2022 começou da forma mais intensa possível para o mundo do ténis. O Open da Austrália, primeiro Grand Slam do ano, que decorre em Melbourne, tem sido marcado por diferentes polémicas, e difícil é escolher por qual começar, numa altura em que faltam poucos dias para saber quem será o campeão da edição de 2022.
Depois da novela em torno de Novak Djokovic, que culminou com a sua deportação da Austrália e com uma interdição de visitar o país nos próximos três anos, esperava-se que os ânimos em Melbourne se estabilizassem… mas, a realidade é que surgiram novas polémicas, umas atrás das outras.
Fale-se, por exemplo, da mais recente: Denis Shapovalov, que enfrentou Rafael Nadal na madrugada de terça-feira, não gostou da atitude do jogador durante os intervalos no jogo, e acusou, tanto o espanhol como os árbitros da competição, de beneficiar Nadal ao permitir-lhe levar a cabo intervalos maiores entre sets.
Após quatro horas de jogo, o espanhol bateu o canadiano por 6-3, 6-4, 4-6, 3-6 e 6-3, e Shapovalov não gostou do que viu. Depois do primeiro set, o número 14 do ranking mundial da ATP queixou-se ao árbitro da partida, argumentando que Nadal estava a demorar demasiado em regressar ao court. “São uns corruptos”, chegou a atirar o canadiano, que, durante todo o jogo manteve as críticas sobre o tempo que o espanhol demorou entre sets, bem como a realizar os serviços. Foi tal a tensão no ambiente que Nadal e Shapovalov trocaram mesmo algumas palavras junto à rede.
Após a partida, a crítica não desceu de tom: “Respeito-o, mas tem de haver certos limites. Não só jogas contra ele, mas também contra o árbitro. É muito duro e frustrante sobrepor-se a isto tudo”, atirou.
Em resposta, Nadal afirmou estar a par do facto de ter demorado “um pouco mais no final do primeiro set”. “Normalmente eles dão um pouco mais de tempo e eu levei 30 segundos a mais. Acho que precisava e o árbitro agiu corretamente. Eu sigo as regras. Acho que ele errou em protestar”, respondeu o espanhol, citado pela jornal espanhol MARCA.
ONDE ESTÁ PENG SHUAI? O caso da tenista chinesa que desapareceu dos radares após acusar um antigo membro do Governo chinês de a ter abusado sexualmente não está ainda fechado, e o Open da Austrália tornou-se no palco de alguns protestos que exigem que seja esclarecida a situação.
“Onde está Peng Shuai?” lia-se nas t-shirts de alguns espetadores em Melbourne que, no domingo, foram proibidos pela organização do evento de as utilizar durante o mesmo. Em causa, alegava a Federação de Ténis australiana, estava uma quebra dos regulamentos, que proíbem roupa, cartazes ou símbolos comerciais ou políticos.
Ainda assim, a polémica sobre a proibição foi tal que a organização do Open da Austrália acabou por recuar na decisão. Craig Tiley, diretor do torneio, explicou, na terça-feira, que, afinal, o uso das ‘t-shirts’ de apoio à tenista chinesa será permitido, “desde que não entrem como uma multidão hostil para causar problemas, mas sejam pacíficos”.