Ao longo de mais de 2 anos (mais precisamente 27 meses) tive a oportunidade de aqui partilhar semanalmente a minha opinião sobre temas tão diversos como o ambiente, a gestão de resíduos urbanos, o orçamento de estado, a administração interna, a administração pública, impostos, emprego e segurança social, economia, atualidade política nacional e internacional e, obviamente, a pandemia, que se instalou entre nós desde março de 2020. Foram dois anos intensos, mas muito gratificantes.
Neste artigo de despedida não posso deixar de agradecer ao Jornal I a oportunidade, em especial aos seus diretor e diretor executivo adjunto, Mário Ramires e José Cabrita Saraiva. Não posso também deixar de agradecer à Margarida Alexandre, que tantas e tantas vezes teve a ingrata missão de receber os artigos fora de horas e aguentar os e-mails com as revisões de 25.ª hora.
Escrevi com total liberdade e isenção, sem qualquer condicionamento e pude exprimir as minhas opiniões, umas mais controversas que outras. Espero ter tido a utilidade de contribuir para o debate público e saudável confronto entre pontos de vista diferentes. Se o não consegui, apenas à incapacidade do autor se deve.
Este artigo encerra, pois, um período de colaboração semanal, mas não afastará o autor da sua intervenção cívica. No entanto, é chegado o momento de dar por concluída esta etapa e agradeço a todos os meus leitores as suas opiniões e comentários, mesmo quando discordantes.
No preciso momento em que escrevo, decorrem negociações entre delegações russas e ucranianas por causa do conflito que se iniciou no leste europeu e ainda é prematuro arriscar qualquer previsão sobre como acabarão, as conversações e o conflito. Em todo o caso, gostaria de manifestar a minha solidariedade com o povo ucraniano, que não provocou a agressão que está a ser alvo e a minha esperança que a paz na Europa se restabeleça rapidamente a bem da paz e ordem mundial.
A humanidade enfrenta ameaças provavelmente nunca vividas de tal forma, fruto da velocidade com que a informação, a riqueza e as pessoas se movimentam pelo globo. Os riscos pandémicos, o aquecimento global, a escassez de recursos naturais, os fluxos migratórios em escalas nunca vistas colocam-nos desafios que só com muita sabedoria, tolerância e empatia entre os povos poderão ser debelados. Tenho essa esperança.
Portugal, pequeno país aberto ao mundo, também enfrenta os seus Adamastores. Sei que após as eleições legislativas teremos a estabilidade de uma governação muito necessária para ultrapassar os atrasos estruturais do país e introduzir alguma previsibilidade interna, especialmente relevante perante a situação presente no mundo.
A minha esperança é que se consiga continuar a avançar, melhorando a vida de todos, muito particularmente a dos mais frágeis da sociedade: as crianças, os idosos e os que têm menos rendimentos.
Ao jornal I e a todos os meus leitores o meu agradecimento.