Iémen. Rebeldes Huthis reivindicam ataque aos Emirados Árabes Unidos

Iémen. Rebeldes Huthis reivindicam ataque aos Emirados Árabes Unidos


O porta-voz militar dos Huthis, Yahya Sarea, declarou na televisão iemenita que “alvos importantes no emirado de Abu Dhabi foram atacados com uma série de mísseis balísticos” e ainda que “alvos sensíveis no emirado de Dubai” foram atingidos com recurso a ‘drones’ [aparelho aéreo não tripulado.


Os rebeldes Huthis reivindicaram hoje a responsabilidade pelo ataque lançado na noite de domingo contra os Emirados Árabes Unidos (EAU), o terceiro este mês e quando o Presidente israelita, Isaac Herzog, visita o país árabe.

O porta-voz militar dos Huthis, Yahya Sarea, declarou na televisão iemenita que "alvos importantes no emirado de Abu Dhabi foram atacados com uma série de mísseis balísticos" e ainda que "alvos sensíveis no emirado de Dubai" foram atingidos com recurso a 'drones' [aparelho aéreo não tripulado]

Sarea indicou que este ataque, que chamou de 'Operação Iémen Terceiro Ciclone', "atingiu com sucesso os seus objetivos".

O porta-voz também afirmou que os Emirados Árabes Unidos "permanecerão inseguros enquanto os instrumentos do inimigo israelita em Abu Dhabi e Dubai continuarem a lançar agressões contra o nosso amado povo e país".

Este ataque dos Huthis aconteceu durante a visita de Herzog, que chegou no domingo aos Emirados Árabes Unidos e que hoje visita a Dubai Expo, onde será comemorado o dia nacional de Israel.

O Ministério da Defesa dos Emirados anunciou no domingo à noite que intercetou e destruiu um míssil balístico lançado pelos rebeldes Huthis contra os Emirados, sem especificar a localização.

Logo após o ataque, o Comando de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa dos Emirados anunciou "a destruição da plataforma para mísseis balísticos lançados a partir de Al-Jawf (norte do Iémen) em direção aos Emirados Árabes Unidos às 00:50 (20:50 de domingo em Lisboa)".

Por outro lado, a Autoridade Geral de Aviação Civil dos Emirados afirmou, num comunicado, que o tráfego aéreo no país não foi afetado e nenhum aeroporto sofreu o impacto desses mísseis.

Em 17 de janeiro, os Huthis atacaram uma zona em construção no aeroporto de Abu Dhabi e uma zona industrial, numa ação que deixou três mortos.

Os Emirados Árabes Unidos fazem parte de uma coligação militar internacional liderada pela Arábia Saudita que apoia o Governo iemenita, reconhecido internacionalmente, contra os rebeldes Huthis, um movimento xiita apoiado pelo Irão.

Uma força paramilitar apoiada pelos EAU liderou este mês uma ofensiva que possibilitou ao Governo iemenita recapturar uma província do sul do país que estava sob o controlo dos rebeldes.

A guerra no Iémen matou 130.000 pessoas desde 2015, tanto civis como combatentes, e exacerbou a fome e a miséria em todo o país.

O conflito no Iémen é considerado pela ONU como a maior tragédia humanitária do planeta: 80% da população do país necessita de algum tipo de assistência para colmatar as necessidades básicas.

Localizado no Médio Oriente, junto ao Mar Arábico, Golfo de Aden e Mar Vermelho, e com fronteiras com Omã e a Arábia Saudita, o Iémen tem uma população de cerca de 33 milhões de pessoas.