A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta segunda-feira, um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) por suspeitas de tráfico de diamantes e ouro em missões militares portuguesas.
Segundo uma fonte da PSP disse à agência Lusa, o polícia esteve nas Forças Armadas e agora estava ao serviço do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
Também hoje um guarda-provisório em formação, desde junho de 2021, no curso de formação de guardas em Portalegre, foi detido pela PJ, confirmou a Guarda Nacional Republicana (GNR). O detido também começou a carreira nas Forças Armadas.
De acordo com a autoridade judiciária, foram executados 100 mandados de busca e detidas dez pessoas, na sequência de uma megaoperação, denominada Miríade, na qual estão a ser investigados os envolvimentos de membros da elite do Exército no tráfico de ouro, diamantes e droga em missões portuguesas das Nações Unidas (ONU) na República Centro-Africana (RCA).
A rede criminosa, que tinha ligações internacionais, dedicava-se "a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas", com vista ao branqueamento de capitais, detalhou a PJ. O tráfico era realizado através de aviões militares, cuja carga não era fiscalizada e era levada para a Europa.
Segundo revelou o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), em comunicado, alguns militares portugueses em RCA podem ter sido utilizados como "correios no tráfego de diamantes", acrescentando que o caso foi reportado em 2019.
Também em declarações hoje à Lusa, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, disse que informou a ONU das suspeitas do tráfico pelos militares portugueses em 2020, acrescentando que as autoridades judiciais estavam a investigar o caso e que "os militares sob suspeita já não estavam na RCA" em missão.
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