O Infarmed divulgou esta manhã o balanço das notificações de suspeitas de reações adversas às vacinas da covid-19 durante o mês de janeiro, fazendo agora um ponto de situação das reações adversas notificadas após a vacinação de mais 200 mil crianças dos 5 aos 11 anos no início do mês passado. Ao todo foram reportadas neste grupo etário, após a primeira dose administrada a cerca de 305 mil crianças entre dezembro e janeiro, 57 suspeitas de reações adversas. Destas 25 foram classificadas como graves, entre as quais dois casos de miocardite que evoluíram para cura.
Entre os jovens e adolescentes dos 12 aos 17 anos, que já completaram o esquema vacinal, foram notificadas 102 reações adversas graves em 1 130 446 vacinas administradas. Segundo o Infarmed, estas situações foram na sua maioria casos de síncope ou pré-síncope, e reações de tipo alérgico, "que dependem do perfil individual do vacinado", diz o regulador. "São casos que motivaram observação e/ou tratamento clínico, mas todos tiveram evolução positiva e sem sequelas. 13 destes casos foram notificados como mio/pericardite. De salientar que a miocardite e a pericardite são doenças inflamatórias de etiologia variada, normalmente associadas, sobretudo nesta faixa etária, a infeções virais", refere o documento.
A incidência de reações adversas nas crianças dos 5 aos 11 anos é agora de 0,19 situações por cada mil vacinas administradas, sendo de 0,18 por mil vacinas nos adolescentes. São os grupos etários até aqui com menor incidência de reações adversas reportadas, sendo o grupo etário dos 25 aos 49 anos aquele em que se verificaram mais notificações (1,44 por cada mil vacinas).
Nesta atualização, o Infarmed não inclui o caso da criança de seis anos que morreu no Hospital de Santa Maria, notificado pelo hospital como suspeita de reação adversa à vacina e um quadro suspeito de miocardite. Os resultados da autópsia, que esta semana o Ministério da Justiça indicou terem sido já comunicados ao Ministério Público, excluíram, de acordo com a informação prestada pelo ministério à imprensa, a relação com a vacina. O Infarmed ainda não se pronunciou sobre a conclusão da análise deste caso.
O relatório do Infarmed pode ser consultado aqui.