Guiné Bissau. Perceção vs realidade


Com dois voos semanais a partir de Julho através da companhia aérea Euroatlantic, que tem feito a sua parte para promover o país, torna-se urgente que se trabalhe para transformar o paradigma atual, mudando a perceção errada que as pessoas têm e adequando-a à realidade que já conhecia e que a minha grupeta acabou por…


A relação histórica entre Portugal e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa construída após a sua independência está recheada de ambiguidades e meias verdades muitas vezes contadas por quem nunca visitou tais sítios ou por quem só se preocupa com o racismo e o colonialismo mas que vai servindo como força de bloqueio para uma construção conjunta que possa levar ao desenvolvimento social e económico de países a quem chamamos de irmãos.

Por isso é que devemos sempre falar depois de ver ou presenciar e de formular opiniões assentes na verdade e no conhecimento da matéria de facto para que a ilusão não se confunda com a razão mas sobretudo por uma questão de justiça para com as populações que tardam em ter melhores condições de vida e acabam por sofrer as consequências da imagem que transmitimos, muitas vezes desfocada da realidade.

Enquanto escrevo esta crónica, sentado numa cadeira de madeira com o mar sobre pano de fundo, em plena praia de Rubane nas ilhas Bijagós, para onde vim na companhia de amigos, penso na imagem que eu próprio lhes passei quando os desafiei para esta viagem.

Retrato-me usando a intencionalidade de querer baixar expectativas para que eles próprios pudessem ser surpreendidos por esta terra mágica, que esconde em si própria tantos segredos que por vezes pensamos nem estar no mesmo mundo de onde saímos. De facto, sempre que pergunto a alguém em Portugal a opinião sobre a Guiné Bissau, a resposta vem muitas vezes embalada pelas histórias de violência e pela instabilidade política que carrega de medo e de insegurança qualquer perspetiva positiva e corrói um destino que tem tudo para apaixonar quem o desafia.

A opinião generalizada é tão turva e cinzenta que a grande maioria da nossa população nem sabe tão pouco o que é o arquipélago das Bijagós e olham para a Guiné como o último destino de férias. Nos jornais e televisões não se promove o facto de existir um paraíso por explorar, de língua portuguesa, a míseras 4 horas de Lisboa.

Com dois voos semanais a partir de Julho através da companhia aérea Euroatlantic, que tem feito a sua parte para promover o país, torna-se urgente que se trabalhe para transformar o paradigma atual, mudando a perceção errada que as pessoas têm e adequando-a à realidade que já conhecia e que a minha grupeta acabou por constatar. É de facto fascinante ver a cara das pessoas quando as expectativas são baixas e depois chegam a um dos locais mais idílicos do planeta.

Considero-me por isso um privilegiado por ter acesso a tanta beleza natural e por ter a oportunidade de a apresentar a mais pessoas que se apaixonam da mesma forma que eu. Esta viagem teve para mim este condão, o de perceber que não sou eu que estou a ver mal, nem que gosto de coisas assim tão diferentes, de facto, a riqueza imaterial, a simpatia e humildade da população que toca de uma forma emocionante, a comida, as paisagens, fazem deste local um altar de espiritualidade e pureza. Quando caminhamos pela selva das ilhas e nos encontramos com as crianças locais, todos nos tentam dar a mão como sinal de conforto e proteção. É difícil que algo nos toque tanto a alma….

Guiné Bissau. Perceção vs realidade


Com dois voos semanais a partir de Julho através da companhia aérea Euroatlantic, que tem feito a sua parte para promover o país, torna-se urgente que se trabalhe para transformar o paradigma atual, mudando a perceção errada que as pessoas têm e adequando-a à realidade que já conhecia e que a minha grupeta acabou por…


A relação histórica entre Portugal e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa construída após a sua independência está recheada de ambiguidades e meias verdades muitas vezes contadas por quem nunca visitou tais sítios ou por quem só se preocupa com o racismo e o colonialismo mas que vai servindo como força de bloqueio para uma construção conjunta que possa levar ao desenvolvimento social e económico de países a quem chamamos de irmãos.

Por isso é que devemos sempre falar depois de ver ou presenciar e de formular opiniões assentes na verdade e no conhecimento da matéria de facto para que a ilusão não se confunda com a razão mas sobretudo por uma questão de justiça para com as populações que tardam em ter melhores condições de vida e acabam por sofrer as consequências da imagem que transmitimos, muitas vezes desfocada da realidade.

Enquanto escrevo esta crónica, sentado numa cadeira de madeira com o mar sobre pano de fundo, em plena praia de Rubane nas ilhas Bijagós, para onde vim na companhia de amigos, penso na imagem que eu próprio lhes passei quando os desafiei para esta viagem.

Retrato-me usando a intencionalidade de querer baixar expectativas para que eles próprios pudessem ser surpreendidos por esta terra mágica, que esconde em si própria tantos segredos que por vezes pensamos nem estar no mesmo mundo de onde saímos. De facto, sempre que pergunto a alguém em Portugal a opinião sobre a Guiné Bissau, a resposta vem muitas vezes embalada pelas histórias de violência e pela instabilidade política que carrega de medo e de insegurança qualquer perspetiva positiva e corrói um destino que tem tudo para apaixonar quem o desafia.

A opinião generalizada é tão turva e cinzenta que a grande maioria da nossa população nem sabe tão pouco o que é o arquipélago das Bijagós e olham para a Guiné como o último destino de férias. Nos jornais e televisões não se promove o facto de existir um paraíso por explorar, de língua portuguesa, a míseras 4 horas de Lisboa.

Com dois voos semanais a partir de Julho através da companhia aérea Euroatlantic, que tem feito a sua parte para promover o país, torna-se urgente que se trabalhe para transformar o paradigma atual, mudando a perceção errada que as pessoas têm e adequando-a à realidade que já conhecia e que a minha grupeta acabou por constatar. É de facto fascinante ver a cara das pessoas quando as expectativas são baixas e depois chegam a um dos locais mais idílicos do planeta.

Considero-me por isso um privilegiado por ter acesso a tanta beleza natural e por ter a oportunidade de a apresentar a mais pessoas que se apaixonam da mesma forma que eu. Esta viagem teve para mim este condão, o de perceber que não sou eu que estou a ver mal, nem que gosto de coisas assim tão diferentes, de facto, a riqueza imaterial, a simpatia e humildade da população que toca de uma forma emocionante, a comida, as paisagens, fazem deste local um altar de espiritualidade e pureza. Quando caminhamos pela selva das ilhas e nos encontramos com as crianças locais, todos nos tentam dar a mão como sinal de conforto e proteção. É difícil que algo nos toque tanto a alma….