Dizem que o amor não escolhe idades. E Silvio Berlusconi acaba de o comprovar. O magnata italiano casou recentemente, ainda que de forma simbólica, com Marina Fascina. O ex-primeiro-ministro italiano, atualmente com 85 anos, apaixonou-se pela deputada do seu partido, Forza Italia, 53 anos mais nova e a boda realizou-se no passado sábado, num mansão em Brianza, na região da Lombardia.
A relação dura há mais de dois anos mas esta ‘oficialização’ foi apenas simbólica, uma vez que não contou com qualquer vínculo jurídico ou civil. “A relação de amor, estima e respeito que me liga à senhora Marta Fascina é tão profunda e sólida que não há necessidade da formalizar com matrimónio”, alegou o próprio Berlusconi. Ainda assim, o casamento oficial pode não estar fora de questão: “Precisamente porque é uma ligação tão profunda e importante, planeio com a Marta num futuro próximo celebrá-la como merece, com um evento que vai envolver os meus filhos e queridos amigos”.
Com direito a alianças, cerca de 60 convidados e copo de água, tudo parecia um casamento a sério, mas não foi. Silvio Berlusconi e Marina Fascina permanecem apenas como namorados apesar de o magnata definir o ato como “uma festa de amor”. Berlusconi agradeceu aos céus por lhe ter dado “uma mulher que me quer bem”.
O magnata já foi foi casado por duas vezes, tendo nascido cinco filhos dessas uniões, e esteve nas bocas do mundo à conta das polémicas festas ‘bunga-bunga’ nas suas mansões em Milão. Os eventos, que aconteceram no início de 2010, rendem-lhe até hoje processos judiciais. Mas já lá vamos.
As maleitas, os ataques, os internamentos A vida do ex-primeiro ministro italiano tem sido marcada por escândalos e peripécias. Mas também por problemas de saúde. Recentemente, depois de ter desistido da candidatura à presidência de Itália, foi hospitalizado em Milão devido a uma infeção. Ainda assim, o seu estado de saúde, por essa altura, não foi considerado grave.
Em 2016, com 79 anos, já tinha sido internado para a realização de exames médicos depois de sofrer uma insuficiência cardíaca. Segundo os médicos, não corria perigo de vida, como aliás se comprovou.
Mas as maleitas vêm de trás. Berlusconi foi operado em 2006 nos Estados Unidos depois de ter desmaiado em público.
Nessa altura foi explicado que teve de ser submetido a “uma intervenção cardíaca necessária para a correção de um transtorno do ritmo”, tendo colocado um pacemaker.
O internamento aconteceu numa altura em que o magnata negociava a venda de 70% do clube italiano AC Milan, do qual é dono, para investidores chineses. Clube do qual, aliás, já não é dono.
Em 2009 voltou a ter de ser hospitalizado, desta feita na sequência de um ataque de um homem tresloucado, que o atingiu com um souvenir muito popular entre os turistas: uma miniatura da catedral de Milão. As torres e agulhas do templo gótico deixaram marcas visíveis no rosto do político, que teve de ser internado de urgência devido à perda de sangue e dentes partidos. Il Cavaliere, como também é conhecido, é um homem que desperta paixões e ódios:_anos antes já tinha sido atingido na nuca por um anónimo munido com um tripé de fotografia.
A vida boémia do rei dos escândalos
A vida de Silvio Berlusconi já deu muitas voltas e muito antes de ver o seu nome associado ao desporto foram a política e os escândalos que o trouxeram para a ribalta.
Aos 18 anos começou a vida profissional como corretor de imóveis, tendo chegado a fazer atuações musicais em cruzeiros.
Pouco depois começou a estudar direito na Universidade de Milão mas mais tarde chegou o gosto pela arquitetura.
Gosto esse que transitou rapidamente para a comunicação social. Em 1974 comprou o seu primeiro canal de televisão. Atualmente ainda é proprietário do império italiano Mediaset.
A vida política chega mais tarde. Eleito primeiro-ministro de Itália em 1994, ocupou o cargo durante 17 anos, até à sua renúncia em 2011.
Acabaria por ser afastado da política em 2015, depois de ter sido condenado a três anos de prisão por uma fraude fiscal cometida em 2013, ano em que foi considerado o 194º homem mais rico do mundo pela revista Forbes. Contudo, a pena nunca foi aplicada.
E os escândalos sexuais? A estes escândalos de corrupção na vida de Berlusconi juntavam-se já nesta altura os escândalos sexuais.
Um dos casos mais mediáticos é o das festas “bunga-bunga”, no qual o antigo dono do AC Milan era acusado de ter pago para ter relações sexuais com uma menor e ter tentado encobrir o caso.
Berlusconi defendeu-se dizendo que dava dinheiro à jovem para a ajudar, mas mesmo assim foi condenado a sete anos de prisão. Contudo, o recurso permitiu que o ex-primeiro-ministro saísse em liberdade. Nessa altura, Itália e o mundo não falavam de outra coisa e se a popularidade de Berlusconi já estava baixa, desceu ainda mais. Em 2015, o tribunal superior confirmou a absolvição de Berlusconi.
Mas este não foi o primeiro caso sexual em que se viu envolvido. Em 2009 já era sabido que o magnata mantinha relações com menores. Aliás, foi exatamente este o motivo que levou a sua ex-mulher a pedir o divórcio: Veronica Lario disse então não querer morar com um homem que “frequentava menores”.
E, em fevereiro de 2016, Iris Berardi, uma jovem brasileira, admitiu ter frequentado as famosas festas de Berlusconi, acrescentando que chegou a receber 5,5 mil euros por mês por cada participação.
A veia solidária
Apesar da vida de escândalos, Berlusconi possui também uma veia solidária. Recentemente, colocou alguns de seus imóveis à disposição para abrigar refugiados da Ucrânia.
A notícia foi avançada à ANSA por Stefano Bandecchi, fundador da Universidade dos Estudos Niccolò Cusano . “Berlusconi disse-me que colocou à disposição dos refugiados da Ucrânia algumas casas vazias que tem, e que também pensa em utilizar para isso os quartos da Vila Gernetto”, revelou Bandecchi.