O Governo brasileiro negou hoje ter pago despesas da viagem a Moscovo de Carlos Bolsonaro, vereador da cidade do Rio de Janeiro e filho do Presidente do país, Jair Bolsonaro, numa visita oficial à Rússia.
O esclarecimento de que recursos do poder Executivo não terão sido usados para custear a viagem de Carlos Bolsonaro a Moscovo, junto com a delegação chefiada por seu pai em meados de fevereiro, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga o papel do filho do Presidente naquela viagem, a pedido da oposição.
O Executivo federal não especificou como o vereador Carlos Bolsonaro pagou a viagem, sua hospedagem ou qualquer outra despesa, e limitou-se a apontar que não houve desembolso oficial e, portanto, sustentou que não há fundamento para investigação uma vez que "as declarações e atitudes do Presidente são guiados por critérios éticos e leis regulares."
Na resposta ao STF, foi acrescentado um documento elaborado pelo Ministério das Relações Exteriores, responsável por organizar a visita de Bolsonaro a Moscovo, que admite que Carlos Bolsonaro "fez parte da delegação que acompanhou o Presidente", mas sem custos para aquele escritório.
O juiz do STF Alexandre de Moraes, responsável pela investigação, já havia pedido explicações à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, que também negou ter pagado a viagem do filho de Bolsonaro, além de esclarecer que, enquanto esteve em Moscovo, o verador participou remotamente das sessões daquele órgão municipal.
A investigação foi solicitada por um grupo de parlamentares da oposição liderados pelo senador Randolfe Rodrigues, que chegou a sugerir que o filho de Bolsonaro, um dos responsáveis ?pela gestão das redes sociais do pai, poderia ter aproveitado a viagem para pedir conselhos aos piratas cibernéticos da Rússia.
Ao solicitar a investigação, Rodrigues lembrou as suspeitas de que especialistas russos em informática tenham influenciado a eleição norte-americana de 2016, vencida pelo agora ex-presidente Donald Trump, que é muito próximo da família Bolsonaro.
Segundo Rodrigues, a Justiça deve esclarecer se o vereador teve contato com especialistas em informática russos, porque, em sua opinião, isso pode ocultar tentativas de favorecer a candidatura de Bolsonaro à reeleição, no pleito a ser realizado no Brasil em outubro próximo.