A história do conflito ucraniano está a pôr a nu os saudosistas da União Soviética. Os apoiantes de Putin defendem-no como se fosse um novo Estaline, um homem que quer unir povos que nada têm em comum, a não ser o facto de estarem no radar dos ditadores russos. Dizem ainda que os americanos e a NATO querem é uma guerra e que estão contra a paz. Não sei o que bebem ou comem, mas deve ser muito bom, com algo alucinogénico.
Curiosamente, esta semana pudemos ler uma notícia onde os americanos querem saber o que Donald Trump fez de documentos escritos na Casa Branca durante o seu consulado. O antigo Presidente pode ter de responder por ter destruído parte da “memória” dos americanos. Isso alguma vez seria possível num país como a Rússia? Quando se diz que os partidários da cultura soviética são democratas, percebemos que o mundo não está bom. Está doente e querem-nos pôr a todos doentes.
Tenham vergonha e assumam de uma vez por todas que a democracia só é boa para tentarem alcançar o poder e transformá-lo numa ditadura. O resto é conversa para os atrasados mentais das redes sociais que vão atrás dos novos ditadores, como sendo os gurus de um novo mundo. Mais velho é impossível.
P. S. Esta semana morreu uma figura de Lisboa, o senhor Rodrigues. Durante muitos anos serviu milhares de pessoas na Palmeira, restaurante da Rua do Crucifixo, onde paravam hordas de jornalistas, políticos, estudantes de Belas Artes, além de muitos maçons e empregados da zona. O senhor Rodrigues, como era conhecido, era um leitor compulsivo de jornais e adorava uma boa conversa, nunca denunciando os seus conhecidos maçons. Com a sua morte desaparece uma parte dos jornais, pois o senhor Rodrigues não prescindia de estar informado.
Recordo sempre ouvi-lo contar a história de o edifício do restaurante ter sido o único que sobreviveu ao incêndio do Chiado. E de guardar os pezinhos e orelha do cozido para o engenheiro José Marquitos, como ele o tratava. Quando o restaurante fechou, há uma década, e foi para a sua terra, São Pedro do Sul, ligava-me com frequência para dizer que tinha feito 15 quilómetros para comprar os jornais. E dizia de sua justiça, o que tinha ou não gostado. Era um apaixonado por histórias e aqui deixo a minha homenagem a essa grande figura.