Acidente na A6. Seguradora paga pensão a família de vítima

Acidente na A6. Seguradora paga pensão a família de vítima


A viúva do trabalhador atropelado vai receber 60% do vencimento mensal do marido.


Cerca de sete meses depois das queixas do advogado que representa a família do trabalhador atropelado mortalmente pelo carro onde seguia, a 18 de junho, na A6, o ministro da Administração Interna, sobre os atrasos na atribuição de um apoio financeiro à família da vítima, a seguradora Caravela decidiu avançar com o pagamento das pensões de sobrevivência à mesma, classificando este acidente como um acidente de trabalho. Segundo o i apurou, a viúva vai receber 60 por cento do vencimento mensal da vítima, perpetuamente, e as filhas os restantes 40 por cento, até atingirem os 25 anos de idade, após ter sido alcançado um acordo entre as partes: a companhia de seguros da Brisa chegou a acordo, na conferência que a lei prevê, convocada pelo Ministério Público, antes de o processo chegar à fase litigiosa no Tribunal do Trabalho. Recorde-se que a família da vítima recebe, há cerca de dois meses, uma verba da Segurança Social, calculada com base nos anos de descontos da vítima mortal do acidente de 18 de junho de 2021, quando cumpria 43 anos de idade.

Após o acidente, recorde-se, o jurista apontou o dedo ao ministro da Administração Interna – e à Segurança Social – pelos atrasos no processo  para que a família da vítima seja apoiada, em agosto do ano passado. “O ministro, numa altura em que veio a público, disse que ia agilizar a Segurança Social, para dar à viúva e às filhas aquilo a que têm direito, as pensões, mas não aconteceu nada disso. O mais atrasado tem exatamente a ver com a Segurança Social e com o processo criminal”, argumentou o advogado na altura, acusando ainda: “Para que a filha mais velha, de 19 anos, que é estudante, desempregada e figura no IRS dos pais, tivesse apoio judiciário, do qual agora já beneficia, até tivemos que provar que não tinha casas, nem carros em seu nome”.

A 18 de junho do ano passado, quando seguia na A6, na zona de Évora, o carro onde se encontrava Eduardo Cabrita, então ministro da Administração Interna, atropelou mortalmente um trabalhador que fazia a manutenção da via.

Quase um ano depois do acidente, muito mudou. Cabrita não é mais ministro, tendo-se demitido em dezembro do ano passado, apenas horas após se ter tornado público que o carro do ministro circulava a 163km/h, deduzindo o Ministério Público acusação contra o motorista do então ministro, que foi acusado de homicídio por negligência. “Mais do que ninguém lamento essa trágica perda irreparável e a minha solidariedade vai para família da vítima. Desde então, foi com grande sacrifício pessoal que verifiquei com estupefação o aproveitamento político que foi feito de uma tragédia pessoal”, disse Eduardo Cabrita, aquando do anúncio da sua demissão.