O líder do principal partido anti-imigração da Dinamarca anunciou hoje que se demite, depois da derrota do Partido Popular Dinamarquês (DF) em eleições locais, com um resultado abaixo dos 5% pela primeira vez em 20 anos.
Kristian Thulesen Dahl, que sucedeu em 2012 a Pia Kjærsgaard, conhecida figura da extrema-direita, anunciou, após uma reunião interna, que deixa a presidência do DF no próximo congresso.
Durante anos, o Partido Popular Dinamarquês teve uma posição de força no tabuleiro político do país, com uma votação recorde de 26,6% e o primeiro lugar nas eleições europeias de 2014.
O peso da força partidária tem vindo a diminuir e o DF enfrenta uma crise desde os fracos resultados das eleições de 2019.
Um declínio atribuído ao crescimento de um novo movimento populista de direita e ao endurecer das políticas sobre a imigração por parte do governo social-democrata da primeira-ministra Mette Frederiksen, segundo analistas.
Nas eleições legislativas de 2019, o DF já tinha caído para 8,7% dos votos, contra os 21,1% conquistados quatro anos antes.
Nas eleições autárquicas e regionais de terça-feira na Dinamarca, o partido obteve apenas 4,1% dos votos, contra 8,8% em 2017.
O movimento rival dos Novos Conservadores, cuja linha é ainda mais dura em matéria de imigração, subiu para 3,6%, contra 0,9% há quatro anos.
A eleição de terça-feira também foi difícil para os sociais-democratas, que embora mantendo-se como o partido mais votado perdeu quatro pontos para 28,5%.
As próximas eleições gerais na Dinamarca terão de se realizar até ao início de junho de 2023.