SEF conta com oito inquéritos de tráfico e exploração laboral em Odemira

SEF conta com oito inquéritos de tráfico e exploração laboral em Odemira


Em 2020 residiam no concelho de Odemira 9615 cidadãos estrangeiros.


O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) revelou esta terça-feira que estão a decorrer oito inquéritos por suspeitas dos crimes de auxílio à imigração ilegal, tráfico de pessoas para exploração laboral e falsificação de documentos, no concelho de Odemira, em Beja. 

De acordo com declarações do SEF à agência Lusa, no âmbito destes inquéritos, estão “a ser investigadas um total de oito entidades patronais e oito cidadãos na qualidade de suspeitos”.

O autoridade adianta ainda que, só este ano, na Comarca de Odemira, foram registados um total de nove inquéritos, um deles “concluso” e “com proposta de remessa a outro órgão de polícia criminal”, não tendo o SEF “prosseguido com diligências investigatórias”.

Os oito restantes em inquéritos continuam em curso e o serviço refere que “não se verifica a existência de arguidos”, existindo apenas “suspeitos da prática de auxílio à imigração ilegal, tráfico de pessoas para exploração laboral e falsificação de documentos”.

Segundo o SEF, residiam em 2020 no concelho de Odemira, 9.615 cidadãos estrangeiros, a maioria oriunda de países como a Índia, Paquistão e Nepal, sendo a agricultura, “onde abundam as estufas de pequenos frutos”, o setor de atividade “que mais imigrantes emprega”.

A autoridade refete também que têm sido desenvolvidas ações de sensibilização, fiscalização e de investigação criminal, com o objetivo de alertar para a situação de eventuais vítimas de tráficos de seres humanos. Estas têm sido levadas a cabo pelo próprio SEF, pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), pela GNR e pela Segurança Social.

Faz na sexta-feira sexta meses que o Governo decretou a cerca sanitária às freguesias de Longueira/Almograve e São Teotónio, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de covid-19, sobretudo entre os trabalhadores migrantes das explorações agrícolas.

Os casos de covid-19 foram o alerta para as condições em que os trabalhadores viviam, muitos deles em casas sobrelotas, obrigando a realojamentos noutros locais.