O antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, ficará em prisão domiciliária com uma caução de seis milhões de euros como medida de coação. A mulher, Alexandra Pinho, ficou sujeita a apresentações periódicas quinzenais e terá de depositar uma caução de um milhão de euros, além de ficar com o passaporte apreendido. As medidas de coação foram decidas, esta quarta-feira, pelo juiz de instrução Carlos Alexandre no Tribunal Central de Instrução Criminal.
Recorde-se que o ministro foi detido na manhã de terça-feira, após um interrogatório no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, em Lisboa, no âmbito do caso EDP. No mesmo dia, foi emitido um mandado de detenção em nome da mulher.
Manuel Pinho é acusado dos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, num caso em que o Ministério Público suspeita que terá arrecadado quase 4 milhões de euros de sociedades offshore, durante o período em que foi ministro da Economia no Executivo de José Sócrates, entre 2005 e 2009.
Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP em 2017, com base em alegadas transferências de dinheiro provenientes do Grupo Espírito Santo. Para agravar a situação, o seu nome foi mencionado numa investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas (Pandora Papers), incluindo-o numa lista de políticos que terão escondido fortunas em paraísos fiscais. Alexandra Pinho acabou por sair em liberdade.