“Trabalhar numa empresa que é parceira oficial da Uber, da Bolt e da FREE NOW mudou a minha vida quando me vi desempregado pouco depois do início da pandemia. Com dois filhos pequenos, não sabia aquilo que devia fazer para pôr comida em cima da mesa e a minha vida profissional passava pela restauração. Andava muito em baixo até ter esta oportunidade”, começa por explicar João Pedro, de 42 anos, residente na Margem Sul que trabalha essencialmente na zona da Grande Lisboa através do Transporte Individual e Remunerado de Passageiros em Veículos Descaracterizados (TVDE).
“Muitos dos meus colegas queixam-se do processo de recrutamento e seleção para as vagas de motorista, mas não penso que seja tão complexo quanto isso. A verdade é que temos de trabalhar com o público e os empregadores têm de averiguar se somos as pessoas indicadas para desempenhar este cargo”, avança, esclarecendo que, quando se faz uma pesquisa para encontrar anúncios de emprego nesta área, surgem, habitualmente, os seguintes requisitos: ter a carta de condução há mais de 3 anos para a categoria B com averbamento no grupo 2; ter Cartão do Cidadão ou título de autorização de residência no caso de se ser um cidadão estrangeiro; apresentar o Registo Criminal para efeitos de transporte de passageiros; prestar atenção à apresentação e à imagem; não esquecer a autonomia, a proatividade, o sentido de responsabilidade e o de compromisso, ser assíduo e pontual e ter conhecimentos básicos de Inglês.
“Já trabalhei apenas durante o dia, já passei semanas a fio a fazer o horário noturno e também cheguei a fazer muitas horas de seguida para ganhar o máximo de dinheiro possível. A verdade é que, apesar de existirem dias difíceis e obstáculos, ganhamos bem se nos esforçarmos, formos corretos e estivermos a trabalhar com pessoas com os mesmos objetivos”, sublinha, falando com o i pouco depois de ter terminado um turno, por volta da meia-noite de uma terça-feira.
“É claro que, como nas outras profissões, nem tudo são rosas. Acho que aquilo que me ajuda a enfrentar os desafios diariamente é ter muita experiência no atendimento ao público”, diz o antigo funcionário de cafés e restaurantes que sempre desempenhou as funções de empregado de mesa e balcão. “Além de ter paciência, estou habituado a manter a calma. Mesmo quando os clientes são tudo menos bem educados e ultrapassam alguns limites. Por exemplo, há pessoas que entram e saem do carro sem dizer uma única palavra”, refere, explicando que, ao contrário destes, os colegas nunca lhe deram grandes problemas.
“Houve uma vez um que deixou o veículo relativamente sujo quando mo passou. Liguei-lhe a queixar-me e nunca mais aconteceu. Excetuando isso, que foi uma coisa que se resolveu, não tenho nada a apontar”, declara, sendo que aquilo que o incomoda mais tem a ver com questões que identifica nas aplicações. “Acho que é isso que realmente tem de ser melhorado”, confessa, exemplificando que, muitas das vezes, as pessoas aguardam pelos motoristas em determinado local e estes recebem uma indicação completamente distinta. “E há quem não entenda que a culpa não é nossa”, lamenta. “É pior quando se está dentro de um prédio, a aplicação confunde tudo”.
“Gosto das três aplicações, mas parece-me que corre tudo melhor com a Bolt. Ou, pelo menos, é aquela que me agrada mais”, indica. “A missão principal da Bolt é a de garantir um serviço de excelência para os nossos clientes e para os nossos parceiros. A pandemia veio afetar em muito o setor da mobilidade, mas a verdade é que registámos uma rápida recuperação dos números de utilizadores, e isso tem-se refletido também nos ganhos”, assevera Nuno Inácio, Responsável de Ride-Hailing da Bolt em Portugal, em declarações ao i.
“Ser nosso parceiro permite ter a flexibilidade para se fazer os seus próprios horários, regendo assim o quanto se poderá ganhar. Atualmente, é possível ganhar até 15 euros por hora a trabalhar com a Bolt. A acrescentar a isto, um inquérito que realizámos em 2021 demonstrou que 85% dos motoristas preferem ter a liberdade de escolher quando trabalham, em vez de terem um turno fixo”, aponta, indo ao encontro da perspetiva do motorista João Pedro.
“E que 75% tem preferência em alternar entre plataformas, ao invés de trabalhar numa única empresa. De notar que, de acordo com este mesmo questionário que realizámos, 92% dos motoristas de TVDE trabalha em mais do que uma plataforma. Porque os nossos motoristas são uma peça fundamental para a nossa visão de um futuro sustentável nas cidades, nas últimas semanas, com a escalada dos preços dos combustíveis, implementámos incentivos nomeadamente ao nível da distância de recolha de passageiros e promovemos o desconto, durante um ano, de 75% na comissão na categoria Gama Elétrica”, adianta, referindo-se ao aumento que tem vindo a ser constatado nas últimas semanas.
Na passada quarta-feira, no seu boletim mensal do mercado dos combustíveis e GPL, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) explicou que, em março, o preço de venda ao público (PVP) médio da gasolina simples 95 subiu para 1,975 euros por litro, face aos 1,835 euros de fevereiro e aos 1,762 euros de janeiro, “acompanhando o comportamento do preço do barril de petróleo no mercado internacional”.
Assim, entende-se que o preço de venda ao público médio da gasolina simples aumentou 7,6% em março, enquanto o gasóleo simples subiu 11,3% para 1,901 euros (1,708 euros em fevereiro e 1,624 euros em janeiro), “acompanhando o comportamento do preço do barril de petróleo no mercado internacional”. Após a revisão semanal do imposto, o ISP aplicado ao gasóleo desceu 3,7 cent/l há dois meses. Ainda relativamente ao gasóleo, foi veiculado que “a maior fatia do PVP paga pelo consumidor corresponde à componente de impostos, [44,4%), seguida do valor da cotação internacional e frete (46,8%)”, sendo que, a seu lado, “os custos de operação e margem de comercialização, a incorporação de biocombustíveis, a logística e a constituição de reservas estratégicas, representam em conjunto cerca de 8,8% do PVP médio do gasóleo simples”.
“O futuro da mobilidade, sobretudo numa visão de sustentabilidade, ainda coloca muitos desafios, sobretudo aos níveis legislativos e de infraestruturas. Os primeiros passos já foram dados, especialmente no sentido de criar mais opções para o transporte diário das pessoas nas cidades, mas acreditamos que é sempre possível fazer mais e melhor para tornar a operação mais rentável, satisfatória e eficiente”, acrescenta Nuno Inácio. “Acompanhamos diariamente as evoluções do setor e trabalhamos para garantir o bem-estar de todos os envolvidos”, salienta.
“Há muito mais trabalho nas grandes cidades, mas nós temos de sobreviver” Inês (nome fictício) tem 52 anos e veio para Portugal há 10 com a filha que atualmente tem 25 anos e o filho então bebé, hoje com 12. Natural de São Paulo, no Brasil, não teve oportunidade de prosseguir estudos ao nível superior porque a família não tinha condições económicas para que esse sonho pudesse ser concretizado. Assim, quando emigrou, decidiu que faria de tudo um pouco e, como muitas das suas conterrâneas, trabalhou essencialmente em lares de idosos e empresas de limpeza.
Até ao dia em que percebeu que queria ser mais independente e dona do seu tempo e dinheiro. “Sempre vivi em Leiria e muita gente pergunta o que é que me passou pela cabeça para decidir trabalhar nos TVDE numa cidade que não é grande. Tanto ao pé do shopping como nas lojas e outros locais de comércio, via as pessoas cheias de sacos à procura de táxis. Além disso, conheci um senhor que me disse que, em sítios como este, fazemos viagens pequeninas, como ir levar uma senhora ao centro de saúde que fica a dois quilómetros, mas fazemos os transportes tão rápido que acabamos por faturar bem”, admite, elucidando que, atualmente, este é um dos seus grandes amigos com os quais trabalha quase diariamente.
“Agora quero ir passar uma temporada a Lisboa. Não posso parar porque a minha filha foi mãe há pouco tempo e precisa de mim. E o meu filho também, claro. Por isso, queria alugar um apartamentozinho, mais para o lado da linha de Cascais, para haver menos confusão. O miúdo ficava a jogar no computador como gosta, eu aproveitava para ganhar dinheiro e podíamos ir à praia e à piscina sempre que não estivesse ocupada”, desabafa, reconhecendo, porém, que gostava que não somente Lisboa e o Porto fossem valorizadas pelas empresas de TVDE.
“Há muito mais trabalho nas grandes cidades, mas nós temos de sobreviver. Eu não ganho mal e consigo viver sem grandes sufocos, mas sei que em sítios com muitos mais milhares de habitantes as coisas seriam diferentes”, indica. “A Bolt, a Uber e a FREE NOW têm de arranjar alguma forma de nos ajudar a ter mais clientes. Não sei bem como é que isso poderia acontecer, na prática, mas estou disposta a dar o meu testemunho. Eu e os meus colegas. Falamos disto sempre que fazemos pausas”.
“Não tenho grandes razões de queixa de nenhuma das aplicações, tem corrido tudo bem, só que a FREE NOW tem um problema. Ou, pelo menos, é isso que tenho entendido: os clientes esperam muito mais pelos motoristas do que nas outras aplicações e cancelam as viagens. Quando ainda não as aceitámos, é compreensível, mas quando estamos a caminho do local de recolha… Eles preferem pagar uma taxa de cancelamento a esperar mais!”, lastima, apelando à empresa que tenha em atenção este suposto fenómeno para que a clientela não decida optar por uma das outras plataformas. “Se isso for resolvido, e a questão das cidades pequenas também, ficará tudo melhor”.
“A FREE NOW é uma super app de mobilidade líder na Europa em termos da oferta integrada que garante aos utilizadores que pretendem movimentar-se nas cidades. Tal como acontece com todas as plataformas, os motoristas e passageiros têm um papel vital no sucesso do negócio e, naturalmente, são as nossas maiores prioridades”, relata Bruno Borges, General Manager da FREE NOW em território nacional, ao i.
“Já em Portugal, numa fase em que existe uma pressão cada vez maior no lado dos custos de operação e se verifica uma escassez de motoristas no mercado, temos liderado na resolução destes problemas com um conjunto de medidas que visam melhorar os rendimentos e condições de trabalho destes profissionais”, avança, adicionando que, “em relação aos clientes”, a empresa tem procurado “garantir as melhores alternativas e reforçar a qualidade do serviço apresentado”.
“Como referido, o nosso principal pilar é o da qualidade, o motorista é fundamental na qualidade do serviço apresentado e nós somos a única plataforma em Portugal que coloca como requisito a realização de um curso de formação (gratuito) a todos os candidatos, dado por nós, antes de os aceitarmos como motoristas”, realça.
“Além disto, temos implementado uma série de medidas para prevenir cancelamentos ou outros problemas que podem decorrer após o pedido de uma viagem por parte de um cliente. Ocorrerão sempre situações impossíveis de evitar, mas temos um serviço de apoio ao cliente disponível para resolver todos os problemas que dá resposta em menos de 24h”.
“Uma das partes essenciais do negócio são os motoristas e, nesse sentido, é fundamental que estes possam ter as condições necessárias para assegurar o melhor serviço. A subida dos preços dos combustíveis fez disparar os custos da operação e isto não é positivo para ninguém”, diz, alinhando-se com Nuno Inácio, da Bolt. “Já o dissemos no passado e reforçamos: estamos solidários com as reivindicações dos motoristas por melhores condições e, mais do que isso, desenvolvemos uma série de iniciativas com o intuito de estimular e elevar a fasquia global do setor a este nível”.
“Além de ajustarmos as tarifas, subimos a tarifa mínima por viagem de 2,50 euros para 3 euros e eliminámos tarifas low cost (somos mesmo a única plataforma sem tarifas deste tipo em vigor no mercado nacional). Atualmente, somos a plataforma que menor comissão cobra (20%) aos motoristas, 18,5% caso se trate de veículos elétricos, pagamos compensações em recolhas distantes e somos também a única plataforma a operar no mercado nacional com sede fiscal no nosso país”, expõe Bruno Borges que, em fevereiro, apresentou os dados presentes no relatório “Mobilidade como um Serviço 2022”.
À época, o dirigente deu a conhecer o aumento de 99% na frota de veículos elétricos da FREE NOW, sendo que este foi acompanhado de um aumento médio de 69% nas viagens realizadas nos mesmos, quando comparados os dados de 2021 com os de 2020. Desta forma, concluiu que os veículos elétricos dizem respeito a 15% da frota total da marca, correspondendo a 13% do total dos veículos da frota de Lisboa, a 19% da do Porto e a 9% da de Faro.
“Acabámos de estabelecer uma parceria para garantir uma poupança adicional de 0,16€/litro a todos os nossos motoristas. Existem outras iniciativas em análise, que vão ao encontro de outras pretensões dos motoristas, mas é algo que anunciaremos em tempo oportuno. Seja como for, o objetivo é garantir que todos os envolvidos na operação diária, tanto motoristas como clientes, fiquem satisfeitos com o serviço prestado”, argumenta, destacando o aumento do preço dos combustíveis “provocado pela guerra na Ucrânia” que “trouxe dificuldades acrescidas”.
“O aumento dos custos da atividade veio acelerar a transição para uma operação mais verde, menos dependente de combustíveis fósseis, que desde 2021 é uma das nossas prioridades estratégicas. O nosso principal objetivo é construir uma mobilidade 100% livre de emissões poluentes, o que significa aumentar o peso de veículos com zero emissões de carbono na nossa frota”, partilha, alegando que, até cumprir essa meta, a FREE NOW continuará a apoiar os motoristas “da melhor maneira possível”.
“Um bom exemplo, ainda no campo das parcerias, trata-se do acordo de exclusividade recentemente celebrado, oferecendo descontos significativos nos carregamentos elétricos”, frisa. “Até 2030 toda a operação da FREE NOW na Europa será responsável por zero emissões de carbono e, para garantir esta meta, apostaremos no reforço da nossa rede de parceiros de mobilidade, garantindo uma super app de mobilidade integrada que assegurará aos utilizadores a possibilidade de se movimentarem até ao seu destino sem acrescentar mais carros às ruas das cidades”.
Até ontem à tarde, a Uber não havia respondido ao pedido de colaboração do i.
A perspetiva dos clientes Segundo o inquérito de Transporte Terrestre na Europa, desenvolvido pela Global Business Travel Association (GTBA) Europa e pela Free Now for Business, no final de 2020, os portugueses utilizavam as plataformas de táxis e TVDE em 73% das viagens profissionais após o pico da pandemia, sendo Portugal o 4.º país da Europa – dos sete analisados, encontrando-se atrás de Espanha (87%), Polónia (78%) e Itália (74%) – que mais recorria a estas aplicações para este fim. Antes do surgimento do novo coronavírus, o uso de plataformas de táxi e TVDE situava-se nos 75%.
De acordo com os dados recolhidos, entre 3 e 20 de setembro de 2020, os passageiros recorrem a estes serviços devido à segurança (71%), ao conforto (56%) e à facilidade de reserva (41%). Naquilo que diz respeito às regras de segurança, se tivessem de viajar em trabalho, a maioria dos indivíduos (82% em Portugal) demonstrava interesse em utilizar os fornecedores de transporte terrestre “preferenciais” que a sua empresa considerava que garantiam o cumprimento dos padrões de segurança/sanitários e o rastreamento dos dados das viagens de transporte terrestre.
Embora já tenham sido realizados muitos inquéritos para apurar a satisfação dos clientes portugueses, o i decidiu questionar o maior número possível de pessoas, nas stories do Instagram, para compreender os motivos pelos quais estão mais ou menos afastadas da realização de viagens nos TVDE. A primeira pergunta era “Costuma viajar nos TVDE?” e, entre as 10h30 e as 19h30 desta quinta-feira, 43 pessoas responderam afirmativamente e 10 negativamente.
A segunda dizia respeito à plataforma mais apreciada e 26 votos foram a favor da Bolt, 25 da Uber e apenas 7 da FREE NOW. Já na frequência com que este tipo de transporte é utilizado, 1 pessoa respondeu “Todos os dias”, 13 pessoas “1 ou mais vezes por semana”, 25 pessoas “Algumas vezes por mês” e 19 “Raramente”. Em relação à experiência verificada, no geral, 57 inquiridos indicaram que esta tem sido positiva e apenas dois destacaram que é negativa.
Na ótica de quem respondeu, o preço é o aspeto que mais precisa de ser melhorado (28 votos) e de seguida surgem os condutores (11 votos), as aplicações (7 votos) e todos (5 votos). Abordando a experiência na relação direta com os motoristas, 20 assinalaram que viveram pelo menos um episódio negativo e 35 negaram ter passado por algo similar.
Se os aspetos anteriormente mencionados fossem melhorados, 17 inquiridos recorreriam mais aos TVDE, 14 continuariam sem ser clientes habituais, 9 sentir-se-iam mais seguros a viajar e 5 acreditam que seria mais fácil recorrer às plataformas em causa.
Se tivermos em conta as experiências relatadas, as mesmas prendem-se com os mais variados aspetos. Por exemplo, uma jovem de 26 anos referiu que tem sentido “uma subida ridícula de preços” nos últimos meses. Apesar de compreender esta situação, devido ao aumento do custo dos combustíveis, lamenta ter de pagar entre 11 e 14 euros para se deslocar do Campo Grande até Santa Apolónia quando antes o fazia por 6. Por outro lado, uma rapariga de 27 anos sublinhou que viajou com um condutor que se enganou no destino. “No final ainda disse que a culpa era minha quando eu tinha inserido o destino certo e ele é que teimou que o destino era noutro lugar”.
“Uma vez um TVDE onde viajava atropelou um gato e ignorou completamente a situação. Fiquei em choque durante a viagem inteira, não reagi e entretanto cheguei a casa”, confessa um rapaz de 25 anos, enquanto uma jovem de 23 passou por algo que terá sido igualmente assustador. “Um condutor estava sempre a cancelar a viagem. Ligou para ver onde eu estava e disse que era eu que estava sempre a cancelá-la. Disse onde estava e ele respondeu que me levava ao sítio que eu queria se lhe desse 10 euros. Rejeitei”, afirma. “E chamei outro Uber. Ele foi ter comigo onde eu tinha dito que estava e saiu do carro. Sempre a dizer-me para eu lhe pagar ‘por fora’. Confesso que fiquei assustada, mas como foi no dia do concerto do Bryan Adams e estava muita gente por perto, ele foi embora”.
“Infelizmente, vários motoristas assediaram-me. Um deles perguntou mesmo se eu queria ir para casa dele e não parou de fazer comentários sobre o meu corpo. Só conseguia olhar para a rua pela janela e controlar as lágrimas”, narra uma jovem de 20 anos. “Temi pela minha segurança e, acima de tudo, pela minha vida e até quando cheguei ao meu destino estava a tremer por todo o lado. Entrei no prédio da minha amiga e nem fui capaz de aproveitar a noite com ela porque não parava de me questionar acerca do desfecho que podia ter havido”.