O irmão de Julian Assange, Gabriel Shipton, disse esta terça-feira, em Nova Iorque, temer que o fundador do WikiLeaks morra no decurso da batalha judicial contra a sua extradição do Reino Unido para os EUA.
A preocupação de Shipton foi transmitida à France-Presse, durante um protesto que liderou em frente ao Consulado Britânico, em Manhattan, com cerca de três dezenas de manifestantes, entre os quais a atriz norte-americana Susan Sarandon e o músico britânico, fundador dos Pink Floyd, Roger Waters.
O irmão do ativista disse estar "muito preocupado com o que vai na cabeça de Julian" e que a família vive "com medo de que ele não aguente ou que morra completamente durante o processo judicial de extradição".
Esta não é a primeira vez que Shipton manifesta preocupação com o estado de saúde do irmão, de 50 anos, e a noiva do denunciante australiano, Stella Morris, revelou ao jornal britânico "Mail on Sunday" que Assange sofreu "um micro AVC [Acidente Vascular Cerebral]" na prisão, em finais de outubro.
Assange encontra-se detido numa prisão de alta segurança, nos arredores de Londres, desde que foi preso pela polícia inglesa após passar sete anos na embaixada do Equador na capital britânica, onde se refugiou quando estava em liberdade sob caução.
Para o irmão, Julian Assange "já não é o homem que era quando tudo começou", mas "continua forte e combativo".
Os familiares e simpatizantes de Assange manifestaram-se após uma decisão do Supremo Tribunal de Inglaterra, favorável às pretensões dos EUA, que anulou uma decisão de um tribunal de primeira instância que se opunha à extradição.
Assange pretende, no entanto, recorrer para o Supremo Tribunal Federal.
Os EUA acusam-no de espionagem por divulgar, a partir de 2010, mais de 700 mil documentos sigilosos sobre atividades militares e diplomáticas norte-americanas, particularmente no Iraque e Afeganistão, motivo pelo qual pode vir a ser condenado a até 175 anos de prisão.
Para o artista Roger Waters, "as nossas vidas, a nossa liberdade e a democracia dependem completamente do que acontecer a Julian Assange", enquanto Susan Sarandon afirmou que "independentemente do que pensarmos sobre Julian Assange, está em questão a liberdade de imprensa e o jornalismo".