Nuno Melo vai pedir ao Parlamento Europeu que adote plano de compra de alimentos para animais equivalente ao plano das vacinas

Nuno Melo vai pedir ao Parlamento Europeu que adote plano de compra de alimentos para animais equivalente ao plano das vacinas


Devido ao atual contexto de economia de guerra, o eurodeputado e candidato à presidência do CDS-PP diz que a União Europeia tem de intervir “para evitar a catástrofe que está à porta na produção agropecuária e uma escalada insustentável de preços” nos mercados. Segundo Nuno Melo, Portugal tem “um stock de componentes para a produção de alimentos…


O eurodeputado e candidato à liderança do CDS-PP, Nuno Melo, vai pedir ao Parlamento Europeu, junto do Comissário para a Agricultura Janusz Wojciechowski, que se adote a mesma estratégia delineada no plano da compra de vacinas para a necessária compra de componentes para a produção de alimentos para animais, de forma a preparar a Europa para as alterações do mercado, devido ao atual contexto de economia de guerra. 

"Em tempos de economia de guerra, a União Europeia (UE) tem de intervir, naquilo que os Estados já não podem fazer, para evitar a catástrofe que está à porta na produção agropecuária e uma escalada insustentável de preços para os consumidores nos mercados", aponta Nuno Melo numa nota enviada ao Nascer do Sol. 

Segundo o eurodeputado, Portugal, neste momento, "tem um stock de componentes para a produção de alimentos para animais de cerca de três semanas, a um mês", sendo que "40% do milho importado" pelo nosso país "é proveniente da Ucrânia", ao notar que continua a crescer "o pior período de seca dos últimos 10 anos, com a consequência de que todos os países do Sul da Europa terão genericamente produções muito baixas". 

Com a falta de rações alimentares, "a produção de carne e ovos de diversa natureza ficará insustentável e a aquisição nos mercados a preços impossíveis para a maior parte dos consumidores", assinala o candidato à presidência do CDS. 

Para explicar a gravidade da situação, Nuno Melo indica que "uma tonelada de milho custava em média, em 2020, cerca de 160 Euros, em 2022 cerca de 250 Euros, ontem, 9 de março de 2022, cerca 420 Euros, sendo que neste momento não têm sequer cotação", considerando esta situação "insustentável".

O eurodeputado democrata-cristão também salienta que a compra de bens noutros mercados, como nos Estados Unidos e na América Latina, "implicará uma escalada de preços e um tratamento diferenciado dos países, consoante o seu grau de riqueza". 

"Os Estados não podem interferir nos mercados, dentro da União Europeia. Mas em compensação, a Comissão e outras instituições europeias podem e devem intervir, em casos de escassez de produtos, como é manifestamente o presente", sublinha Nuno Melo.

De acordo com o eurodeputado, durante a pandemia de covid-19, quando escasseavam vacinas, "mesmo sem mandato inicial", a Comissão Europeia "adotou uma abordagem comum e centralizada para a respetiva compra às indústrias farmacêuticas", que garantiu "preços de escala mais baixos, que nenhum Estado conseguiria isoladamente e financiou parte dos custos iniciais no que foi considerado um adiantamento a todos os Estados", tendo sido adquiridas fármacos "de forma equitativa e acessível, sem dependência da sua capacidade financeira". 

No entanto, relativamente à Agricultura, a UE "não só tem mandato, como possui os instrumentos, tendo em conta a Política Agrícola Comum". 

Nuno Melo também adianta que vai requerer junto da Comissão de Agricultura no Parlamento Europeu e da presidência do PPE um debate urgente para que se adotem "todas as medidas necessárias para enfrentar a atual situação resultante de uma conjuntura obviamente imprevisível e extraordinária".