O ministro das Infraestruturas e Habitação garantiu que o plano de reestruturação da TAP prevê um prejuízo de 54 milhões de euros este ano e atingir lucro em 2025. A garantia foi dada por Pedro Nuno Santos que esteve esta segunda-feira à tarde a ser ouvido na comissão parlamentar conjunta de Orçamento e Finanças e Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito da apreciação, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2022. Este número “é o que está previsto no plano de reestruturação, podemos ter melhor, espero que tenhamos melhor ainda, não pior”, referiu o governante, adiantando também que, tal como está previsto em 2023, a companhia aérea deverá atingir o equilíbrio operacional e em 2025 ter lucro.
Já quando questionado pelo deputado Filipe Melo, do Chega, sobre ineficiências da gestão da TAP, exemplificando com o custo de uma maçã num avião da TAP, que, segundo o deputado, custa à companhia aérea 1,35 euros, Pedro Nuno Santos defendeu que o Estado deve comportar-se como acionista e não como gestor. “Temos que acompanhar a gestão, a apresentação de resultados. Até ver, temos uma empresa que está a ser bem gerida, estão a cumprir aquilo que o Estado português lhes pediu e é isso que é suposto”, referiu. E acrescentou: “No dia em que começarmos a interferir em decisões correntes, do dia, da empresa, vamos fazer asneiras gravíssimas”.
O ministro das Infraestruturas disse ainda que tem “dúvidas” e “inquietações” sobre a presença de uma empresa participada pelo Estado espanhol no consórcio vencedor da Avaliação Ambiental Estratégica ao plano de ampliação da capacidade aeroportuária na região de Lisboa.
Pedro Nuno Santos lembrou, no entanto, que a escolha das entidades que vão fazer a Avaliação Ambiental Estratégica foi definida através de um concurso público internacional. “Há um júri onde nós não estamos que conduz o concurso e chega a determinado resultado. O júri não encontrou ou não entendeu que havia conflito de interesses”, explicou.
Habitação: analista resposta O governante revelou também que o Governo vai criar grupo de trabalho para analisar resposta da Europa em matéria de habitação. Em causa está a promessa de de 170 mil novas casas até 2026. Desse total, 60 mil novas casas serão disponibilizadas através do programa 1.º Direito e 6800 através do Programa de Arrendamento Acessível (PAA). Mas, por esta altura, o ministro da diz que esse objetivo “mantém-se”, ou seja, ter “5% do parque habitacional público”.
E acrescentou: “ Vamos fazendo à medida da nossa capacidade. Vamos continuar a trabalhar, seja na construção, na reabilitação e na aquisição. Há todo um trabalho que vamos continuar a fazer”. Mas, apesar de não adiantar números, revelou que o Executivo está a “fazer o que nunca ninguém fez em matéria de habitação. Estamos a fazer uma revolução na política de habitação em Portugal”.