Proposta ibérica. Bruxelas dá luz verde para limitar preços do gás

Proposta ibérica. Bruxelas dá luz verde para limitar preços do gás


Mecanismo terá uma duração de cerca de 12 meses e permitirá fixar o preço médio de gás em cerca de 50 euros por megawatt.


A Comissão Europeia já deu luz verde à proposta conjunta de Portugal e Espanha para limitar os preços do gás. A proposta ibérica tem como objetivo travar a subida do preço da eletricidade. O mecanismo terá uma duração de cerca de 12 meses e permitirá fixar o preço médio de gás em cerca de 50 euros por megawatt, contra o atual preço de referência no mercado de 90 euros.

Esta foi a resposta de Bruxelas à proposta dos dois países que pretendiam adotar medidas a curto prazo “para fixar um preço máximo de referência para o gás, a partir do qual todos os outros preços não poderão ultrapassar”, disse, na altura, o chefe de Governo português, acrescentando que ajudarão a “obter uma redução muito significativa do custo da energia, com grandes poupanças para as famílias e grandes poupanças para as empresas”.

Duarte Cordeiro, quando questionado sobre quando é que este acordo poderá refletir-se nas faturas dos consumidores, o ministro do Ambiente disse, que Portugal está “dependente da resposta” da Comissão Europeia, mas adiantou que os timings serão idênticos aos de Espanha. 

“Portugal e Espanha alcançaram um acordo político com a Comissão Europeia depois de semanas muito intensas de trabalho”, disse o governante, que se congratulou por ter sido possível chegar a “um resultado muito satisfatório”, que permitirá dissociar os preços do gás e eletricidade na Península Ibérica, que beneficiará assim de uma exceção, tal como acordado no último Conselho Europeu de 25 de março.

Na atual configuração do mercado europeu, o gás determina o preço global da eletricidade quando é utilizado, uma vez que todos os produtores recebem o mesmo preço pelo mesmo produto – a eletricidade – quando este entra na rede.

Com o aval dado no Conselho Europeu, em março, Portugal e Espanha poderão fixar preços de referência, desde que os dois países notifiquem a Comissão Europeia antes de agir e salvaguardem a concorrência europeia.

A decisão surge numa altura de tensões geopolíticas, devido à guerra da Ucrânia, que têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.