Matthew Williams. “Descobri que não nascemos a odiar: aprendemos a odiar”

Matthew Williams. “Descobri que não nascemos a odiar: aprendemos a odiar”


Em ‘A Ciência do Ódio’, o professor de Criminologia explora e dá a conhecer a linha ténue entre o preconceito e o ódio.


Dedica-se à investigação académica dos crimes de ódio há mais de 20 anos e coordenou o maior estudo dedicado à vitimização do ódio no Reino Unido. Professor de Criminologia na Universidade de Cardiff, Matthew Williams é considerado um dos maiores especialistas do mundo em formas contemporâneas de ódio e cibercrime.

No HateLab – que se apresenta como um “centro global de dados e insights sobre discurso de ódio e crimes” – lidera a análise de dados online e offline, recorrendo a métodos de ciência de dados, incluindo formas éticas de Inteligência Artificial, para medir e combater o problema do ódio online e offline. O Painel de Discurso de Ódio Online, esclarece o site oficial, “foi desenvolvido por académicos com parceiros políticos para fornecer tendências agregadas ao longo do tempo e do espaço”, enquanto o Dashboard está a ser testado no National Online Hate Crime Hub e foi anunciado pelo ministro do Interior do Reino Unido em 2017.

Líder de um grupo financiado por doações do Economic and Social Research Council (ESRC), parte do UK Research and Innovation (UKRI) e do Departamento de Justiça dos EUA, o licenciado em Sociologia, mestre em Criminologia e Justiça Criminal e doutorado em_Criminologia não esquece o dia em que percebeu aquilo que era o ódio: quando, devido à sua orientação sexual, foi agredido à porta de um bar de Londres. A partir daí, questionou-se e comprometeu-se a encontrar respostas.

No final dos anos 90, estava a terminar a licenciatura em Sociologia, na Universidade de Cardiff, quando foi festejar o fim da época de exames num bar gay de Londres. Estava com os seus amigos e, quando foi ao exterior fumar um cigarro, alguém pediu-lhe lume.

Estava um dia soalheiro, fomos beber e comer a um bar na Tottenham Court Road. Quando fui fumar, um homem perguntou-me se tinha um isqueiro e, no espaço de segundos, estava no chão. Senti o sabor do sangue na minha boca e entendi que tinha sido vítima de um crime de ódio. Eram três rapazes e um deles insultou-me continuamente, dizendo coisas como “Seu paneleiro de merda!”. Tornou-se totalmente óbvio de que me tratavam mal por ser gay. Naquela época, não existia qualquer lei que criminalizasse os crimes de ódio homofóbicos: poderia ter feito queixa do ataque de que fui alvo, à polícia, mas não o ataque à minha identidade. E, claro, não queria assumir a minha homossexualidade perante os agentes porque já tinha ouvido histórias de rapazes que tinham sofrido quando o fizeram. A animosidade pairava no ar e estava com medo. Foi a experiência que tive, deixou-me desestabilizado, penso que fiquei traumatizado e questionei-me continuamente: “Porquê a mim?”.

Alguma vez tinha sido atacado? Por exemplo, de forma verbal?

Foi o primeiro ataque físico – e o último, orgulho-me de o dizer –, mas já tinha ouvido insultos terríveis antes. Por outro lado, experienciei ódio online.

E ainda passa por isso? A sociedade evoluiu positivamente, certo?

Sem dúvida. Naquele dia, senti-me completamente consumido por aquilo que me tinham feito e não entendia o motivo pelo qual aquelas pessoas tinham chegado àquele ponto só para atacar alguém. Parecia algo que tinha sido planeado e não propriamente um crime de ocasião. Eles queriam mostrar que odiavam os homossexuais e aconteceu que eu fui o azarado que encontraram.

Estava no lugar errado à hora errada, como se costuma dizer?

Absolutamente. Já tinha ouvido falar do bullying gay (gay bashing) e sabia que era uma espécie de “desporto” para jovens que queriam espancar homossexuais. E, nos EUA, faziam isso com hispânicos e latinos. Se eles estivessem bêbedos ou tivéssemos discutido, por exemplo, e eles tivessem usado a minha orientação sexual como um fator para me atacar… Até entendo que isso seria diferente, mas esteve somente em jogo a minha identidade e nada mais. Foi isso que me fez questionar e, por isso, recorro a várias áreas do conhecimento no livro para abordar os diferentes tópicos. Não acho que tenho a resposta para a pergunta “O que leva as pessoas a odiarem?”, tenho muita investigação pela frente. Tanto que continuo sem entender o que é que os meus agressores tinham na cabeça. Por isso, adoraria conhecê-los e conversar com eles. Julgo que a grande descoberta que fiz foi que não nascemos a odiar: aprendemos a odiar. Eu próprio poderia ter-me tornado numa pessoa como eles em determinadas circunstâncias e sendo criado de determinada forma: se trocasse de vida com eles, será que faria o mesmo? É possível. Somos todos capazes de aprender a odiar e, por vezes, há pessoas que querem que odiemos: se odiarmos, significa que temos medo, somos mais vulneráveis, podemos votar em políticos de extrema-direita. E vocês têm um, atualmente, em Portugal.

Refere-se a André Ventura, dirigente do Chega?

Sim. Ele criminaliza as pessoas de etnia cigana e culpabiliza-as. Decidiu que era o grupo que desejava menosprezar e marcar como grupo externo. E a maioria das coisas que ele diz não é verdade. É uma táctica que tem sido usada ao longo de décadas, não é nada de novo: pode ser novo em Portugal, neste momento, porque já o tínhamos visto em países como o Reino Unido, França, Alemanha, Brasil, EUA, etc., mas cada país parece ter uma versão deste político. Recentemente, esta pessoa, de Portugal, tem estado nas bocas do mundo: ao mesmo tempo, surpreendeu muita gente. Aquilo que é surpreendente não é o que ele diz, mas sim a quantidade de pessoas que o ouvem e acreditam nele. É essa a grande preocupação. Achamos que os cidadãos não acreditam nestes idiotas, mas a verdade é que acreditam: e, subitamente, questionamo-nos acerca do motivo pelo qual caem nestas armadilhas. Querem transmitir a mensagem de que há um determinado grupo que ameaça os países, rouba os trabalhos e as casas aos nativos e por aí adiante. Os políticos sabem manipular o nosso lado psicológico, sabem como tudo funciona.

Através de discursos populistas?

Sim, porque são esses que, efetivamente, criam uma linha clara entre “nós” e “eles”. E, de repente, determinados grupos são desumanizados e vistos como uma subcategoria humana. Os valores, as práticas culturais, o aspecto físico, a indumentária… Todas as diferenças são evidenciadas. É que, se formos justos, dizemos que, por exemplo, as pessoas de etnia cigana são diferentes em x ou y, mas iguais em relação àquilo que sentem, aos problemas de saúde e tudo o mais. Podemos estar a falar de judeus, negros, homossexuais, deficientes… Qualquer pessoa! E quando criamos estes estereótipos negativos, removendo tudo aquilo que é positivo, desumanizamos as pessoas e é muito mais fácil que as pessoas as temam e lhes façam coisas que não fariam a outro ser humano. Imaginemos: eliminar os direitos deles porque supostamente não são como nós. Dizemos coisas horríveis porque supostamente estamos a atacar algo que é sub-humano: um parasita, uma barata, um verme, uma ratazana…

E há quem use exatamente essas palavras.

Pois! É um processo de desumanização que já foi levado a cabo anteriormente: o partido nazi, na Alemanha, fez isto com todo o tipo de pessoas. As estratégias continuam a ser as mesmas, os panoramas é que não, porque existe a internet. Por exemplo, se Joseph Goebbels estivesse nas redes sociais… Será que conseguimos imaginar a dimensão do perigo? Nem sequer seriam necessárias armas! Basicamente, existe um megafone que dá às pessoas – que não tinham grande voz – um poder incrível de influenciar. Não é um acesso incontrolável porque o Twitter já baniu a conta do Donald Trump ou de André Ventura. Criam mentiras, espalham a desinformação e o controlo é recente: há cinco anos, dizíamos aquilo que queríamos e não acontecia nada. Quando as redes sociais começaram a prestar atenção às fake news, tudo mudou um pouco. No entanto, há plataformas alternativas, como o Telegram ou o Reddit, onde há poucos ou nenhuns filtros. Quando as redes sociais apertam as regras, a extrema-direita, a extrema-esquerda, o que seja, ficam “escondidos” e não conseguem disseminar tão facilmente a sua mensagem nem recrutar militantes como outrora. Aquilo que permite o fluxo de sangue, digamos assim, enfraquece e têm de encontrar formas sub-reptícias de partilhar a mensagem: mudam a linguagem.

Como?

Em vez de escreverem “Aquele grupo não presta, é mau”, iniciam reflexões. “Não consegue comprar uma casa? Será que nunca terá uma casa? Nunca terá porque…” e culpabilizam os grupos que costumam ser os seus alvos, pegando em temas que preocupam os cidadãos. E arrastam-nos para plataformas onde tudo fica mais oculto, como o Telegram, para nos dizerem com todas as letras aquilo que pensam – e devemos pensar – sobre quem eles odeiam ou dizem odiar. A comunicação está cada vez mais sofisticada.

Na semana passada, no TikTok, vários influencers russos gravaram vídeos a disseminar aquilo que parecia uma mensagem propagandística.

Penso que a maioria das redes sociais ainda é adolescente. Estão a crescer, arriscam, revoltam-se… Têm de ganhar maturidade.

E o TikTok é uma criança pequena.

Claramente. Podemos ver isso através dos conteúdos aos quais estamos expostos. Quando me inscrevi, enquanto académico, estava interessado em ver vídeos do movimento anti-vacinação. Achava fascinante o facto de as pessoas acreditarem nestas histórias, parecia algo louco. Como assisti aos mesmos, parece que me enfiei numa espécie de toca do coelho, mas de pessoas que se opõem à vacina contra a covid-19! Não conseguia sair: só me aparecia o mesmo tipo de vídeos vezes sem conta. Tive de apagar a minha conta a criar uma nova. E, atenção: eu pesquisei por coisas completamente diferentes como vídeos de gatos e cães queridos, mas estava preso ao algoritmo. O meu interesse era puramente académico e não consegui sair: o que acontecerá a quem já está envolvido nessa narrativa e não se vê livre da mesma?

Tornam-se cada vez mais crentes.

O TikTok muda-lhes a mente. Eu já falei com eles sobre isto e eles disseram que estão conscientes daquilo que está a acontecer. Não fiquei aterrorizado por mim, mas sim pelas outras pessoas. Entendo totalmente aquilo que se passa na Rússia: a desinformação gera mais desinformação para que as pessoas fiquem coladas aos ecrãs. Na televisão, mostram anúncios entre os programas e fazem-nos ficar à espera de x novela ou y noticiário enquanto somos expostos às marcas e respetivos produtos. Acaba por ser a mesma coisa. Isto tudo faz sentido para ganhar dinheiro, mas não para o bem-estar das pessoas. As consequências disto… Sabe Deus quais podem ser! Se uma pessoa passar semanas a ver vídeos da extrema-direita, vai radicalizar-se cada vez mais, ler coisas que nunca leu antes, ter um ponto de vista completamente enviesado…

Há um mês, um jovem foi detido por ser suspeito de planear um ataque na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Foi travado pela Polícia Judiciária e tem apenas 18 anos.

Os jovens são presas mais fáceis: são impressionáveis, não costumam ter grandes responsabilidades para além dos estudos, têm tempo livre e relacionamentos voláteis, podem não estar em casa dos pais ou estar e serem independentes ao mesmo tempo… Quando todos estes fatores se juntam, obviamente que as pessoas exploram coisas que não devem. E, para além de tudo isto, são aqueles que têm mais conhecimentos tecnológicos. São aqueles que entram na dark net com a maior das facilidades: eu demoraria a fazer tal coisa e o meu pai ou o meu avô jamais o fariam. E aquilo que existe nos cantos mais obscuros da Internet é simplesmente aterrorizador. Se dissermos a um jovem que vamos ajudá-lo, dar-lhe a conhecer um movimento inovador e, depois, o levarmos até aos pensamentos mais radicais como “Os homens é que estão subjugados às mulheres”, ele já estará tão influenciado que, como é mais do que óbvio, cederá a tudo. E os jovens que tiveram problemas com as namoradas acham que estão a ser compreendidos pela primeira vez, a arranjar amigos verdadeiros, etc.

Esse processo acaba por ser transversal. Por exemplo, no início da semana, o i noticiou que muitos civis sul-africanos estão a apoiar o regime de Putin e a invasão da Ucrânia.

Lá está, isso não me surpreende. Aquilo que me surpreenderia seria saber que a extrema-direita estava a apoiar a NATO! [risos] A reputação de Putin, a relação que tem com os direitos humanos, a perseguição de grupos que tem feito… Nada disto abona a favor a dele, mas o regime autoritário dele vai ao encontro das pessoas que têm mentalidades autoritárias e vivem em ditaduras ou querem viver nas mesmas. É tudo uma insanidade, mas a verdade é que há coisas tudo menos sãs que continuam a ter apoio como as teorias da conspiração. Portanto, digo que fico mais triste do que surpreendido. Tudo isto faz as pessoas questionarem-se ainda mais acerca da lógica da extrema-direita, da suposta superioridade da “raça” branca e todos esses disparates sem qualquer sentido.

Pensa que, em tempos de guerra, como aquele que vivemos, o preconceito torna-se mais rapidamente em ódio?

Sim. O preconceito e o ódio são produtos do medo, da frustração e do sentimento de ameaça. Quando nos sentimos ameaçados, ficamos medrosos e frustrados. Não há nada como uma guerra para juntar todos esses fatores. Em tempos de paz, aquilo que pode ser considerado uma ameaça por este tipo de pessoas é o facto de os imigrantes alegadamente ficarem com trabalhos que deviam ser de x cidadãos nativos ou a identidade de um país estar a ficar diluída… São ameaças irrealistas e simbólicas. Numa guerra, temos tudo isto, porque o invasor destrói e leva tudo, mas para além de Putin querer erradicar a Ucrânia, está a ordenar que se mate. É a ameaça mais extrema. E quando somos recordados da nossa mortalidade, não somos tolerantes, inclusivos… Tudo isso é atirado pela janela fora. Todas essas coisas positivas, que existem nas sociedades democráticas, são as primeiras a serem relegadas para segundo plano. Pensamos em proteger a nossa família e os nossos amigos: o resto… Enfim, eles que lidem com aquilo que acontece! Ajudamo-los depois de darmos prioridade ao nosso grupo. A natureza humana é assim, mas há exceções: se um soldado branco estiver a combater com um soldado negro, e estiverem no mesmo exército, não vão ser preconceituosos como poderiam ser em tempos de paz. O tom de pele simplesmente não importa.

Por outro lado, nas fronteiras, por exemplo, nos comboios que seguiam para a Polónia, não se dava primazia aos negros, mas sim a quem tinha um tom de pele claro.

O preconceito amplifica-se quando estamos sob stress. Estamos numa constante batalha entre a supressão e a justificação do mesmo. Na maior parte do tempo, conseguimos esquecer o preconceito mas, a qualquer momento, justificamo-lo e manifestamo-lo. Podemos dar uma gorjeta mais reduzida a uma empregada negra do que a uma branca num restaurante, empregar alguém da Europa e ninguém de África… Não nos podemos esquecer de que todos somos preconceituosos. Eu mesmo era homofóbico antes de “sair do armário”: cresci numa cidade muito masculina, diziam-me que ser gay era mau, todos jogavam rugby, Margaret Thatcher estava no poder e impedia os professores de falarem de homossexuais nas aulas…

Não é por não falarmos de algo que essa coisa desaparece magicamente.

É como se achassem que se falarmos da homossexualidade, todas as crianças serão homossexuais um dia! A última coisa que queria ser no mundo era gay. Na universidade, conheci pessoas muito mais liberais e senti-me mais à vontade para me expor, só que, mesmo assim, tentei ser heterossexual. Não resultou: nunca resulta. Mantinha distância de quem era homossexual porque não queria ser descoberto nem cair em tentação! Sentia-me envergonhado. Quando revelei aquilo que sentia, ninguém me julgou: a minha mãe foi incrível, os meus irmãos disseram que sempre souberam e o meu pai teve dúvidas primeiro mas, depois, reagiu bastante bem! Mas eu continuo a ter preconceitos: tenho sobrinhos e sobrinhas e pergunto aos meninos que profissões querem ter no futuro e esqueço as meninas.

Porquê?

Não sei, é sexismo, é asqueroso, odeio quando me apercebo disso! É uma luta constante para mim e para todos nós: é um trabalho exaustivo que nos rouba muita energia. Aquilo que importa é reconhecermos os preconceitos e esforçarmo-nos por sermos diferentes e melhores. Todos os anos, dou aulas a centenas de estudantes que me dizem: “Uau, não sabia que tinha x e y preconceito”. E achei que devia transmitir estes ensinamentos a mais pessoas: escrevi o livro para todos e não apenas para académicos. Uma coisa que acho estranha é que a Rússia foi um dos primeiros países a quererem comprar o meu livro e traduzi-lo! Não sei o que acontecerá agora, mas gostaria que tivessem oportunidade de ler este trabalho.

Tem sido dito que estamos a preocupar-nos mais com esta guerra e, consequentemente, os refugiados ucranianos por estar a acontecer na Europa. Concorda?

Sim! Os refugiados brancos são diferentes dos negros? E devemos ser mais tolerantes com os agressores russos do que com os muçulmanos? Estamos a tratar toda a gente de forma distinta por questões psicológicas. Apesar de ter escrito o livro antes do início da guerra, penso que espelha muito bem aquilo que tem vindo a ocorrer. E como o ódio não vai desaparecer, manter-se-á sempre atual, quanto mais falarmos dele, mais aprenderemos e desejaremos não o sentir.

Aprendemos mais rapidamente a odiar do que a amar?

Honestamente, nunca me tinham feito essa pergunta. Somos capazes de ambos: toda a gente, pelo menos uma vez na vida, apaixona-se. Contudo, nem toda a gente odeia alguém. Todos temos preconceitos – afastamos as pessoas –, mas nem todos odiamos – aproximamo-nos delas para as atacarmos. Felizmente, há mais pessoas a amar do que a odiar.

Nas redes sociais também?

Na maior parte dos dias, temos a sensação oposta, não é? Mas, mesmo que as pessoas duvidem disto que vou dizer, a verdade é que encontramos mais coisas positivas do que negativas online. Quando o Reino Unido – para minha grande tristeza e desilusão – abandonou a União Europeia, houve quem tratasse mal os imigrantes, mas a maioria dos ingleses continuou a abraçar os europeus. Porque continuou a considerar-se europeu e a ter o mesmo respeito pelos seres humanos, sejam eles de que país forem! Isso deixou-me muito feliz.

Está a pensar em escrever um próximo livro?

Tenho um em mente e acho que será sobre como consertar as redes sociais: temos de viver com elas quer gostaremos ou não. Portanto, vou investir nisso!