A situação pandémica na Europa continua a piorar, depois de ter sido registado um aumento de casos de covid-19 em países como a Áustria, a Alemanha e a Hungria, que registaram novos recordes diários de infeção.
Entre terça e quarta-feira, foram assinalados mais 52.826 casos de infeção na Alemanha, e mais 294 mortes, segundo os dados revelados pelo Instituto Robert Koch, que revela ainda que a incidência cumulativa dos últimos sete dias continua a aumentar, fixando-se, esta quarta-feira, nos 319,5 casos por 100 mil habitantes, o que representa um novo máximo no país.
Desde o início da pandemia que não eram registados tantos casos de infeção, algo que já levou as autoridades a tomar medidas, nomeadamente contra as pessoas que escolheram não ser vacinadas.
Até ao momento, as medidas aplicadas são a obrigatoriedade de mostrar um comprovativo de vacinação ou um teste negativo para todos aqueles que pretendam andar de autocarro ou comboio, e a criação de um sistema 3G – recuperado, vacinado ou com teste negativo – que limita a entrada em determinados locais e ambientes públicos é limitada a este grupo. A partir de segunda-feira, em Berlim, a prova de vacinação completa ou recuperação da Covid-19 nos últimos seis meses irá passar a ser necessária para a entrada em bares, restaurantes, cinemas e outros locais de entretenimento.
Uma das razões que explicam o aumento de casos na Alemanha é a “pandemia maciça de pessoas não vacinadas”, como descreve o ministro da saúde alemão, Jens Spahn. A Alemanha possui apenas 70% da população vacinada (Portugal regista uma taxa de 88%, e Espanha chega aos 81%, refere a Deutsche Welle.
Já entre os vizinhos da Alemanha, a Áustria ultrapassou pela primeira vez a marca de 14 mil infetados, tendo registado, entre a terça e quarta-feira, 14.416 casos positivos de covid-19. O anterior pico neste país, que aconteceu no ano passado, somava cerca de 9.500 infetados.
A Áustria também está a ter dificuldade em lidar com os não-vacinados, algo que levou o governo a instituir, esta segunda-feira, um confinamento nacional para quem não está vacinado contra a covid-19.
Segundo a AP, a medida proíbe os não vacinados maiores de 12 anos de saírem de casa, exceto para trabalhar, fazer compras, dar um passeio ou para serem vacinados. Haverá controlos policiais e multas que podem chegar aos 1.450 euros para quem quebre o confinamento sem um motivo válido.
A Hungria também registou, esta quarta-feira, um novo máximo de infetados, depois de somar 10.265 novos casos de infeção, o número mais alto desde março, mês que marcou o pico da terceira vaga da infeção.
Apesar de ainda não ter anunciado novas medidas de contenção, no final de outubro o governo de Viktor Orbán declarou que todos os trabalhadores do setor público deviam ser vacinados contra a covid-19, uma medida que já tinha sido aplicada em países como a Itália.
Na última semana, a Europa foi o único continente a registar um aumento no número de mortes devido à covid-19, cerca de 5%, enquanto na América as mortes diminuíram 3%, na região do Pacífico Ocidental, onde se encontra a China, caíram 5%, e no Mediterrâneo Oriental 14%.
No sul e no este da Ásia, que inclui a Índia, as mortes no contexto da pandemia aumentaram 1% e em África subiram 3%.