A ideia de avançar com uma taxa sobre os lucros excecionais das empresas, entre elas as do setor da energia, é uma “solução de último caso” que o Governo pode implementar se entender que é necessário. A garantia foi dada esta segunda-feira pelo ministro da Economia e do Mar.
De acordo com António Costa Silva, a medida "foi discutida no Parlamento como resposta a uma pergunta", afastando para já a sua implementação.
Ainda assim, o governante salientou que o Governo está a "radiografar todos os setores e, se houver lugar à existência de lucros inesperados e aleatórios, estaremos atentos, porque o Estado não tem recursos infinitos", acrescentando que "se conjunturalmente uma empresa que tinha lucros de 20% está com lucros de 80%, situações acima do patamar normal de lucros, podemos falar com essas empresas, de forma concertada"
E deixou uma garantia: "Isto não tem nada de drama", lembrando que países como os Estados Unidos ou a Espanha têm impostos deste género, mas "temos essa medida como último caso e caso venha a ser necessária".
Recorde-se que o Governo anunciou esta segunda-feira de manhã as medidas aprovadas com vista a travar o aumento de preço e para que possam representar "soluções que possam efetivamente aliviar as empresas e famílias, sem causar problemas na espiral inflacionista", disse a ministra da Presidência.
Em conferência de imprensa, a governante garantiu que é “imperioso proteger as empresas e famílias dos efeitos da inflação” que resulta do aumento dos custos da produção e evitar a propagação das pressões inflacionistas perante um conflito que “traz consequências devastadoras tanto no plano humanitário como no plano económico, com um potencial muito grande de destruição da coesão social”.