Depois de o Governo ter anunciado que quer formar diplomados de outras áreas para lecionarem, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) divulgou, em conferência de imprensa, esta quinta-feira, que entre 20 mil e 30 mil alunos continuam sem ter algumas aulas por falta de docentes. Esta estimativa foi realizada com base nos 394 horários a concurso que, de acordo com o balanço da federação, atingem as 4.200 horas.
Vítor Godinho, da Fenprof reuniu os dados anteriormente mencionados e entendeu que os mesmos correspondem a aproximadamente 964 turmas que continuam sem aulas a algumas disciplinas. Sabe-se que o panorama mais grave é aquele vivido na capital: desde 15 de setembro estiveram a concurso na contratação de escola 2.993 horários, 43% do total.
De seguida, encontramos os distritos de Setúbal (1.321 horários, o equivalente a 18% do total), Faro (566 horários, 10,5%), Porto (286 horários, 4%), Santarém (251 horários, 4%) e Beja (204 horários, 3,5%). Para além da concentração do problema a nível regional, importa abordar o mesmo naquilo que diz respeito aos grupos de recrutamento: Informática é o caso mais preocupante, com 831 horários na contratação de escola desde o início do ano letivo corrente, seguindo-se Física e Química (573), Português (539), Inglês (472) e Matemática (447).
Enquanto falava aos jornalistas, Godinho exemplificou que existem instituições escolares em situações mais graves do que outras. Por exemplo, a Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos – com 18 turmas sem Informática -, a Escola Básica 2, 3 D. Sancho I, no Cartaxo – com sete turmas sem Espanhol – ou a Escola Secundária de Bocage, em Setúbal – com seis turmas sem professor de Matemática e/ou Física e Química.
Se estes números já são assustadores, adquirem contornos trágicos quando pensamos no estudo da da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, divulgado esta quinta-feira, que estima que 39% dos professores em funções no ano letivo 2018/2019 deverão aposentar-se 39% até 2030/2031.
Por todos os motivos enunciados e prever-se que será preciso contratar pelo menos 34 mil pessoas na próxima década, Use as ferramentas de partilha que encontra na página de artigo. o Ministério da Educação pretende atrair diplomados de áreas distintas para a docência. Estes serão formados dentro das próprias escolas e terão acesso à carreira docente. No entanto, a Fenprof descreve esta medida como “ilusionismo”.