Foram registados, esta quinta-feira, pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) vários bombardeamentos na linha de contacto entre os separatistas apoiados pela Rússia e forças do governo no leste da Ucrânia, indicou uma fonte diplomática à agência Reuters. Estes eventos surgem no momento em que a Rússia afirma que continua a retirar forças militares na Crimeira, enquanto os Estados Unidos acusam os russos de aumentar o contingente militar na fronteira com a Ucrânia.
Os separatistas, que estão a favor da Rússia, acusaram as forças do governo ucraniano de abrir fogo no seu território, numa vila na região de Luhansk. Segundo a SkyNews, os militares ucranianos afirmaram que os projéteis atingiram um jardim de infância, no entanto não provocou feridos. Ainda assim, a gravidade da situação ainda está por avaliar.
Já o governo ucraniano acusa os separatistas pró-Rússia de usarem artilharia.
Сьогодні російсько-окупаційні🇷🇺 війська обстріляли Станицю Луганську, один із снарядів влучив у дитячий садок, на той момент в ньому були діти.
За попередніми даними, малеча не постраждала! pic.twitter.com/8blZpBA5in— Збройні Сили України 🇺🇦 (@ArmedForcesUkr) February 17, 2022
Extensive shelling along the ‘Line of Contact’ (between the pro-Russian rebel occupied areas of Ukraine and the Ukrainian front line) has been confirmed by international monitors of the OSCE. You can clearly hear it in this video. Is this the start?
pic.twitter.com/N8AQM0uUEq— Henry Bolton OBE 🇬🇧 (@_HenryBolton) February 17, 2022
Segundo a Reuters, estes incidentes aconteceram muitas vezes ao longo dos últimos anos, mas este evento ganha uma maior dimensão num momento em que a tensão entre a Rússia e os países Ocidentais mantém-se viva, com a possível invasão das tropas russas à Ucrânia, depois de terem sido destacados mais de 100 mil soldados nas fronteiras com aquele país.
Neste momento, a incerteza continua instalada, mesmo com os vários anúncios da Rússia a indicar que está a retirar contingentes militares das fronteiras, dizendo que já terminaram os exercícios e por isso estão de regresso aos quartéis de origem. No entanto, os Estados Unidos referem o oposto: os russos continuam a aumentar o número de soldados nos últimos dias.
"As unidades do distrito federal do sul que completaram a sua participação nas manobras táticas, nas bases na península da Crimeia, estão a regressar às suas bases, por via ferroviária", afirmou, esta quinta-feira, o Ministério da Defesa russo às agências de notícias russas.
A televisão pública russa mostrou imagens de um comboio carregado de camiões militares a atravessar a ponte que liga a Crimeia ao território russo.
"De facto, confirmámos agora que, nos últimos dias, a Rússia aumentou a sua presença ao longo da fronteira ucraniana em sete mil tropas, algumas das quais chegaram hoje [quarta-feira]", disse ontem um alto responsável da administração norte-americana, sob a condição de não ser identificado, citado pelas agências de notícias Associated Press e France-Presse.
Assim sendo, as novas estimativas apontam para cerca de 150 mil forças russas – número citado pelo presidente dos EUA, Joe Biden – colocadas na fronteira com a Ucrânia.
Biden disse que, embora a Rússia tivesse dito que queria encontrar uma solução diplomática, "as suas ações indicam o contrário".
Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou também na quarta-feira não ter visto quaisquer sinais de uma diminuição da concentração das tropas russas nas fronteiras da Ucrânia, dizendo que tinha simplesmente observado "pequenas rotações".
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