O crescimento da economia portuguesa foi revisto em alta. Os economistas do ISEG apontam agora para um crescimento entre 6% e 7,2% em 2022 face à retoma do turismo que deverá atenuar o efeito da guerra, ficando bastante acima dos 4,9% estimados pelo Governo no Orçamento do Estado para este ano e pelo Banco de Portugal. No final de abril, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre foi de 11,9% face ao mesmo trimestre de 2021 e 2,6% face ao trimestre anterior.
“Atendendo ao crescimento registado no primeiro trimestre e à evolução mais provável para os próximos trimestres, a previsão para o crescimento da economia portuguesa em 2022 é revista para o intervalo de 6% a 7,2%, tendo esta previsão subjacente”, revelam os economistas do ISEG, que baseiam as suas perspetivas na “não deterioração da situação geopolítica ou das suas consequências económicas para a União Europeia”. Segundo a Síntese de Conjuntura do ISEG, tal “configura uma retoma robusta das atividades mais condicionadas pela pandemia, nomeadamente do setor dos serviços e da procura externa turística”.
E lembram ainda que o sentimento económico em Portugal registou uma evolução positiva em abril, “sustentada por uma subida pronunciada no setor dos serviços, e em especial do turismo”. Já na Zona Euro, voltou a descer após a queda acentuada em março por causa da invasão russa na Ucrânia, “embora tenha começado a estabilizar e inverter em alguns países”.
Já para os próximos meses, o ISEG antecipa que haja uma desaceleração nos crescimentos homólogos, “embora se vá manter bastante positivo até ao final do ano”. E vão mais longe: “Os efeitos base de maior dimensão estão a esgotar-se e as taxas de crescimento tenderão a assumir valores mais normais”, avisa.
OCDE alerta para abrandamento A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) antecipou ontem, como em abril, um abrandamento da atividade na Europa devido à subida da inflação e às perspetivas pessimistas para o setor transformador.
O abrandamento afeta a zona euro como um todo e as grandes economias que integra, nomeadamente Alemanha, França, Itália e Espanha, bem como o Reino Unido.
Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, Japão e Canadá, a tendência de crescimento permanece estável. O diagnóstico apresentado pelo organismo teve como base nos indicadores compósitos avançados, que indicam flutuações no ciclo económico com uma antecipação de entre seis e nove meses.
O indicador de abril caiu 18 centésimas de ponto para a zona euro como um todo para 100,09 pontos, ou seja, ainda estava ligeiramente acima do nível 100 que indica a média a longo prazo.
Os declínios para o mês foram ainda maiores em França (20 centésimas para 99,11) e Itália (23 centésimas para 100,20) e um pouco menores em Espanha (15 centésimas para 100,48) e Alemanha (17 centésimas para 100,30). Já no Reino Unido, o declínio foi ainda mais pronunciado (31 centésimas para 100,03).
Fora da Europa, o indicador aumentou nos Estados Unidos pelo terceiro mês consecutivo, em sete centésimas em abril (para 100,15 pontos) e também no Japão (em duas centésimas para 100,60).