Registados mais de 550 crimes de tráfico de pessoas em Portugal nos últimos 12 anos

Registados mais de 550 crimes de tráfico de pessoas em Portugal nos últimos 12 anos


Distritos de Beja e Lisboa foram palco a maior parte dos crimes. 


As autoridades portugueses detiveram, nos últimos 12 anos, 20 pessoas e registaram 556 crimes de tráfico de seres humanos, tendo a maioria deles sido registados nos distritos de Lisboa e Beja, segundo um boletim do Observatório do Tráfico de Seres Humanos (OTSH).

O boletim "Tráfico de Pessoas: Estatísticas da Justiça 2008-2020", elaborado pelo OTSH em cooperação com a Direção-Geral da Política de Justiça, adianta que os crimes de tráfico de pessoas representam 0,3% do total de crimes contra a liberdade pessoal registados em Portugal em 12 anos. Segundo o documento, os distritos de Lisboa e Beja foram aqueles que registaram maior número de crimes de tráfico de seres humanos entre 2008 e 2020, ao contabilizarem 70 e 32 respetivamente.

O ano em que mais crimes dets tipo foram registados foi o de 2019, com 58.

"Entre 2009-2012 regista-se uma tendência de decréscimo no número anual de crimes registados pelas autoridades policiais. Entre 2013 e 2015 observa-se um aumento anual. Com uma quebra registada entre 2016-2017 e entre 2018-2019 o número de crimes registados volta a apresentar um aumento, sendo o ano mais representativo 2019 com 81 crimes registados", lê-se no documento, que indica 2020 como o ano com menos crimes de tráfico de pessoas e o que contabiliza "um decréscimo mais significativo em relação ao período homologo (-40 crimes)".

O observatório revela ainda que, entre 2008-2020, houve um total de 52 processos-crime na fase de julgamento findos em primeira instância por crime de tráfico de pessoas e 234 arguidos. A maioria dos arguidos tinha a nacionalidade portuguesa e eram homens.

Sabe-se também que 126 dos arguidos foram condenados, durante aquele período, em processos-crime findos em primeira instância por crime de tráfico de pessoas, 63 dos quais em prisão efetiva e 44 em pena suspensa com regime de prova, e 87 foram absolvidos por "carência de prova".