Fórmula E. Félix da Costa para ganhar

Fórmula E. Félix da Costa para ganhar


O Mundial de Fórmula E começa este fim de semana e promete ser eletrizante. António Félix da Costa parte determinado a recuperar o título mundial.


O circuito citadino de Diriyah, na Arábia Saudita, marca o início da oitava temporada daquela que é a competição automóvel mais ecológica do planeta. Os monolugares, estilo Batmobile, têm motor 100 por cento elétrico com uma potência de 250 kW (335 cv), aceleram de 0 a 100 km/h em 2,8 s (o Fórmula 1 faz 2,6s) e atingem 280 km/h de velocidade máxima.  

Prestigiados construtores como a Porsche, Mercedes, Jaguar, Nissan e DS estão presentes neste campeonato, que conta com 16 corridas em circuitos citadinos na Europa, América e Ásia e é disputado por 11 equipas e 22 pilotos. “O calendário é o mais extenso até ao momento e esperamos oferecer corridas de classe mundial. O alinhamento de pilotos é indiscutivelmente o mais forte de sempre, e os novos regulamentos desportivos fornecerão uma plataforma desportiva renovada e fortalecida” afirmou Alberto Longo, co-fundador da Fórmula E.

António Félix da Costa, campeão do Mundo em 2020, considera que “a Fórmula E é a montra perfeita para as marcas apresentarem a sua capacidade tecnológica. É um conceito sustentável que vai além das corridas de automóveis, é o exemplo para o futuro da mobilidade elétrica”. A FIA introduziu alterações nos regulamentos técnico e desportivo permitindo aos pilotos terem mais potência no Attack Mode – as corridas vão ser mais emocionantes – ao passo que o novo formato da qualificação torna a luta pela pole position mais intensa e imprevisível. 

O piloto português continua na DS Techeetah, que considera ser uma equipa competente e com visão vencedora, deixando para trás vários convites, nomeadamente da Mercedes. “Houve várias possibilidades, mas ponderei bem e tomei a melhor decisão. Estou ansioso por voltar às corridas com esta equipa, onde me sinto em família. A mentalidade é 100 por cento ganhadora, e isso foi determinante. Querem ganhar tanto quanto eu e isso vê-se no trabalho diário. Sempre disse que é das equipas mais fortes da Fórmula E. São muitos títulos conquistados e estou muito feliz por ter ficado.”

O gozo das corridas em cidade Sobre as mudanças nos regulamentos foi claro: “É muito divertido correr em pistas citadinas. Todos querem continuar a correr no centro das cidades, e estas alterações vão trazer maior animação às provas. A Fórmula E deu um passo em frente para conseguir dar um grande show às pessoas, sobretudo na qualificação, com duelos tipo Race of Champions.” 

Ambicioso como sempre, tem um objetivo claro: “Reconquistar o campeonato que perdi em 2021. Só sei estar no desporto com o objetivo de ganhar. Mesmo sabendo que é difícil, vou lutar sempre pela vitória. Na Fórmula E, para se vencer tem de correr tudo na perfeição desde os treinos livres. O nível das equipas e das marcas envolvidas é incrivelmente elevado, além dos pilotos que são do melhor que há no Mundo. A fasquia está muito alta, mas estamos prontos, motivados e unidos para ir à luta”. 

Será um ano extremamente competitivo, com vários pilotos e equipas capazes de vencer, o habitual nesta competição com monolugares elétricos. Félix da Costa parte determinado a lutar pelo título mundial depois de uma época menos conseguida (foi 8.º o ano passado). “Perdemos o campeonato em 2021 porque não fomos suficientemente bons para o ganhar. Devemos perceber o motivo por que perdemos, penso que isso foi conseguido e estaremos mais fortes este ano. Acredito que melhorámos as nossas fraquezas e que demos um passo em frente na competitividade do carro.”

Os testes realizados em Valência no final do ano passado foram bastante positivos e deram boas indicações sobre o potencial da equipa e a gestão da energia, embora seja sempre difícil saber ao certo o andamento de cada piloto antes da primeira corrida. 

Num campeonato que se espera competitivo, não basta ser rápido, a estratégia é fundamental. “Um piloto tem que ser consistente em todas as corridas e não cometer erros. Deve procurar ganhar quando tem carro para isso e aceitar que há corridas onde isso não é possível, muitas vezes, num dia mau, terminar num lugar secundário pode ser fundamental nas contas finais do campeonato” lembrou o piloto. 

A ideia de realizar uma corrida de Fórmula E em Lisboa ou Cascais continua de pé “já houve muitas conversas para ter uma corrida em Portugal. Para mim seria um enorme orgulho e sei que a Fórmula E também tem esse desejo, mas cabe ao país e às entidades interessadas fazer por isso” a mensagem está dada.

Os canais desportivos Eurosport e Eleven 3 vão transmitir em direto as 16 corridas do campeonato.

Acelerar o futuro A vontade de acelerar em direção a um futuro elétrico leva os construtores a olharem com mais atenção para a Fórmula E. A Maserati e McLaren já anunciaram a entrada neste campeonato em 2023, altura em que serão introduzidos os monolugares Gen3, mais rápidos, potentes e eficientes e com pegada de carbono zero. Será o carro de corrida mais eficiente do mundo – pelo menos 40 por cento da energia utilizada numa corrida será produzida pela travagem regenerativa durante a corrida. Cinco anos depois deverá surgir o Gen4 a hidrogénio!

A Maserati tem um grande historial no desporto automóvel. Tudo começou no Targa Fiorio em 1926, prova mítica para os amantes das corridas, e o ponto alto da marca do tridente foi o triunfo no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 em 1957 com o lendário Juan Manuel Fangio. A McLaren é das equipas com maior sucesso na Fórmula 1 tendo conquistado oito títulos de construtores e 12 de pilotos. Além da competição, fabrica modelos superdesportivos que são dos mais rápidos do mundo.