Depois de o Parlamento ter chumbado o nome de Gabriel Mithá Ribeiro (Chega) para assumir um cargo na vice-presidência da Assembleia da República, o deputado disse que não foi votado por racismo, ao sentir-se rejeitado pela "qualidade de ser negro".
Em declarações aos jornalistas, Gabriel Mithá Ribeiro começou por dizer que foi "rejeitado num país que anda há décadas a dizer que combate o racismo, a discriminação".
"Quando nós nos candidatamos, candidatamos como membros de um partido, de acordo com a sua ideologia e orientação, mas sempre que nos candidatamos, também representamos sensibilidades sociais", realçou o deputado do Chega, que estava acompanhado pelo líder do partido, André Ventura, e o também chumbado Diogo Pacheco de Amorim, o primeiro nome a ser apontado pelo Chega para a vice-presidência.
Mithá Ribeiro disse que não pode "apagar a ideia de ser professor" nem "ser negro", ambas qualidades que representa, e que se sentiu rejeitado.
No entanto, questionado pelos jornalistas, o representante do Chega também defendeu que não "devia ser eleito por ser negro", mas que, a partir de agora, vai "deixar de acreditar" nas "pessoas que dizem que são antirracistas, que defendem as quotas e as minorias, defendem na teoria, porque na prática fazem isto".
Esta quinta-feira, realizou-se a votação para a Mesa da vice-presidência da Assembleia da República no Parlamento. Os deputados escolheram Edite Estrela (PS) e Adão Silva (PSP) para dois dos quatro lugares. Já João Cotrim Figueiredo (Iniciativa Liberal) ficou a oito votos dos 116 necessários para ser eleito, e Diogo Pacheco de Amorim também ficou pelo caminho.
A Iniciativa Liveral não apresentou outro nome para uma segunda votação, ao passo que o Chega avançou com Gabriel Mithá Ribeiro, nome que já tinha sido referenciado pelo partido antes da eleição destes órgãos.