Espanha. PP vai ter de escolher novo líder no início de abril

Espanha. PP vai ter de escolher novo líder no início de abril


Pablo Casado, líder cessante do Partido Popular de Espanha, vai manter-se no cargo até início de abril, quando será eleito um novo chefe.


Depois de bastante especulação em torno do seu cargo, o Partido Popular de Espanha vai ter de escolher um novo líder em abril, após Pablo Casado anunciar que irá abandonar o seu cargo, que irá manter até o início desse mês.
Numa reunião que se prolongou durante várias horas, Casado resistiu à pressão de membros seniores do partido para se demitir imediatamente depois de acusações de corrupção e espionagem. 

Ausente da reunião esteve a outra protagonista desta crise, a presidente do Governo da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, já que não é a presidente regional do partido.

Na semana passada, Díaz Ayuso acusou o seu partido de tentar destruí-la de forma “cruel”, sustentando que o PP e o seu líder, Pablo Casado, estão a fazer manobras para a desacreditar “pessoal e politicamente” e a tentar ligá-la à corrupção a partir do “anonimato”, “sem provas” e envolvendo a sua família.

A liderança nacional do PP estaria a investigar desde outubro passado um contrato de 1,5 milhões de euros relacionado com o irmão da presidente de Madrid, tendo-lhe pedido explicações sobre as possíveis irregularidades.

A investigação teria sido feita ao irmão da líder de Madrid, Tomás Díaz Ayuso, e pretendia, entre outras coisas, obter uma declaração da sua conta bancária pessoal, bem como a lista dos fornecedores da empresa Priviet Sportive, à qual a Comunidade de Madrid adjudicou em abril de 2020 um contrato direto de 1,5 milhões de euros para a compra de máscaras FFP2 e FFP3.

Esta quinta-feira, os meios de comunicação espanhóis comunicaram que o irmão da presidente de Madrid, Tomás Díaz Ayuso, segundo o seu perfil do Linkedin, eliminado esta quarta-feira, exercia “responsabilidades de vendas e marketing” desde 2016 na Artesolar, beneficiária de 18 contratos com a administração regional entre 2017 e 2020.

Dez desses contratos foram concedidos durante o período da presidência da irmã, Díaz Ayuso, e os demais são de datas em que a agora presidente da Comunidade de Madrid atuou como vice-ministra da Presidência e Justiça.

Fontes do executivo regional, em declarações à agência Efe, indicaram que Isabel Díaz Ayuso não esteve presente nas reuniões do seu irmão com o Ministério da Presidência durante 2018.

Apesar desta guerra interna no partido, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, garantiu que não vai marcar eleições legislativas antecipadas.

No debate parlamentar semanal, que decorreu na quarta-feira, no Congresso dos Deputados, Pedro Sánchez desejou a Pablo Casado “o melhor para si próprio”, depois de um breve discurso que soou a despedida do hemiciclo.

O presidente do PP abandonou a sessão plenária do Congresso dos Deputados após receber aplausos do seu grupo parlamentar e defender na sua pergunta parlamentar ao primeiro-ministro que a política é a “defesa dos valores, respeito pelos adversários e dedicação ao povo espanhol”.