Pelo menos 2.000 migrantes estão agora na fronteira da Bielorrússia com a Polónia. "Ao chegarem, são empurrados para a fronteira e forçados a entrar ilegalmente na União Europeia", disse o porta-voz da Comissão, Peter Stano.
O líder da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, nega ter orquestrado o problema. A Polónia, a Lituânia e a Letónia, membros da UE e da NATO, viram um aumento no número de pessoas que tentaram entrar ilegalmente nos seus territórios vindos da Bielrrússia nos últimos meses. Muitos são jovens, mas incluem mulheres e crianças, principalmente do Médio Oriente e da Ásia.
A Polónia teve o maior número de entradas, especialmente em torno de sua principal passagem de fronteira em Kuznica.Os migrantes descreveram como as autoridades bielorrussas lhes apreenderam os telemóveis e os empurraram contra a cerca da fronteira. As temperaturas noturnas na fronteira caíram abaixo de zero e várias pessoas já morreram nas últimas semanas.
"Ninguém está a deixar-nos entrar seja em lugar for, na Bielorrússia ou na Polónia", disse Shwan Kurd, do Iraque, de 33 anos, à BBC por vídeo-chamada.
Kurd descreveu como havia chegado a Minsk vindo de Bagdade no início de novembro, e agora estava num acampamento improvisado a poucos metros da cerca de arame farpado da Polónia. "Não há como escapar", disse ele. "A Polónia não nos deixa entrar. Todas as noites pilotam helicópteros. Não nos deixam dormir. Estamos com tanta fome. Não há água ou comida aqui. Há crianças pequenas, homens e mulheres velhos e famílias."