Mobilização


Os portugueses mobilizaram-se para dar abrir um novo ciclo de maioria absoluta com responsabilidade absoluta.  


Foi num momento em que se verificava um muito significativo pico de eleitores em isolamento por contaminação ou contacto com a covid-19, que as portuguesas e os portugueses inverteram a tendência para o aumento da abstenção em eleições legislativas e ocorreram em numero acrescido às urnas. Este facto de enorme relevância fez da democracia a primeira vencedora das eleições de 30 de janeiro, ancorada pelo sentido de Estado que as Instituições da República revelaram em todo o processo. 

A mobilização verificada nestas eleições confirma a minha convicção sobre a enorme sabedoria do eleitorado português, desde que na manhã luminosa de 25 de abril de 1974 se pôde pronunciar, muitas vezes contra o sentido do que foi a minha escolha, mas sempre com enorme consistência, sobretudo quando as escolhas são analisadas com o necessário distanciamento.

Como é meu hábito em dia eleitoral, também desta vez permaneci algum tempo nas imediações do meu local de voto. Cumprimentei amigos e conhecidos, mas não me dediquei a ouvir conversas alheias. No entanto, há sempre um ruído de fundo que se vai percebendo, intermediado agora com a novel e espero que pontual barreira das máscaras. A minha perceção desse “ruído” nestas eleições foi diferente. Falava-se menos das coisas do dia a dia, próprias de reencontros ocasionais, e mais de política e de opções alternativas. Senti que a mobilização de dia 30 de janeiro não foi um movimento amorfo ou uma onda ocasional. Foi antes o resultado claro de um sentimento partilhado de urgência politica, de escolha entre opostos, de opção pela estabilidade ou pelo salto no escuro.

Quando ao fim da tarde me desloquei para um dos canais de televisão para comentar os resultados durante a noite eleitoral, estava convencido que algo de muito diferente do expectável iria acontecer. Não tinha a certeza qual o sentido da onda, embora a intuição me transmitisse alguma convicção de que seria uma afirmação forte de desejo de estabilidade. As primeiras projeções e os resultados finais confirmaram essa intuição. Os portugueses mobilizaram-se para abrir um novo ciclo de maioria absoluta com responsabilidade absoluta. António Costa na sua declaração de vitória mostrou bem a consciência do teor do mandato que ele, enquanto secretário geral do Partido Socialista e candidato a primeiro-ministro recebeu, ao abrir as portas do diálogo construtivo a todas as forças do arco democrático e inequivocamente constitucional. 

A mobilização extraordinária do povo português num contexto de grande dificuldade aumenta a legitimidade, mas também a exigência que será colocada no novo ciclo governativo. O programa eleitoral do PS é claro nas prioridades e nas reformas, incluindo a modernização da própria forma de organizar e tornar mais eficaz a tomada de decisão e sobretudo a sua concretização no terreno. A onda pela governabilidade que se verificou na mobilização eleitoral apela agora a uma nova onda. A onda da governação estruturada e adaptada aos novos desafios da sociedade em que vivemos. É esse o primeiro passo do tempo político agora aberto.

Eurodeputado do PS

Mobilização


Os portugueses mobilizaram-se para dar abrir um novo ciclo de maioria absoluta com responsabilidade absoluta.  


Foi num momento em que se verificava um muito significativo pico de eleitores em isolamento por contaminação ou contacto com a covid-19, que as portuguesas e os portugueses inverteram a tendência para o aumento da abstenção em eleições legislativas e ocorreram em numero acrescido às urnas. Este facto de enorme relevância fez da democracia a primeira vencedora das eleições de 30 de janeiro, ancorada pelo sentido de Estado que as Instituições da República revelaram em todo o processo. 

A mobilização verificada nestas eleições confirma a minha convicção sobre a enorme sabedoria do eleitorado português, desde que na manhã luminosa de 25 de abril de 1974 se pôde pronunciar, muitas vezes contra o sentido do que foi a minha escolha, mas sempre com enorme consistência, sobretudo quando as escolhas são analisadas com o necessário distanciamento.

Como é meu hábito em dia eleitoral, também desta vez permaneci algum tempo nas imediações do meu local de voto. Cumprimentei amigos e conhecidos, mas não me dediquei a ouvir conversas alheias. No entanto, há sempre um ruído de fundo que se vai percebendo, intermediado agora com a novel e espero que pontual barreira das máscaras. A minha perceção desse “ruído” nestas eleições foi diferente. Falava-se menos das coisas do dia a dia, próprias de reencontros ocasionais, e mais de política e de opções alternativas. Senti que a mobilização de dia 30 de janeiro não foi um movimento amorfo ou uma onda ocasional. Foi antes o resultado claro de um sentimento partilhado de urgência politica, de escolha entre opostos, de opção pela estabilidade ou pelo salto no escuro.

Quando ao fim da tarde me desloquei para um dos canais de televisão para comentar os resultados durante a noite eleitoral, estava convencido que algo de muito diferente do expectável iria acontecer. Não tinha a certeza qual o sentido da onda, embora a intuição me transmitisse alguma convicção de que seria uma afirmação forte de desejo de estabilidade. As primeiras projeções e os resultados finais confirmaram essa intuição. Os portugueses mobilizaram-se para abrir um novo ciclo de maioria absoluta com responsabilidade absoluta. António Costa na sua declaração de vitória mostrou bem a consciência do teor do mandato que ele, enquanto secretário geral do Partido Socialista e candidato a primeiro-ministro recebeu, ao abrir as portas do diálogo construtivo a todas as forças do arco democrático e inequivocamente constitucional. 

A mobilização extraordinária do povo português num contexto de grande dificuldade aumenta a legitimidade, mas também a exigência que será colocada no novo ciclo governativo. O programa eleitoral do PS é claro nas prioridades e nas reformas, incluindo a modernização da própria forma de organizar e tornar mais eficaz a tomada de decisão e sobretudo a sua concretização no terreno. A onda pela governabilidade que se verificou na mobilização eleitoral apela agora a uma nova onda. A onda da governação estruturada e adaptada aos novos desafios da sociedade em que vivemos. É esse o primeiro passo do tempo político agora aberto.

Eurodeputado do PS