As mulheres dos Beatles longe do Benfica nem moram em… Liverpool


A propósito de um jogo da Liga dos Campeões, um viagem guiada pela história da música dos anos-60 e dos maiores da cidade de Liverpool.


Sou de um tempo de memórias e cheiros, imagens e sensações, desejos e apetites, viagens, idiomas e culturas. Em Nova Iorque, sob o olhar da Estátua da Liberdade, eu lobrigo o HMY Britannia, o  imponente iate real da Coroa Britânica – não das festas do 10 de Downing Street do Boris Johnson (mas dos 43 anos de Serviço de Sua Majestade, desde 1954), forjado nos estaleiros escoceses de Leith até à sua morte (em 1997), após transportar a Rainha Isabel II, Eisenhower, Ford, Reagan, Bill Clinton, as Princesas Margarida, Ana e Diana de Gales, o Príncipe Carlos, Sarah Ferguson e André, luas-de-mel de Diana e de Sarah.

No Britannia, não viajavam as múltiplas mulheres dos The Beatles, cujas nem são do Benfica, nem residem em Liverpool. Anfield Road terá muitos fãs, no âmago do vulcão dos “Reds” – quiçá, o namorado de Sir Elton John ou o escocês Rod Stewart, mas a equipa da Luz não motivará o apetite das “Donas” dos The Beatles – sobreviventes, descendentes e afins, todas abonadas, seis décadas passadas e picos. Antes do Twist and Shout, mergulhando no esoterismo de Lucy in The Sky with Diamonds (LSD) até ao Let It Be, no alto de um prédio, arquitectura mítica. Antes dos “shows”, em Hamburgo (porto da Alemanha) e da “Cavern Club”, em Liverpool.  

Na formação original dos “Fab Four” onde o baterista Randolph Pete Best e o baixo Stuart SturtclLffe foram rendidos por Ringo Starr e Paul McCartney. McCartney conheceu Lennon, dos “Quarrymen”, aos quinze e dezasseis anos de idade, respectivamente – Tony Sheridan cantava, antecedendo a magia de Brian Epstein e George Martin, Apple e Cª, Abbey Road, Parlophone, EMI, entre outras etiquetas de lenda, os timbalões em  Hard Day’s Night (no segundo semestre de 1964) a que se seguiu a digressão estado-unidense – 1964 – A Invasão Britânica de Liverpool, 1400 “shows” na América e o Ed Sullivan Show, 73 milhões de telespectadores, 55 mil espectadores no Shea Stadium, em São Francisco (15 de Agosto de 1965).

Os The Beatles mantiveram os cinco primeiro lugares do “Top-100” no “Billboard”, regressariam a S. Francisco, no Candlestick Park, em Agosto de 1966. Em 1970, Let It Be e o adeus da Banda. Entre o Love Me Do e Please Please Me até ao Hey Jude, milhões de sons VOX (aparelhagem inglesa), as líricas amorosa-acutilantes “yeah-yeah” de Lennon-McCartney, o inimitável Sargeant Peppers Lonely Hearts Club Band, o “féretro” musical-”bye”de Let It Be.

Entretanto, a Caverna de Liverpool acolhia  os Rolling Stones, The Kinks, Petula Clark, The Yardbirds, The Hollies, Elton John,Queen, Black Sabbath, The Who, Cilla Black e o norte-americano John Lee Hooker. 

Stones com o seu desaparecido baterista, Charlie Watts, de Satisfaction e Sympathy for the Devil. Estiveram em Alvalade tal como Michael Jackson, Elton John;  Bryan Adams, na Luz ; Genesis com Peter Gabriel e Phil Collins, na bateria, no Pavilhão de Cascais, que acolhera os Procol Harum e os Blood, Sweat and Tears. Depois de Sarah Vaughn, Dizzie Gillespie, Duke Ellington, pela mão sábia de Luiz Villas-Boas.  Antes, Vasco Morgado levara ao Monumental Gilbert Bécauld, Charles Aznavour, Jose Feliciano, The Animals, The Searchers, Adamo, Johnny Hallyday, Sylvie Vartan, Vítor Gomes e os Gatos Negros, o Conjunto João Paulo, com Sérgio Borges, da Madeira. A bateria de Sammy Davis por lá passou, igualmente. 

Salazar e The Beatles. Por seu lado, o Casino Estoril convidava Louis Armstrong e Dick Rivers e os “Chats Sauvages”.  No então palco do Império, os “The Shadows” com Hank Marvin e a sua “‘Fender Stratocaster”, a aparelhagem VOX.   A invasão dos “Marshal” (USA) com válvulas em vez de transístores, viriam a seguir, A cantora anafada dos Mamas and the Pappas ainda não dentara a sandes de presunto fatal. Cantinflas e Marisol, parangonas, no Odeon e cinema Roma.

O leitor pode perguntar – no firmamento dos astros…e os The Beatles?  António Salazar nunca permitiu a “Beatlemania” em Lisboa. Seria que as meninas histéricas e os jovens tresloucados poderiam importunar a chacina estúpida da guerra colonial, meio milhão de “boys” e as “flausinas” páraquedistas assediando as nativas  e as “madames” das “boîtes” de Luanda, Guiné e Lourenço Marques….? 

Ringo Starr era o rebelde, o menino-feio, manuseando ritmos estranhos e assinando uma bateria norte-americana, “Ludwig” e pratos turcos “Avedis-Zildjean”. Embeiçou-se por uma “Bond-Girl”, de seu nome Barbara Bach (O Espião que Amava – 1977), abandonando as telas em 1986 – ainda, rodou O Comando 10 de Navarone (1978), A Ilha dos Homens-Peixe (1979) e The Unseen (1980). 27 “Bond-girls” – um naipe espaventoso de que se destacam Ursula Andress, Grace Jones,  Diana Rigg, Britt Ekland, Jane Seymour, Jill St John, Sophie Marceau, Halle Berry, Eva Green.

“Ludwig” e pratos turcos, que “ensinam a tocar”, muito caros, imagina-se. Barata, a gasolina e a Coca-Cola, esta proibida por Salazar. Era a onda do Canada Dry, dos sacos americanos com roupa barata,  em segunda mão.  As inglesas – talvez, “groupies” – desembarcavam de cruzeiros, vindos de Southampton, munidas de erva e pílulas anti-concepcionais que assustavam as recatadas famílias lusas. Portugal triste dos anos-60. 

292 na Cavern. Na The Cavern Club, em Liverpool, The Beatles actuaram 292 vezes, desde a estreia (9 de Fevereiro de 1961) até à derradeira aparição, em Agosto de 1963. Liverpool após Hamburgo. George Martin contratara-os para a Parlophone da EMI e a sua música passou para Manchester e Norte de Inglaterra, expandindo o seu som e letras. 

O recorde de aparições dos The Beatles, somente, foi superado pelos Hideaways, com 400 “shows”, desde 23 de Julho de  de 1966, ao tempo do ex-primeiro ministro inglês, Harold Wilson, firmando o seu nome no “Hall of Fame” daquela Casa. Localizada em Mathew Street, 8-12, em Liverpool, a “The Cavern Club” – inaugurada em 1957 como Clube de Jazz – seria vulcão do “rock and roll”, em 60, distinguindo-se como alforge do “Merseybeat” e dos The Beatles.

As mulheres  deles: Ringo Starr, antes de Barbara Bach – 1981 até ao presente –  casara-se com Maureen Cox, dez  anos antes do divórcio, em 1975. Ringo deixou de dar autógrafos.

Paul McCartney, genial, amara Linda Eastman, dona da Kodak, pai de Stella, (1969-1998), seguindo-se Heather Mills (2002-206), antes do divórcio litigioso. Fala-se que Paul terá telefonado a Madonna Ciccone, buscando um advogado. E nova ligação sentimental com a americana Nancy Shevell, desde 2011 até ao presente. Agora, ele escreve para Beyonce e Cª.

John Lennon  – dois nomes: Cynthia Powel (1962- 1968, divórcio); Cynthia escreveu no seu livro autobiográfico que experimentara LSD a pedido de Lennon, estilo cobaia; e o furacão nipónico Yoko Ono, com quem se apresentou, ambos sem roupa, numa banheira de hotel de luxo. Os “media” cuidavam do perfumado sabonete…

George Harrison – dois amores, Pattie Boyd, 1966-1977, antes do divórcio ; e a actual viúva, Olivia Harrison (desde 1978).
Leio uma Rock Encyclopedia, de Lillian Roxon, EUAmérica, 1969, onde o Autor revela que Ringo Starkey era mestre em tocar órgão, além da bateria. No dia em que Paul nasceu lideravam as tabelas musicais Harry James e  o estilo de Glenn Miller, Benny Goodman ou Guy Lombardo. Nascidos nos anos 40, os “Fab Four” bebiam das “Big Bands”, o planeta Terra em guerra, deliciava-se com Bing Crosby, Perry Como, as Andrew Sisters misturavam rum com coca-cola, Peggie Lee, Nat King Cole, Dinah Shore e Frankie Laine, num tempo em que “ninguém comprava discos”. Bill Haley (“Rock Around the Clock”) e The Beatles inverteram o destino comercial da Indústria da  Música, juntando-se a Elvis Presley (1955) com “Heartbreak Hotel”, Paul tinha catorze anos de idade, juntara-se a John Lennon nos “Quarrymen”, numa Inglaterra conquistada por ELVIS, Tommy Steele, Everly Brothers, Cliff  Richard.

George Harrison -1958 – entrava nos”The Rebels” e juntou-se aos “Quarrymen”, estreando as calças justas enquanto a Europa  ouvia Volare , Ricky Nelson, o Trio  Kingston e a revolução “folk” de Bob Dylan, 1961, anti-Vietname. Em 1959, o nome dos “Quarrymen” mudou para “The Silver Beatles”  ao tempo de Frankie Avalon, Ray Charles e o cantor Tony Sheridan, voz dos The Beatles. Ringo substituiu Pete Best, à data de 28 de Agosto, 1961, marcou a aposta de Brian Epstein com My Bonnie, Ringo cortaria a barba, retirou a gordura do cabelo e, na América, surgiram os “Beach Boys”, embora os seus rivais fossem ingleses (“The Animals” e “Manfred Mann” e,  na América,  BobbyVinton  (“Blue Velvet”), Bob Dylan, “The Supremes”.

Lennon unira a sua vida à cineasta japonesa – e ceramista plástica vanguardista,  Yoko Ono, “docemente sem roupa”, em capa de disco. A vida sentimental complexa igualava uma “montanha russa”, “singles” e álbuns  invadiam o Planeta Beatlemaníaco.

Cavern Club por razões estruturais, o Clube foi encerrado e reconstruído, tijolos antigos para novos ângulos, outros quinze mil tijolos foram acrescentados aos cinco milhares dos antigos (do porão e armazém), parte da receita reverteu para uma obra de crianças de Strawberry Field. Ainda foram utilizados tijolos originais no “Live Lounge”,  uma réplica do Clube matriz, relegando a estátua de Cilla Black, para um Saída de Incêndio, local da entrada original.

Nota para todos os benfiquistas e mais visitantes ocasionais – A gestão da “The Cavern Club”  foi assumida por um ex-jogador do Liverpool FC, de nome Tommy Smith. Aliás, um faustoso projecto que viria a ser  mudado, após dezoito meses de paragem.  Em 1991, dois amigos – o professor Bill Heckle e o taxista Dave Jones – reabriram ,  com o apoio de  George Guiness, a Caverna possível, prosseguindo o Clube  como palco para música ao vivo. E, em 14 de Dezembro de 1999, Paul McCartney voltou a tocar no New Cavern Club, o seu álbum Run Devil Run. 

McCartney actou durante duas horas – superando a previsão inicial de 45 minutos. Lennon referiu a CAVERN em duas das suas biografias (2009, “Nowhere Boy” e The John Lennon Story, além do filme Across de Universe. De Amesterdão (de  Jacques Brel) até Liverpool (imortalizado por Michelle, Ma Belle ou Ruby Tuesday, dos The Beatles, o ideal da ponte que a águia Vitória nunca sonhou voar. Under My Sun. 

As mulheres dos Beatles longe do Benfica nem moram em… Liverpool


A propósito de um jogo da Liga dos Campeões, um viagem guiada pela história da música dos anos-60 e dos maiores da cidade de Liverpool.


Sou de um tempo de memórias e cheiros, imagens e sensações, desejos e apetites, viagens, idiomas e culturas. Em Nova Iorque, sob o olhar da Estátua da Liberdade, eu lobrigo o HMY Britannia, o  imponente iate real da Coroa Britânica – não das festas do 10 de Downing Street do Boris Johnson (mas dos 43 anos de Serviço de Sua Majestade, desde 1954), forjado nos estaleiros escoceses de Leith até à sua morte (em 1997), após transportar a Rainha Isabel II, Eisenhower, Ford, Reagan, Bill Clinton, as Princesas Margarida, Ana e Diana de Gales, o Príncipe Carlos, Sarah Ferguson e André, luas-de-mel de Diana e de Sarah.

No Britannia, não viajavam as múltiplas mulheres dos The Beatles, cujas nem são do Benfica, nem residem em Liverpool. Anfield Road terá muitos fãs, no âmago do vulcão dos “Reds” – quiçá, o namorado de Sir Elton John ou o escocês Rod Stewart, mas a equipa da Luz não motivará o apetite das “Donas” dos The Beatles – sobreviventes, descendentes e afins, todas abonadas, seis décadas passadas e picos. Antes do Twist and Shout, mergulhando no esoterismo de Lucy in The Sky with Diamonds (LSD) até ao Let It Be, no alto de um prédio, arquitectura mítica. Antes dos “shows”, em Hamburgo (porto da Alemanha) e da “Cavern Club”, em Liverpool.  

Na formação original dos “Fab Four” onde o baterista Randolph Pete Best e o baixo Stuart SturtclLffe foram rendidos por Ringo Starr e Paul McCartney. McCartney conheceu Lennon, dos “Quarrymen”, aos quinze e dezasseis anos de idade, respectivamente – Tony Sheridan cantava, antecedendo a magia de Brian Epstein e George Martin, Apple e Cª, Abbey Road, Parlophone, EMI, entre outras etiquetas de lenda, os timbalões em  Hard Day’s Night (no segundo semestre de 1964) a que se seguiu a digressão estado-unidense – 1964 – A Invasão Britânica de Liverpool, 1400 “shows” na América e o Ed Sullivan Show, 73 milhões de telespectadores, 55 mil espectadores no Shea Stadium, em São Francisco (15 de Agosto de 1965).

Os The Beatles mantiveram os cinco primeiro lugares do “Top-100” no “Billboard”, regressariam a S. Francisco, no Candlestick Park, em Agosto de 1966. Em 1970, Let It Be e o adeus da Banda. Entre o Love Me Do e Please Please Me até ao Hey Jude, milhões de sons VOX (aparelhagem inglesa), as líricas amorosa-acutilantes “yeah-yeah” de Lennon-McCartney, o inimitável Sargeant Peppers Lonely Hearts Club Band, o “féretro” musical-”bye”de Let It Be.

Entretanto, a Caverna de Liverpool acolhia  os Rolling Stones, The Kinks, Petula Clark, The Yardbirds, The Hollies, Elton John,Queen, Black Sabbath, The Who, Cilla Black e o norte-americano John Lee Hooker. 

Stones com o seu desaparecido baterista, Charlie Watts, de Satisfaction e Sympathy for the Devil. Estiveram em Alvalade tal como Michael Jackson, Elton John;  Bryan Adams, na Luz ; Genesis com Peter Gabriel e Phil Collins, na bateria, no Pavilhão de Cascais, que acolhera os Procol Harum e os Blood, Sweat and Tears. Depois de Sarah Vaughn, Dizzie Gillespie, Duke Ellington, pela mão sábia de Luiz Villas-Boas.  Antes, Vasco Morgado levara ao Monumental Gilbert Bécauld, Charles Aznavour, Jose Feliciano, The Animals, The Searchers, Adamo, Johnny Hallyday, Sylvie Vartan, Vítor Gomes e os Gatos Negros, o Conjunto João Paulo, com Sérgio Borges, da Madeira. A bateria de Sammy Davis por lá passou, igualmente. 

Salazar e The Beatles. Por seu lado, o Casino Estoril convidava Louis Armstrong e Dick Rivers e os “Chats Sauvages”.  No então palco do Império, os “The Shadows” com Hank Marvin e a sua “‘Fender Stratocaster”, a aparelhagem VOX.   A invasão dos “Marshal” (USA) com válvulas em vez de transístores, viriam a seguir, A cantora anafada dos Mamas and the Pappas ainda não dentara a sandes de presunto fatal. Cantinflas e Marisol, parangonas, no Odeon e cinema Roma.

O leitor pode perguntar – no firmamento dos astros…e os The Beatles?  António Salazar nunca permitiu a “Beatlemania” em Lisboa. Seria que as meninas histéricas e os jovens tresloucados poderiam importunar a chacina estúpida da guerra colonial, meio milhão de “boys” e as “flausinas” páraquedistas assediando as nativas  e as “madames” das “boîtes” de Luanda, Guiné e Lourenço Marques….? 

Ringo Starr era o rebelde, o menino-feio, manuseando ritmos estranhos e assinando uma bateria norte-americana, “Ludwig” e pratos turcos “Avedis-Zildjean”. Embeiçou-se por uma “Bond-Girl”, de seu nome Barbara Bach (O Espião que Amava – 1977), abandonando as telas em 1986 – ainda, rodou O Comando 10 de Navarone (1978), A Ilha dos Homens-Peixe (1979) e The Unseen (1980). 27 “Bond-girls” – um naipe espaventoso de que se destacam Ursula Andress, Grace Jones,  Diana Rigg, Britt Ekland, Jane Seymour, Jill St John, Sophie Marceau, Halle Berry, Eva Green.

“Ludwig” e pratos turcos, que “ensinam a tocar”, muito caros, imagina-se. Barata, a gasolina e a Coca-Cola, esta proibida por Salazar. Era a onda do Canada Dry, dos sacos americanos com roupa barata,  em segunda mão.  As inglesas – talvez, “groupies” – desembarcavam de cruzeiros, vindos de Southampton, munidas de erva e pílulas anti-concepcionais que assustavam as recatadas famílias lusas. Portugal triste dos anos-60. 

292 na Cavern. Na The Cavern Club, em Liverpool, The Beatles actuaram 292 vezes, desde a estreia (9 de Fevereiro de 1961) até à derradeira aparição, em Agosto de 1963. Liverpool após Hamburgo. George Martin contratara-os para a Parlophone da EMI e a sua música passou para Manchester e Norte de Inglaterra, expandindo o seu som e letras. 

O recorde de aparições dos The Beatles, somente, foi superado pelos Hideaways, com 400 “shows”, desde 23 de Julho de  de 1966, ao tempo do ex-primeiro ministro inglês, Harold Wilson, firmando o seu nome no “Hall of Fame” daquela Casa. Localizada em Mathew Street, 8-12, em Liverpool, a “The Cavern Club” – inaugurada em 1957 como Clube de Jazz – seria vulcão do “rock and roll”, em 60, distinguindo-se como alforge do “Merseybeat” e dos The Beatles.

As mulheres  deles: Ringo Starr, antes de Barbara Bach – 1981 até ao presente –  casara-se com Maureen Cox, dez  anos antes do divórcio, em 1975. Ringo deixou de dar autógrafos.

Paul McCartney, genial, amara Linda Eastman, dona da Kodak, pai de Stella, (1969-1998), seguindo-se Heather Mills (2002-206), antes do divórcio litigioso. Fala-se que Paul terá telefonado a Madonna Ciccone, buscando um advogado. E nova ligação sentimental com a americana Nancy Shevell, desde 2011 até ao presente. Agora, ele escreve para Beyonce e Cª.

John Lennon  – dois nomes: Cynthia Powel (1962- 1968, divórcio); Cynthia escreveu no seu livro autobiográfico que experimentara LSD a pedido de Lennon, estilo cobaia; e o furacão nipónico Yoko Ono, com quem se apresentou, ambos sem roupa, numa banheira de hotel de luxo. Os “media” cuidavam do perfumado sabonete…

George Harrison – dois amores, Pattie Boyd, 1966-1977, antes do divórcio ; e a actual viúva, Olivia Harrison (desde 1978).
Leio uma Rock Encyclopedia, de Lillian Roxon, EUAmérica, 1969, onde o Autor revela que Ringo Starkey era mestre em tocar órgão, além da bateria. No dia em que Paul nasceu lideravam as tabelas musicais Harry James e  o estilo de Glenn Miller, Benny Goodman ou Guy Lombardo. Nascidos nos anos 40, os “Fab Four” bebiam das “Big Bands”, o planeta Terra em guerra, deliciava-se com Bing Crosby, Perry Como, as Andrew Sisters misturavam rum com coca-cola, Peggie Lee, Nat King Cole, Dinah Shore e Frankie Laine, num tempo em que “ninguém comprava discos”. Bill Haley (“Rock Around the Clock”) e The Beatles inverteram o destino comercial da Indústria da  Música, juntando-se a Elvis Presley (1955) com “Heartbreak Hotel”, Paul tinha catorze anos de idade, juntara-se a John Lennon nos “Quarrymen”, numa Inglaterra conquistada por ELVIS, Tommy Steele, Everly Brothers, Cliff  Richard.

George Harrison -1958 – entrava nos”The Rebels” e juntou-se aos “Quarrymen”, estreando as calças justas enquanto a Europa  ouvia Volare , Ricky Nelson, o Trio  Kingston e a revolução “folk” de Bob Dylan, 1961, anti-Vietname. Em 1959, o nome dos “Quarrymen” mudou para “The Silver Beatles”  ao tempo de Frankie Avalon, Ray Charles e o cantor Tony Sheridan, voz dos The Beatles. Ringo substituiu Pete Best, à data de 28 de Agosto, 1961, marcou a aposta de Brian Epstein com My Bonnie, Ringo cortaria a barba, retirou a gordura do cabelo e, na América, surgiram os “Beach Boys”, embora os seus rivais fossem ingleses (“The Animals” e “Manfred Mann” e,  na América,  BobbyVinton  (“Blue Velvet”), Bob Dylan, “The Supremes”.

Lennon unira a sua vida à cineasta japonesa – e ceramista plástica vanguardista,  Yoko Ono, “docemente sem roupa”, em capa de disco. A vida sentimental complexa igualava uma “montanha russa”, “singles” e álbuns  invadiam o Planeta Beatlemaníaco.

Cavern Club por razões estruturais, o Clube foi encerrado e reconstruído, tijolos antigos para novos ângulos, outros quinze mil tijolos foram acrescentados aos cinco milhares dos antigos (do porão e armazém), parte da receita reverteu para uma obra de crianças de Strawberry Field. Ainda foram utilizados tijolos originais no “Live Lounge”,  uma réplica do Clube matriz, relegando a estátua de Cilla Black, para um Saída de Incêndio, local da entrada original.

Nota para todos os benfiquistas e mais visitantes ocasionais – A gestão da “The Cavern Club”  foi assumida por um ex-jogador do Liverpool FC, de nome Tommy Smith. Aliás, um faustoso projecto que viria a ser  mudado, após dezoito meses de paragem.  Em 1991, dois amigos – o professor Bill Heckle e o taxista Dave Jones – reabriram ,  com o apoio de  George Guiness, a Caverna possível, prosseguindo o Clube  como palco para música ao vivo. E, em 14 de Dezembro de 1999, Paul McCartney voltou a tocar no New Cavern Club, o seu álbum Run Devil Run. 

McCartney actou durante duas horas – superando a previsão inicial de 45 minutos. Lennon referiu a CAVERN em duas das suas biografias (2009, “Nowhere Boy” e The John Lennon Story, além do filme Across de Universe. De Amesterdão (de  Jacques Brel) até Liverpool (imortalizado por Michelle, Ma Belle ou Ruby Tuesday, dos The Beatles, o ideal da ponte que a águia Vitória nunca sonhou voar. Under My Sun.