Assassinato de refugiado de 24 anos de idade gera fúria no Brasil. São esperadas manifestações

Assassinato de refugiado de 24 anos de idade gera fúria no Brasil. São esperadas manifestações


“O meu primo nunca fez mal a ninguém, ele estava sempre a sorrir. É repugnante. É um pesadelo”, disse Chadrac Kembilu Nkusu.


Milhares de manifestantes são esperados nas ruas do Brasil no próximo sábado para protestar contra o assassinato de um jovem refugiado congolês cujo assassinato, que chegou a ser filmado, causou uma explosão de raiva por racismo estrutural profundamente enraizado na sociedade brasileira. 

Moïse Mugenyi Kabagambe abandonou a sua casa na cidade de Bunia, na República Democrática do Congo, há 11 anos atrás, após a morte da sua avó. Procurou abrigo a milhares de quilómetros de distância no Brasil apenas para perder a sua própria vida na semana passada, aos 24 anos de idade, depois de ter sido atacado por um grupo de homens numa das praias mais conhecidas do Rio de Janeiro, a Barra da Tijuca.

"O meu primo nunca fez mal a ninguém, ele estava sempre a sorrir. É repugnante. É um pesadelo", disse o primo da vítima, Chadrac Kembilu Nkusu, um companheiro refugiado que está a considerar fugir para o Canadá por causa do ataque.

Familiares dizem que Kabagambe tinha ido exigir 200 reais em salários não pagos do bar à beira-mar, onde tinha trabalhado informalmente como empregado de mesa, servindo os frequentadores da praia.

O jovem sofreu ferimentos fatais no peito após ter sido derrubado no chão e espancado dezenas de vezes com pedaços de madeira e vários socos. Tudo indica que as suas mãos e os seus pés foram atados depois de ter sido derrubado inconsciente.