Depósitos a prazo
Se a sua simplicidade é uma das vantagens, a taxa de remuneração oferecida torna este produto financeiro menos atrativo devido à redução das taxas da Euribor. Apesar de ter vindo a perder adeptos nos últimos anos devido às baixas taxas de juro que apresenta, continua a ser um dos instrumentos de poupança preferidos dos portugueses. A maioria dos depósitos estão a pagar, em média, uma taxa anual líquida próxima do zero.
De acordo com a Deco, “tipicamente, os depósitos a prazo até 12 meses, que podem ser mobilizados antecipadamente, são a melhor opção para esta primeira fase da poupança. Embora as rentabilidades atuais não sejam particularmente atrativas, o capital está garantido e a liquidez é imediata. Tenha, porém, em atenção a ficha de informação normalizada do depósito, para confirmar se pode levantar o dinheiro antes do fim do prazo, em caso de necessidade”.
Mas se é certo que não existe nenhuma aplicação financeira que esteja 100% isenta de risco, também é verdade que há aplicações que comportam um risco maior do que outras.
Se analisarmos a escala de risco dos vários produtos financeiros disponíveis para os aforradores e investidores, os depósitos estão entre as aplicações mais seguras e, no pior cenário e se o banco um dia falir, os clientes podem recorrer ao Fundo de Garantia de Depósitos até 100 mil euros por banco e por titular.
Certificados de aforro e CTPC
A perda de atratividade dos depósitos a prazo está a levar os aforradores portugueses a olharem cada vez mais para os produtos de poupança do Estado. Os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC) desapareceram, mas deram lugar aos Certificados do Tesouro Poupança Valor (CTPV), que oferecem uma remuneração mais baixa, e um prémio que vem mais tarde. Não é tão atrativo quanto o antecessor: paga 0,7% nos dois primeiros anos, a taxa sobe para 0,8%, 0,9% e 1% nos anos seguintes, sendo que no sexto e sétimo ano os títulos oferecem uma remuneração de 1,3% e 1,6%. Ou seja, é preciso manter a subscrição até ao final para assegurar as taxas maiores.
No final de fevereiro, o “stock” aplicado em certificados do Tesouro situava-se em 17.741 milhões de euros, menos 108 milhões de euros que o valor investido nestes produtos no final de dezembro, segundo os dados divulgados no boletim mensal da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP. Ao contrário dos CT, os CA mantiveram uma evolução positiva, em linha com aquilo que foi o comportamento no último ano. Estes produtos de poupança captaram 87 milhões de euros nos dois primeiros meses do ano.
Obrigações do Tesouro
Até há bem pouco tempo, adquirir Obrigações do Tesouro (OT) era um bom negócio, já que eram uma das formas mais rentáveis de aplicar as poupanças a médio ou longo prazo com capital garantido. As OT ganharam uma nova vida quando, em 2016, o Estado lançou as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) – o novo produto de dívida do Estado. Este produto inverteu a tendência de desinvestimento que as famílias portuguesas vinham fazendo em títulos de dívida.
Em relação ao risco é semelhante à dos certificados, ou seja, só há risco de perder capital se o Estado entrar em incumprimento.
Em relação ao risco é semelhante ao dos certificados, ou seja, só há risco de perder capital se o Estado entrar em incumprimento.
Plano Poupança Reforma
A principal vantagem de investir em PPR era o benefício fiscal que proporcionavam, pois permitiam deduzir 20% das entregas anuais, até um limite de 300 a 400 euros, consoante a idade, no primeiro escalão. Desde 2015, as regras mudaram: os limites são em função da idade (400 euros até aos 35 anos, 350 euros entre os 35 e os 50 anos ou 300 euros para quem tenha mais de 50 anos), conjugados com os limites das deduções totais à coleta. A maioria dos PPR tem capital garantido: o perfil de risco é moderado.
Para a Deco, quem está a menos de dez anos da reforma não deve aplicar mais dinheiro para poder resgatar aos 60 sem problemas. Já quem tem entre os 40 e os 55 anos pode continuar a investir – e alguns PPR têm juros mais elevados que os depósitos. O Estado tem um produto próprio, conhecido como o PPR do Estado. Dá para descontar todos os meses 2%, 4% ou 6% do salário, consoante a idade. Só atinge o limite máximo do benefício com um rendimento mensal superior a 3645 euros (se descontar 4%) ou superior a 7292 euros (desconto de 2%).
Bolsa
O investimento direto na bolsa ainda assusta muitos portugueses. Pode representar um negócio rentável, mas o risco é sempre mais elevado em relação aos outros produtos de investimento. O investidor pode fazer a compra individualmente, quando escolhe diretamente as ações que deseja, ou através de fundos de ações, ao adquirir unidades de participação de um destes instrumentos. Os especialistas aconselham os interessados a fazer este investimento a prazo (pelo menos a cinco anos) para ultrapassarem as flutuações do mercado.
Qual a melhor solução para aplicar o seu dinheiro? O melhor é ir investindo de forma periódica e regular. A tendência dos mercados financeiros é para valorizar a longo prazo. O investimento periódico e regular permite ainda expurgar os efeitos da emoção no investimento.
Não vale a pena tentar adivinhar o melhor momento para investir. Não se esqueça, no entanto, de que em momentos de maior incerteza devemos evitar o investimento num determinado ativo. O foco deverá passar por uma estratégia diversificada em que apostamos em vários ativos e, eventualmente, em classes de ativos distintas.
Não se esqueça da regra de “dividir para reinar”: ao escolher títulos de diferentes países e setores, consegue reduzir as flutuações do investimento.
Tenha em conta o intermediário financeiro: uma opção acertada pode significar uma poupança de muitos euros – isto porque a eleição do melhor intermediário financeiro depende do seu perfil enquanto investidor.
Ouro
O ouro continua a ser visto como um bom investimento de refúgio no caso de uma grave crise mundial e de colapso do sistema financeiro. No entanto, esta vantagem só se aplica ao metal em termos físicos, já que, no que toca ao investimento em produtos financeiros associados ao ouro (fundos, ETF, entre outros), é preciso ter em conta que a cotação desta matéria-prima é extremamente difícil de prever.
Há ainda outras desvantagens relacionadas com o seu potencial de valorização e à especulação no mercado. E, ao contrário do que possa pensar, quando decidir vender barras de ouro, nada garante que ganhe dinheiro. Se considerarmos as comissões e as margens praticadas pelos bancos, a perda será ainda mais agravada. É muito provável que, mesmo num período de subida da cotação internacional do ouro, não consiga um melhor preço pelas barras, dado o diferencial que existe entre o valor da venda e o da compra.
Mas, independentemente da forma escolhida para investir no metal precioso – desde tê-lo nas mãos, comprando moedas e barras ou investindo em produtos financeiros com exposição ao ouro –, o investidor deve ter sempre em consideração o horizonte temporal, que deve ser encarado numa perspetiva de longo prazo, e as perdas potenciais do investimento, já que, nos últimos tempos, o ouro tem vindo a perder o seu brilho.
Fundo de emergência
O primeiro passo é eliminar os gastos excessivos. Não há nenhuma fórmula mágica para ter as contas equilibradas e conseguir poupar. Ou ganha mais ou gasta menos. Como, nas finanças pessoais, nem sempre é fácil aumentar os rendimentos, há que controlar os custos. Depois de fazer o mapa de receitas e despesas, deve procurar identificar os gastos desnecessários que podem ser reduzidos ou eliminados sem que isso afete o seu bem-estar. Veja quanto pesa cada rubrica no seu orçamento. Pode estar aí a resposta para o facto de não poupar ou poupar pouco.
O ideal é anotar todas as dívidas (quanto falta pagar, prestação, prazo e juros) e definir as que quer eliminar. Deve começar pelas dívidas com os juros mais altos. Se a curto prazo não vê qualquer possibilidade de eliminar ou reduzir dívidas, a sua capacidade de desendividamento é baixa. Aproveite os rendimentos extra para reduzir o peso das dívidas.
Mas para avaliar a sua condição financeira é indispensável que saiba se está prevenido contra imprevistos. Seja o desemprego, seja uma baixa ou outra situação de emergência, há imprevistos que podem representar um descontrolo total no orçamento. Faça a pergunta: se deixasse hoje de trabalhar, por exemplo, por ficar desempregado, quantos meses conseguiria sobreviver mantendo o mesmo nível de despesas?
O ideal é ter um fundo de emergência (em ativos líquidos) que lhe permita viver pelo menos seis meses com o mesmo nível de despesas – ou seja, se tem 500 euros de despesas mensais, deverá ter um fundo de emergência de três mil euros.