Há pelo menos sete portugueses a combater na Ucrânia e Augusto Santos Silva diz que país não concorda “com este tipo de procedimentos”

Há pelo menos sete portugueses a combater na Ucrânia e Augusto Santos Silva diz que país não concorda “com este tipo de procedimentos”


“Entendemos que esta não é a forma mais eficaz de apoiar os ucranianos no seu direito à autodefesa e não faz parte da tradição ou forma de ser dos portugueses, nem é a forma como Portugal contribui para a segurança internacional”, disse o chefe da diplomacia portuguesa.


Pelo menos sete portugueses estão a combater na Ucrânia com objetivos militares, disse hoje Augusto Santos Silva, o ministro dos Negócios Estrangeiros, sendo que, alguns destes, encontram-se na base militar de Yavoriv, atacada no domingo, estando, contudo, bem, disse o mesmo responsável num encontro com jornalistas estrangeiros em Portugal, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Augusto Santos Silva sublinhou que Portugal não concorda com este tipo de procedimentos, apelidando aqueles que viajaram até à Ucrânia para combater de "combatentes entre aspas".

"Entendemos que esta não é a forma mais eficaz de apoiar os ucranianos no seu direito à autodefesa e não faz parte da tradição ou forma de ser dos portugueses, nem é a forma como Portugal contribui para a segurança internacional", disse o chefe da diplomacia portuguesa.

Numa nota enviada à agência Lusa no passado domingo, após o ataque, o Ministério dos Negócios Estrangeiros informou que estava a procurar "obter informações sobre eventuais cidadãos portugueses" que estivessem naquela basse e insistiu "vivamente em que, dada a situação vivida naquele país, nenhum cidadão português se desloque para a Ucrânia".

"Àqueles que ainda assim o façam, roga-se que ao menos sinalizem ao Gabinete de Emergência Consular a sua deslocação àquele país", referiu o ministério.

Na terça-feira, na Assembleia da República, o ministro disse que Portugal é a favor da manutenção do envio de armas para a Ucrânia, "porque na guerra a defesa legítima é legal", assim como do aumento da "dissuasão" e da capacidade de defesa da NATO no âmbito da invasão pelas tropas russas.

"Não pertencemos à tradição de Pôncio Pilatos, não acreditamos que o agressor possa atacar" sem que o país vitimado responda e por isso "apoiamos as decisões da UE de enviar equipamento militar de natureza defensiva para a Ucrânia", realçou Santos Silva, insistindo, no entanto, que é necessária "máxima contenção" para evitar um confronto direto entre a Rússia e a Aliança Atlântica.