Kyle Rittenhouse, o jovem que matou duas pessoas numa manifestação antirracista em agosto de 2020, em Kenosha, no estado norte-americano do Wisconsin, foi esta sexta-feira ilibado de todas as acusações.
Rittenhouse estava acusado de cinco crimes: dois de homicídio em primeiro grau, um de tentativa de homicídio, um de ameaça à segurança por carregar uma arma semiautomática e outro de posse ilegal de arma. No entanto, a última acusação acabou por cair por terra nos primeiros dias do julgamento, com o juiz a considerar que a lei não é clara, uma vez que o jovem tinha 17 anos na altura dos crimes e naquele estado uma pessoa de 16 ou 17 anos pode transportar uma espingarda desde que esta não seja de cano curto.
Após quatro dias de deliberações, os 12 jurados consideraram que Rittenhouse, atualmente com 18 anos, agiu em legítima defesa. O jovem podia enfrentar uma pena de prisão perpétua, caso o júri considerasse que agiu com intenção.
O caso remonta à noite de 25 de agosto de 2020. Milhares de pessoas saíram às ruas numa manifestação contra a polícia norte-americana, após o afro-americano Jacob Blake ter sido baleado sete vezes em frente aos filhos menores e à namorada por um polícia.
Kyle Rittenhouse, apoiante assumido de Donald Trump e antigo cadete da polícia, decidiu juntar-se a um grupo de “milícias” fortemente armado para dispersar os manifestantes da cidade de Kenosha, a cerca de 24 quilómetros de onde residia.
O jovem estava ainda associado ao movimento ‘Blue Lives Matter’ [As vidas azuis importam], que tinha como objetivo apoiar as forças de segurança e fora criado em protesto contra o ‘Black Lives Matter’ [Vidas negras importam].
Na noite do incidente, Rittenhouse foi filmado por um telemóvel a disparar numa estrada com uma espingarda semiautomática. Dois homens brancos, de 26 e 36 anos, não resistiram aos ferimentos e um outro homem de 26 foi transportado para o hospital em estado grave, mas sobreviveu.