Greves. País vai entrar em paragem nos próximos meses

Greves. País vai entrar em paragem nos próximos meses


Em pleno clima de iminente crise política, os vários setores do país têm greves marcadas para os próximos meses, dos transportes à saúde.


A série televisiva Game of Thrones popularizou a frase: “Preparem-se, vem aí o Inverno”. Em Portugal, além do Inverno, vêm aí greves, e é preciso estar preparado.

Na terça-feira, Lisboa amanheceu e deu de caras com estações do Metro fechadas, reflexo de uma greve parcial dos trabalhadores. A circulação acabou por ser retomada por volta das 10 da manhã, mas foi um augúrio do que aí vem nos próximos meses.

Numa altura em que o país começa a temer as consequências de um chumbo provável do Orçamento do Estado, e a possibilidade de avançar para eleições antecipadas, os vários setores, desde a função pública e os transportes até à saúde e aos professores, têm também paralisações marcadas para o futuro próximo.

A partir de amanhã, por exemplo, os farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde entrarão em período de greve, até dia 2 de novembro – a primeira em 20 anos, declarou o presidente do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF), citado pela Lusa. Na lista de exigências está a concretização da residência farmacêutica, bem como a abertura de concurso para progressão na carreira e a revisão do estatuto remuneratório destes profissionais.

A área da saúde será uma das mais afetadas, seguindo-se à paralisação dos farmacêuticos do SNS uma greve dos enfermeiros. Acaba uma e começa outra, literalmente, sendo que estes profissionais vão parar a 3 e 4 de novembro, queixando-se da “ausência total de diálogo” do Ministério da Saúde, que acusam de não estar a ouvir as suas reivindicações. As estruturas sindicais argumentam que a greve foi limitada a dois dias, após ponderar as consequências que terá para os utentes do SNS.

Os próprios médicos estarão também em greve, conforme anunciaram a Federação Nacional dos Médicos e o Sindicato Independente dos Médicos, preparando-se para, a 23, 24 e 25 de novembro, fazer ouvir a sua voz e as suas queixas relativas a temas centrais do setor como o financiamento da área da saúde.

Professores na rua Se o mês de novembro será rico em protestos e greves por parte dos profissionais da saúde, os professores não ficam atrás, tendo já protagonizado uma paralisação (ainda que pouco expressiva) no início do ano letivo, em setembro, e estando agora prestes a entrar em nova greve, a 5 de novembro, precisamente no dia em que o ministro da Educação vai ser ouvido no Parlamento. Espera-se que as duas federações de professores e outros sindicatos entrem, nesse dia, em greve nacional, reivindicando as questões relacionadas com a progressão profissional dos professores, bem como com os concursos de colocação dos mesmos, e com o próprio Orçamento do Estado para 2022, que, acusam, não responde às necessidades do setor.

Os professores juntar-se-ão à greve nacional da função pública, a 12 de novembro, convocada pela Frente Comum, da CGTP, que considera o aumento salarial de 0,9% proposto pelo Executivo de António Costa insuficiente para compensar a perda de poder de compra da função pública.

Guardas prisionais e bombeiros fazem greve A 11 e 12 de novembro, os bombeiros do país estarão também em greve, acusando o “esquecimento” do setor na proposta de Orçamento do Estado para 2022, reivindicando aumentos salariais e a definição de subsídio de risco igual ao das forças de segurança. Os guardas prisionais, por sua vez, estarão em greve total ao trabalho, a 12 de novembro. Acusam o Ministério da Justiça de “inércia, apatia e desconsideração” pelo sistema prisional.