A presciência do cinema. 10 filmes que previram o futuro

A presciência do cinema. 10 filmes que previram o futuro


No dia 4 de dezembro, a série da Netflix, Black Mirror, completará uma década. Tendo ficado conhecida pela desconcertante habilidade de contar histórias que posteriormente se tornaram realidade, a produção britânica também veio provar que a ficção científica tem provado ser uma janela para o futuro e a verdade é que já são muitos os filmes…


007 – Dr. No – 1962 – Smartwatches

Os filmes do 007, um agente secreto fictício do serviço de espionagem britânico MI-6, criado pelo escritor Ian Fleming em 1953, são conhecidos pelas suas tecnologias inovadoras, principalmente pelos seus smartwatches, sincronizados pela agente secreta Q. A ideia acabou por não passar despercebida pelos vários “gigantes tecnológicos”, que a adaptaram da ficção para a realidade. Os relógios inteligentes, conhecidos por atualmente mandarem e receberem mensagens e executarem tarefas através da fala, chegaram em 1977, quando a Hewlett-Packard apresentou o HP-01 – um combinado entre um visor de LED com sete dígitos e um teclado com 28 botões que ofereciam uma gama variada de funções que incluía relógio, alarme, calculadora, cronómetro e até mesmo um calendário para 200 anos.

Soylent Green – 1973 – A Superpopulação e o Aquecimento Global

O filme americano realizado por Richard Fleischer, conta a história do ano de 2022, onde a cidade de Nova Iorque conta 40 milhões de habitantes – um futuro em que a superlotação e a superpopulação criaram uma escassez de recursos, incluindo alimentos. O filme mostra o mundo catastrófico que lida com uma ameaça global que é uma preocupação muito atual, já que os responsáveis pela escassez de alimentos são o aquecimento global e a mudança climática.

Blade Runner – 1982 -Os grandes Outdoors

O filme de ficção científica realizado por Ridley Scott levava-nos a Los Angeles no ano de 2019, decaído com a poluição, o consumismo exacerbado. Ai, já era possível fazermos uma chamada de vídeo numa cabine telefónica e a publicidade foi um dos centros do filme que mostravam outdoors digitais de quase 60 metros. Hoje em dia vemos outdoors gigantes nas maiores cidades do mundo. O conceito das cabines parece ter captado a atenção da gigante Google, que recriou o projeto e o disponibilizou nalgumas ruas nova-iorquinas, em 2016.

The Terminator – 1984 – Os veículos voadores de filmagens

O filme realizado por James Cameron e que levou Schwarzenegger à fama, faz-nos viajar até ao ano de 2029, com a criação de um ciborgue, desenvolvido para melhorar as capacidades do ser humano a partir da inteligência artificial. Um ciborgue que tinha um trunfo: veículos voadores para fins militares, os agora conhecidos como drones. Os militares dos EUA começaram a utilizá-los em meados da década de 90, mas já os podemos comprar em qualquer loja tecnológica.

The Simpsons – 1989 – O presságio de Trump

Os mais atentos saberão que a criação de  Matt Groening, The Simpsons, tem fama de adivinhar as coisas. Em maio de 2020, um usuário do Twitter apontou que a série poderia ter previsto a covid-19 num episódio de 1993. No enredo, a fictícia ‘gripe de Osaka’ domina Springfield depois de moradores encomendarem espremedores do Japão. Nessa mesma história, é derrubada uma caixa de vespas assassinas. Num outro episódio a série anteviu que Donald Trump se tornaria o Presidente dos Estados Unidos.

Demolition Man – 1993 – Relações Sexuais Virtuais

Quando o filme realizado por Marco Brambilla foi lançado, nem sequer existia a internet. Contudo, em português O Demolidor, foi um dos primeiros filmes e o mais famoso a apresentar o conceito do sexo virtual. No filme ele surge devido à proibição do sexo real e carnal. As personagens saltam vários anos e param em 2032 onde o sexo é feito através de óculos. Nos dias de hoje, uma das coisas mais procuradas na internet é, precisamente, a pornografia. A prática de sexo virtual por videochamada entre casais, também se foi tornando cada vez mais atual.

Minority Report – 2002 – Os ecrãs táteis

O filme de ficção científica, protagonizado por Tom Cruise e realizado por Steven Spielberg, dá-se em abril de 2054, quando a polícia PreCrime de Washington, DC, pára os assassinos antes de agir, reduzindo a taxa de assassinatos a zero, com a ajuda de informações disponibilizadas num grande ecrã tátil. São muitos aqueles que  acreditam que foi precisamente ai que as empresas tiraram a ideia que levou ao desenvolvimento dos ecrãs táteis. Em 2010, John Underkoffler apresentou a TED, uma tela com funções semelhantes à do filme.

Contagion – 2011 – Pandemia da Covid-19

Em português, O Contágio, é o filme mais associado à pandemia da covid-19 que afetou todo o mundo há dois anos. A história apresenta Gwyneth Paltrow como a primeira paciente de um vírus proveniente de um morcego infetado. A pandemia começa na China, antes de matar pessoas em todo o mundo com sintomas de gripe. No meio de todo o caos, políticos e a comunidade científica articulam-se para definir estratégias de controlo da doença, enquanto a sociedade luta para sobreviver ao momento de pânico.

Her – 2013 – A Siri do “amor”

Her, Ela, em português , tem como centro do enredo a relação que existe entre um ser humano Theodore Twombly (Joaquin Phoenix) e um sistema operativo Samantha , elevando-a a um patamar superior: eles têm uma relação afetiva/amorosa. O realizador, Spike Jonze, quis abordar a dependência que alguém pode ter de um sistema operativo. Hoje em dia, a Siri, sistema operativo da Apple que se materializa numa voz feminina responde a quase tudo.

Black Mirror – Nosedive -2016 – O perigo do poder digital

O primeiro episódio da terceira temporada da série antológica de ficção científica britânica,  mostra um futuro onde a vida em sociedade depende do bom status nas redes sociais – as pessoas avaliam-se de zero a cinco estrelas, tal como acontece na Uber. Em 2018, o Governo chinês começou a testar um sistema de “crédito social” que pune os cidadãos que cometem infrações de etiqueta, como tocar música em metros, copiar em exames, não comparecer a reservas em restaurantes ou recusar visitar  parentes idosos.