Com as fronteiras encerradas desde o início da pandemia de covid-19, em março de 2020, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou que vai reabrir as fronteiras deste país pela primeira vez no final do presente mês, num plano de cinco fases que terminará em outubro.
Depois deste plano ter sido adiado devido à disseminação da variante Ómicron, foi anunciado que este plano irá entrar em vigor no dia 28 de fevereiro e será aplicado a nacionais e residentes, assim como para alguns australianos, com vacinação completa e um isolamento domiciliário de dez dias à chegada, enquanto os não vacinados ou que não tenham completado a inoculação continuarão sujeitos a regimes de quarentena rigorosos durante 14 dias nas instalações governamentais.
“A chegada da Omicron obrigou a adiar esta mudança nas configurações de fronteira, – de forma a termos hipótese de adotar reforços na imunização, uma hipótese que a maioria dos países não teve”, disse Ardern, citada pelo Guardian, durante um discurso proferido na quinta-feira. “Com a nossa comunidade mais protegida, devemos agora voltar para a importância da reconexão. Famílias e amigos precisam de se reunir. Os nossos negócios precisam de habilidades para crescer. Os exportadores precisam viajar para fazer novas ligações”, disse a primeira-ministra.
Depois desta fase inicial, a partir de 14 de abril, os trabalhadores estrangeiros que ganhem mais do que o salário médio da Nova Zelândia (5.028 euros) – bem como os trabalhadores temporários serão autorizados a viajar para o país.
Depois de 12 de abril, cerca de 5.000 estudantes estrangeiros e outros titulares de vistos específicos serão autorizados a regressar à Nova Zelândia.
Já a reabertura para turistas australianos e países sem vistos apenas terá lugar em julho, enquanto todos os outros estrangeiros com todos os tipos de vistos poderão fazê-lo numa data não especificada em outubro.
Desde o início da pandemia, a Nova Zelândia tem limitado o repatriamento dos seus cidadãos, estabelecendo quotas rigorosas nos centros de quarentena, algo que tem merecido muitas críticas ao Governo de Ardern.
“Com os centros de quarentena do Governo, nem todos podiam regressar a casa em qualquer altura, mas isto também significava que a covid-19 não podia entrar à vontade”, justificou Ardern numa conferência de imprensa em Auckland.
De acordo com dados oficiais, 94% da população alvo da Nova Zelândia recebeu a vacinação completa da Covid-19, enquanto 92% da população com mais de 18 anos terá uma dose de reforço até ao final do mês.
Esta notícia chega na mesma semana em que foi reportado que a jornalista neozelandesa grávida, Charlotte Bellis, alertou para o facto de não ter conseguido regressar ao país devido ao restrito sistema de controlo de fronteiras. Retida no Afeganistão, a mulher viu-se obrigada a pedir refúgio aos talibãs.