365 dias sobre o ataque ao capitólio e à democracia


Passaram 365 dias sobre a triste invasão do Capitólio dos Estados Unidos da América.


Era algo inimaginável.

O expoente máximo da democracia no país das oportunidades e dos sonhos.

Os Estados Unidos de Presidentes como Abraham Lincoln, Roosevelt, John Fitzgerald Kennedy e Barack Obama. Grandes defensores da democracia e da elevação política.

Em suma, foi algo praticamente inacreditável de acontecer.

Um Presidente não aceitar os resultados da eleição e os seus apoiantes fazerem a triste figura de combater a democracia a céu aberto.

Sem máscaras de vergonha e com toda a confiança de que estavam a ser idiotas.

O ataque de 6 de janeiro de 2021 arranhou a imagem americana. Deixou bem marcada uma grande e eterna ferida na então grande e incontestável líder democrática do mundo: Os EUA.

Um ano depois ainda comemos estilhaços de pólvora seca sobre a imagem política mundial. Ainda digerimos mesmo as imagens, a violência e a incoerência de ver americanos atacarem a América.

Um ano depois, ainda vemos este mini-vírus que ataca a democracia e as liberdades como secundário face ao SARS-CoV-2. É secundário, sim, mas também deixa uma doença no mundo. Uma outra pandemia. Aquela que diariamente diminui a imunidade da democracia à demagogia e ao populismo que prolifera, com variadas estirpes, na Europa e na América.

Avancemos. O mundo pula e avança. E a democracia tem de acompanhar o ritmo de tudo o que segue.

Daqui a muitos anos, espero que o mundo inteiro tenha aprendido que até as democracias intocáveis sofrem empurrões.

Daqui a muitos anos, espero que os portugueses saibam que não vivemos isolados e que ataques à democracia fora daqui, têm impacto cá também.

Daqui a muitos anos, que os portugueses saibam que tinham em 2022 a oportunidade de ainda defender a sua e a nossa democracia.

Daqui a muitos anos, espero que olhemos para a nossa democracia como algo real que dá mesmo oportunidade a quem tem capacidade e não como algo teórico que apenas segura sacos de votos em cacique (da direita à esquerda, dos novos aos partidos fundadores).

Daqui a muitos anos, espero que tenhamos cilindrado o populismo e a demagogia da extrema-esquerda e da extrema-direita. Que a moderação, as ideias e as propostas vençam sobre o vazio de ideias e as críticas pessoais.

Que tenhamos a coragem de ver Portugal avançar com mais esperança do que aquela que os milhares de defensores de Trump estupidamente enfrentaram o símbolo maior do seu país.

Que saibamos estar na política. Todos.

Sobretudo isso.

Sem carreirismo. Sem profissionalismo de algo que a ética devia limitar mandatos e períodos de tempo de intervenção.

A renovação pratica-se.

Que quem está político tenha carreira sim. Mas carreiras académicas, profissionais e pessoais.

Que usemos a história como ensinamento. Que tiremos ilações. Que saibamos que cá também pode acontecer e que consigamos precaver e salvaguardar a maior vitória do país: A democracia.

Que se recorde o 6 de janeiro de 2021.

Mas, sobretudo, que se assinale sempre o seu 7 de janeiro: Pela democracia e pela plena liberdade de todos, e cada um, que defendo e espero ver cumprir. Todos os dias.

 

Carlos Gouveia Martins

 

365 dias sobre o ataque ao capitólio e à democracia


Passaram 365 dias sobre a triste invasão do Capitólio dos Estados Unidos da América.


Era algo inimaginável.

O expoente máximo da democracia no país das oportunidades e dos sonhos.

Os Estados Unidos de Presidentes como Abraham Lincoln, Roosevelt, John Fitzgerald Kennedy e Barack Obama. Grandes defensores da democracia e da elevação política.

Em suma, foi algo praticamente inacreditável de acontecer.

Um Presidente não aceitar os resultados da eleição e os seus apoiantes fazerem a triste figura de combater a democracia a céu aberto.

Sem máscaras de vergonha e com toda a confiança de que estavam a ser idiotas.

O ataque de 6 de janeiro de 2021 arranhou a imagem americana. Deixou bem marcada uma grande e eterna ferida na então grande e incontestável líder democrática do mundo: Os EUA.

Um ano depois ainda comemos estilhaços de pólvora seca sobre a imagem política mundial. Ainda digerimos mesmo as imagens, a violência e a incoerência de ver americanos atacarem a América.

Um ano depois, ainda vemos este mini-vírus que ataca a democracia e as liberdades como secundário face ao SARS-CoV-2. É secundário, sim, mas também deixa uma doença no mundo. Uma outra pandemia. Aquela que diariamente diminui a imunidade da democracia à demagogia e ao populismo que prolifera, com variadas estirpes, na Europa e na América.

Avancemos. O mundo pula e avança. E a democracia tem de acompanhar o ritmo de tudo o que segue.

Daqui a muitos anos, espero que o mundo inteiro tenha aprendido que até as democracias intocáveis sofrem empurrões.

Daqui a muitos anos, espero que os portugueses saibam que não vivemos isolados e que ataques à democracia fora daqui, têm impacto cá também.

Daqui a muitos anos, que os portugueses saibam que tinham em 2022 a oportunidade de ainda defender a sua e a nossa democracia.

Daqui a muitos anos, espero que olhemos para a nossa democracia como algo real que dá mesmo oportunidade a quem tem capacidade e não como algo teórico que apenas segura sacos de votos em cacique (da direita à esquerda, dos novos aos partidos fundadores).

Daqui a muitos anos, espero que tenhamos cilindrado o populismo e a demagogia da extrema-esquerda e da extrema-direita. Que a moderação, as ideias e as propostas vençam sobre o vazio de ideias e as críticas pessoais.

Que tenhamos a coragem de ver Portugal avançar com mais esperança do que aquela que os milhares de defensores de Trump estupidamente enfrentaram o símbolo maior do seu país.

Que saibamos estar na política. Todos.

Sobretudo isso.

Sem carreirismo. Sem profissionalismo de algo que a ética devia limitar mandatos e períodos de tempo de intervenção.

A renovação pratica-se.

Que quem está político tenha carreira sim. Mas carreiras académicas, profissionais e pessoais.

Que usemos a história como ensinamento. Que tiremos ilações. Que saibamos que cá também pode acontecer e que consigamos precaver e salvaguardar a maior vitória do país: A democracia.

Que se recorde o 6 de janeiro de 2021.

Mas, sobretudo, que se assinale sempre o seu 7 de janeiro: Pela democracia e pela plena liberdade de todos, e cada um, que defendo e espero ver cumprir. Todos os dias.

 

Carlos Gouveia Martins