Um total de 292 migrantes, que tentavam atravessar o Canal da Mancha para chegar ao Reino Unido, foram travados na terça-feira e devolvidos à costa francesa, anunciou hoje o organismo que monitoriza o canal e o mar do Norte.
Durante a noite de segunda para terça-feira, "o centro operacional de vigilância e salvamento (CROSS) de Gris-Nez foi informado que muitos barcos estavam em dificuldades ao largo do mar do Norte e da [costa de] Pas-de-Calais", indicou, em comunicado, a entidade francesa que regula as zonas marítimas.
Um rebocador da Marinha francesa recuperou 108 náufragos durante três operações de resgate separadas, enquanto uma intervenção da Sociedade de Resgate Marítimo de Dunquerque resgatou 32 pessoas num barco e 33 noutro.
Ao mesmo tempo, uma operação da brigada de segurança do porto de Dunquerque (norte de França) ajudou outros 36 náufragos.
Um barco de vigilância costeira da polícia marítima também resgatou e recuperou 34 pessoas, enquanto uma outra patrulha salvava mais 49 náufragos em duas intervenções.
Todos foram levados de volta a terra e entregues aos bombeiros e polícias de fronteira.
Desde o final de 2018, as travessias ilegais do Canal da Mancha por migrantes que pretendem chegar ao Reino Unido aumentaram exponencialmente, apesar dos repetidos avisos das autoridades, que destacam o perigo associado à densidade do tráfego, às fortes correntes e à baixa temperatura da água.
De acordo com o dirigente da guarda costeira francesa, Philippe Dutrieux, cerca de 15.400 migrantes tentaram fazer esta travessia entre 01 de janeiro e 31 de agosto, dos quais 3.500 foram "recuperados já em dificuldades" e levados de volta à costa francesa.
Em 2020, cerca de 9.500 pessoas tentaram fazer a travessia, um número bastante mais expressivo em comparação aos dois anos anteriores, 2.300 em 2019 e 600 em 2018.