alternativa a políticas socialistas e de esquerda.

Há depois a visão prática do sentido do voto. Quem entender que o líder deve ser o orador que liderará os soundbytes diários na oposição ao Governo de António Costa, terá uma escolha mais óbvia.

Quem entender que o líder deve moldar o PSD em torno de uma modernização de ideias, pensamento e propostas terá porventura uma escolha mais óbvia também.

Quer vença Luís Montenegro ou Jorge Moreira da Silva, o PSD terá um líder capaz de voltar a colocar “em sentido” o PS, que andam num “passeio no parque” perante um PSD que diminuiu muito a sua esfera de aceitação na sociedade portuguesa.

Sobre essa “diminuição” do PSD, dizer que ninguém acredita que haja eleições antes de cumprido o prazo da legislatura em curso e, até lá, o líder do PSD e o partido só podem querer crescer e aproveitar esse longo tempo para unificar um partido que se foi desintegrando nestes anos recentes. É bom para ambos.

Dia 28 o PSD inicia um dos capítulos mais importantes da sua história. Não saberemos se é o “vai ou racha”. Mas sabemos que o PSD voltou a níveis historicamente baixos de resultados e tem mais concorrência num eleitorado onde tradicionalmente entrava bem, a direita ideológica.

À data, com mérito pela coragem de assumirem esse compromisso, os dois maiores responsáveis pelo iniciar deste capítulo novo (que tem de ser forte) do PSD chamam-se Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva.

Está nas mãos dos militantes do PSD. E, posteriormente, no comportamento de ambos porque os dois vão ser necessários no pós-eleições se o PSD quiser renascer.