O governo dos EUA interpôs um recurso legal para tentar obter a extradição do fundador do Wikileaks. Em janeiro, um tribunal decidiu que Assange não poderia ser extraditado para os EUA devido a preocupações com a sua saúde mental.
Assange é procurado pela publicação de milhares de documentos secretos em 2010 e 2011. Os EUA afirmam que a divulgação destes violou a lei e colocou vidas em risco, mas Assange afirma que o caso tem motivações políticas.
No recurso contra a decisão de janeiro, os procuradores norte-americanos disseram que deram quatro garantias claras de que ele seria tratado com humanidade.
A juíza distrital que supervisionou o apelo de extradição dos EUA no início do ano, Vanessa Baraister, disse que, ao publicar no Wikileaks os documentos militares e governamentais confidenciais que Assange divulgou, possivelmente equivaliam a um crime – incluindo a revelação das identidades de cidadãos iraquianos e afegãos que ajudaram as forças da coligação – e que ele não podia ser transferido para os EUA porque estava doente e poderia suicidar-se.
No entanto, ao lançar o recurso, os procuradores defendem que as provas que foram usadas para convencer a juiza são falsas e que o fundador do Wikileaks poderia até cumprir uma pena de prisão em sua casa na Austrália.
James Lewis QC, representante dos EUA, disse que o psiquiatra de Assange enganou a juiza e que os EUA também não tiveram a oportunidade de responder às suas preocupações.
Assange, de 50 anos, é procurado nos EUA por alegações de uma conspiração para obter e divulgar informações confidenciais em violação dos interesses da defesa nacional após a publicação no WikiLeaks de centenas de milhares de documentos relacionados com as guerras do Afeganistão e do Iraque.
As publicações incluem a divulgação, em abril de 2010, de imagens que mostram soldados americanos a dispararem sobre civis mortos de um helicóptero no Iraque.