São rosas, senhor!


Não há desculpas para não garantir melhores salários, melhores pensões, descida de impostos, e tudo isto executado por um governo “mais curto, mais ágil e renovado”.


E assim se resolveu um problema que se afigurava bicudo.

Os portugueses deram a António Costa a maioria absoluta que ele quis, mas depois não quis, e que ele próprio garantia que não era do agrado dos cidadãos eleitores e até era mesmo de “má memória”.

Mas, como sabemos, a boa memória não é uma característica das nossas gentes.

De uma só penada, António Costa reduziu os partidos à sua esquerda, ex-aliados, a 11 deputados e, ao mesmo tempo, acabou com o “mito Sócrates”, até agora o único que tinha conseguido uma maioria absoluta para o PS. É obra. 
António Costa ficará na história política nacional como um fazedor de vitórias e, também, o primeiro a conseguir transformar uma derrota numa vitória, como aconteceu em 2015.

Com a maioria na Assembleia da República e com um Orçamento já feito, António Costa não tem agora qualquer desculpa para não cumprir as promessas eleitorais e mesmo, o que será certamente mais difícil, concretizar as reformas estruturais que o país aguarda há décadas.

Não há, pois, desculpas para não garantir melhores salários, melhores pensões, descida de impostos, melhoria nas carreiras de professores, médicos e outros profissionais que se dedicam ao serviço público, e tudo isto executado por um governo “mais curto, mais ágil e renovado, mais adequado aos tempos desafiantes que o país vive”.

Eis uma previsão que o país espera que seja certeira, ao contrário das realizadas pelas diferentes empresas de sondagens durante a campanha eleitoral.

De facto, todas elas se revelaram erradas, chegando mesmo a prever-se um empate técnico entre PS e PSD.

Alguns responsáveis das empresas de sondagens desculpam-se com o efeito mobilizador que os seus erros terão provocado, por um lado, enquanto outros apontam para o facto de António Costa se ter assustado com as mesmas e, por isso, ter deixado de pedir a maioria absoluta na última semana de campanha.

Interessantes argumentos a precisar, claro, de um estudo bem mais aprofundado.

Os tempos que aí vêm serão, sem dúvida, interessantes.

António Costa prometeu falar com todos os partidos, à exceção do Chega, no seguimento da promessa de não se refugiar na maioria absoluta para governar sozinho, fazendo ouvidos moucos das críticas da oposição.
Prometeu, portanto, humildade e diálogo.

De qualquer forma, vai ter uma direita aguerrida no parlamento, onde irá apenas uma vez por mês, e uma esquerda ressabiada que não lhe vai perdoar e vai tentar encontrar na rua o apoio que perdeu nas urnas.

Bem-vindos, portanto, ao Portugal cor-de-rosa. 

Jornalista

São rosas, senhor!


Não há desculpas para não garantir melhores salários, melhores pensões, descida de impostos, e tudo isto executado por um governo “mais curto, mais ágil e renovado”.


E assim se resolveu um problema que se afigurava bicudo.

Os portugueses deram a António Costa a maioria absoluta que ele quis, mas depois não quis, e que ele próprio garantia que não era do agrado dos cidadãos eleitores e até era mesmo de “má memória”.

Mas, como sabemos, a boa memória não é uma característica das nossas gentes.

De uma só penada, António Costa reduziu os partidos à sua esquerda, ex-aliados, a 11 deputados e, ao mesmo tempo, acabou com o “mito Sócrates”, até agora o único que tinha conseguido uma maioria absoluta para o PS. É obra. 
António Costa ficará na história política nacional como um fazedor de vitórias e, também, o primeiro a conseguir transformar uma derrota numa vitória, como aconteceu em 2015.

Com a maioria na Assembleia da República e com um Orçamento já feito, António Costa não tem agora qualquer desculpa para não cumprir as promessas eleitorais e mesmo, o que será certamente mais difícil, concretizar as reformas estruturais que o país aguarda há décadas.

Não há, pois, desculpas para não garantir melhores salários, melhores pensões, descida de impostos, melhoria nas carreiras de professores, médicos e outros profissionais que se dedicam ao serviço público, e tudo isto executado por um governo “mais curto, mais ágil e renovado, mais adequado aos tempos desafiantes que o país vive”.

Eis uma previsão que o país espera que seja certeira, ao contrário das realizadas pelas diferentes empresas de sondagens durante a campanha eleitoral.

De facto, todas elas se revelaram erradas, chegando mesmo a prever-se um empate técnico entre PS e PSD.

Alguns responsáveis das empresas de sondagens desculpam-se com o efeito mobilizador que os seus erros terão provocado, por um lado, enquanto outros apontam para o facto de António Costa se ter assustado com as mesmas e, por isso, ter deixado de pedir a maioria absoluta na última semana de campanha.

Interessantes argumentos a precisar, claro, de um estudo bem mais aprofundado.

Os tempos que aí vêm serão, sem dúvida, interessantes.

António Costa prometeu falar com todos os partidos, à exceção do Chega, no seguimento da promessa de não se refugiar na maioria absoluta para governar sozinho, fazendo ouvidos moucos das críticas da oposição.
Prometeu, portanto, humildade e diálogo.

De qualquer forma, vai ter uma direita aguerrida no parlamento, onde irá apenas uma vez por mês, e uma esquerda ressabiada que não lhe vai perdoar e vai tentar encontrar na rua o apoio que perdeu nas urnas.

Bem-vindos, portanto, ao Portugal cor-de-rosa. 

Jornalista