Luc Montagnier, virologista francês que venceu o Prémio Nobel da Medicina pela descoberta do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), morreu na terça-feira passada, em Neuilly-sur-Seine. O investigador tinha 89 anos de idade.
Foi em Chabris, Idre, na França, que Montagnier nasceu, no dia 18 de agosto de 1932. Mais tarde, já em 1955, foi nomeado assistente na Faculdade de Ciências de Paris, antes de se dedicar ao estudo do impacto dos vírus nos animais. Mas foi em 1983 que tudo mudou e uma nova descoberta nasceu no mundo da ciência: com a ajuda de Jean-Claude Chermann e Françoise Barré-Sinoussi, o académico descobriu o VIH, responsável pela doença da SIDA, valendo-lhe, em 2008, o Prémio Nobel da Medicina.
Mas nem tudo foram rosas. Desde de que foi galardoado, o cientista publicou vários artidos académicos que não foram bem recebidos pela comunidade científica. Um exemplo recente está relacionado com uma entrevista que deu ao site de saúde Porqui Docteur durante a qual afirmou que o novo coronavírus foi concebido num laboratório do Instituto de Virologia, em Wuhan, pelos cientistas chineses, e que o vírus terá saido, segundo disse, de forma involuntária. Mais: o virologista disse ainda que uma transmissão com origem num "mercado vivo" da cidade de Wuhan é uma "história da carochinha".