Marcelo concorda com reforço de medidas mas diz que “não vale a pena colocar o carro à frente dos bois”

Marcelo concorda com reforço de medidas mas diz que “não vale a pena colocar o carro à frente dos bois”


O Presidente da República reagiu às declarações feitas esta manhã por António Costa e considerou-as “sensatas”. Contudo, ficou de pé atrás em relação as medidas nas fronteiras, dizendo “é prematuro estar a especular”. 


Depois de receber alta hospitalar pela operação às duas hérnias inguinais, o Presidente da República comentou, esta quinta-feira, as declarações sobre as restrições contra a covid-19 proferidas por António Costa, que está presente na reunião dos líderes europeus em Bruxelas, e considerou-as sensatas. 

"O primeiro-ministro apresentou um cenário, como quem diz: estamos com determinada orientação. Se tudo correr bem, essa orientação não implica mais restrições, se for necessário reforçar as restrições, reforçamos. Parece que é sensato", sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, subscrevendo assim a ideia assumida pelo primeiro-ministro sobre a possibilidade de prolongar ou reforçar as medidas de prevenção depois de 9 de janeiro, mediante o crescimento da nova variante da covid-19, Omicron. 

"E as pessoas percebem – já estamos muito, muito em cima do Natal  – como devem comportar-se", frisou o Presidente.

No entanto, Marcelo não está em total sintonia com António Costa. Questionado sobre o prolongamento das medidas relacionadas com as fronteiras do país, o chefe de Estado disse que "não vale a pena colocar o carro à frente dos bois". "Vamos ver. Depende não só da evolução interna como da externa. É prematuro estar a especular".

Já em relação à necessidade de administrar uma quarta dose da vacina contra a covid-19 – segundo António Costa esta dose de reforço poderá avançar na primavera e será adequada para as novas variantes e apenas para um determinado leque de pessoas – o Presidente indicou que várias farmacêuticas estão a preparar uma vacina a pensar na quarta dose e que estaria disponível no final do verão que vem. 

"No fundo, estamos a caminhar para o que houve quando a gripe apareceu, [com vacinação] com periocidade de nove meses a um ano, de haver a vantagem para certos grupos populacionais realizar periodicamente vacinas. Pode ser que seja esse o caminho", anteviu Marcelo.