Projeto quer ajudar 18 crianças com dificuldades de aprendizagem em Cabo Verde

Projeto quer ajudar 18 crianças com dificuldades de aprendizagem em Cabo Verde


Não existem terapeutas da fala em Cabo Verde e as crianças com dificuldades de aprendizagem precisam de ajuda. A Speechcare, grupo de terapeutas da fala, diz querer fazer a diferença, promovendo uma campanha de formação. 


A SpeechCare, o Instituto para o Desenvolvimento Social (IDS) e as Aldeias Infantis SOS de Cabo Verde, iniciam este mês um projeto que visa formar profissionais — nos ramos da educação e da saúde — para ajudar um total de 18 crianças com dificuldades de aprendizagem.  

"As Aldeiras SOS lançaram uma campanha para ajudar 18 crianças diagnosticadas com paralisia cerebral, síndrome de down e dislexia. Têm todas mais de 11 anos. E não identificaram nenhuma criança mais nova, o que significa que as que apresentam dificuldades como estas não estão a conseguir ser detetadas. A ideia do curso é precisamente dar ferramentas para que os problemas possam ser identificados o mais cedo possível", explica Gonçalo Leal ao i, diretor-geral da SpeechCare, uma equipa de profissionais especializados nos diferentes domínios da Terapia da Fala.

"Como eu estou à frente de uma equipa de terapia da fala, entrei em contacto e oferecemo-nos para nos deslocar a cabo verde, avaliar estas crianças e formar pessoas dentro das aldeias SOS que as possam ajudar", realçou Gonçalo Leal. 

Cabo Verde não tem terapeutas da fala — o que motivou o diretor-geral da SpeechCare a fazer "alguma coisa ainda com mais impacto". Pensou-se, assim, "dar formação a profissionais para que consigam dar apoio às crianças que possam ter problemas de linguagem, de fala e de comunicação".

Em comunicado, a equipa explica que a formação, que se inicia na próxima segunda-feira, "visa capacitar profissionais locais, que acompanham crianças em idade pré-escolar e escolar, nas escolas e autoridades públicas. Com um total de 20 horas, o programa foca-se na deteção precoce de crianças com dificuldades na aquisição das competências básicas de leitura e escrita, motivadas por dificuldades de fala, linguagem e comunicação". 

Os inscritos têm cerca de um mês para completar a formação e terão uma avaliação para "assegurar que os conteúdos foram adquiridos", explica Gonçalo Leal. "E depois há a parte prática, em abril". 

O projeto conta o apoio financeiro da Câmara de Comércio do Luxemburgo e Cabo Verde (CCLVC) e ao Tropics Group Lusófon, "que patrocinam as deslocações dos terapeutas que vão para o terreno", conclui. 

A realização de futuras edições, com o seu alargamento a mais entidades, "permitirá um impacto social de médio-longo prazo, assim como o desenvolvimento de ferramentas de terapia da fala específicas para Cabo Verde", diz ainda a publicação.