Não é a primeira vez – e provavelmente também não será a última. Cristiano Ronaldo voltou a saltar para os principais títulos e manchetes do mundo desportivo com um velho destaque, embora com… um novo feito. Confuso? Talvez um pouco. A razão? Os critérios e respetivas diferenças de cada lista que dá as contagens dos melhores marcadores da história do futebol.
Contas feitas, depois do hat-trick que garantiu a vitória (3-2) do Manchester United sobre o Tottenham para a Liga inglesa, Cristiano Ronaldo tornou-se o melhor marcador de sempre em jogos oficiais com 807 golos.
Aos 37 anos, o avançado português conseguiu marcar três golos num só jogo pela primeira vez desde que regressou a Old Trafford (no verão de 2021), e ultrapassou oficialmente o austríaco-checo Josef Bican (1913-2001), segundo neste ranking, com 805 golos.
Mais: além de tornar-se o melhor marcador da história do futebol em jogos oficiais, CR7 tornou-se também o melhor marcador da história por clubes (692). Mas vamos por partes.
De Cristiano Ronaldo a Messi O madeirense precisou de 1111 jogos para somar os 807 golos, enquanto Bican – que integrou a célebre seleção austríaca dos anos 30, conhecida como Wunderteam (’Equipa Maravilha’) – marcou 805 em 530 desafios oficiais. O top-5 é composto ainda pelos brasileiros Romário (772)e Péle (767), que ocupam o terceiro e quarto lugares, respetivamente. Messi surge em quinto, com 759 golos.
Dos 807 golos apontados por Cristiano Ronaldo, 450 foram marcados ao serviço do Real Madrid (é, aliás, o melhor marcador da história do clube espanhol), 136 pelo Manchester United (no seu 323.º jogo), 115 pela Seleção de Portugal (é também o melhor marcador por Seleções, depois de ter ultrapassado recentemente o iraniano Ali Daei), 101 pela Juventus e cinco pelo Sporting.
A nível de clubes, Ronaldo também passou a liderar a lista de forma isolada, ultrapassando Romário. Até este sábado, o brasileiro e o português somavam ambos 689 golos por clubes – CR7 conta agora 692, graças ao 49.º hat-trick da carreira ao serviço de clubes.
O português é, de resto, o rei dos goleadores da Champions, com um total de 140 golos.
Após os novos recordes, Ronaldo preferiu destacar a capacidade de trabalho da equipa, não reagindo aos novos dados disponibilizados pela FIFA, que somou os golos apontados ao serviço de clubes enquanto sénior e pela Seleção A.
“Tremendamente feliz com meu primeiro hat-trick desde que voltei a Old Trafford! Nada supera a sensação de estar de volta ao campo e ajudar a equipa com golos e esforço. Provámos mais uma vez que podemos vencer qualquer equipa em qualquer dia, desde que trabalhemos no duro e permaneçamos juntos como um só. Não há limites para o Man. United!”, escreveu na legenda da imagem que partilhou momentos depois do triunfo.
Já na manhã de domingo, CR7 voltou a publicar na rede social Instagram, desta vez uma fotografia em que surge ao lado de Tom Brady, lenda do futebol americano (NFL) que se retirou em fevereiro, e com quem esteve à conversa no final da partida. “Sempre um prazer e um privilégio partilhar alguns pensamentos e ideias com outro GOAT [O Melhor de Todos os Tempos, em inglês]”, pode ler-se.
Recorde-se que Cristiano Ronaldo voltou à competição depois de ter falhado o dérbi com o Man. City, da 28.ª jornada da Premier League, que o United perdeu por 4-1.
Esta época, o internacional português conta com 18 golos marcados em 32 jogos (12 golos na Liga inglesa e seis na Champions). No campeonato inglês, a principal ambição do Man. United é terminar entre os primeiros quatro lugares, de forma a garantir a presença da equipa na Liga dos Campeões da próxima edição. Mas é na prova dos milhões que os red devils tentam fazer a diferença. Depois do 1-1 na primeira mão dos oitavos-de-final, o Man.United vai receber esta terça-feira (15 de março) o Atlético de Madrid de João Félix para tentar carimbar a passagem aos ‘quartos’.
Sempre com a sombra de uma possível saída de Inglaterra no final da época, Cristiano prepara-se mais uma vez para silenciar os críticos e mostrar bem ao seu jeito que… siiiii, ‘está presente’.
E com ele em campo não há como não acreditar que tudo é possível. Sobretudo no Teatro dos Sonhos.