Os “equívocos” da cerimónia do Dia do Exército


Fazendo tábua rasa do bom senso e totalmente fora do senso comum o Comando do Exército decidiu, em muito má hora, inovar… coisa em que, reconhecidamente, não tem sido feliz.


Por Carlos Chaves, Major general reformado

Comemorou-se no passado domingo, em Aveiro, o Dia do Exército. As festividades decorreram de acordo com a tradicional diretiva, da exclusiva responsabilidade, do general CEME José Fonseca.

Esta diretiva determinava essencialmente o que eram as atividades, como deviam ser, a sua forma e o seu conteúdo, e todos os restantes e necessários pormenores. Conhecida no interior do Exército, de imediato sugiram reações pelo ineditismo, incompreensão e surpresa de algumas decisões.

Estas assumiram especial relevância pelo inusitado tratamento dado às tropas especiais, em especial às tropas paraquedistas, cujas tradições assumem especial relevância.. Sejamos, desde já, claros… nada impunha alterações ao tradicionalmente assumido, muito menos da dimensão que se veio a verificar.

Fazendo tábua rasa do bom senso e totalmente fora do senso comum o Comando do Exército decidiu, em muito má hora, INOVAR… coisa em que, reconhecidamente, não tem sido feliz. Pretender inovar (onde não é, de todo, necessário), em vez de preservar (onde e naquilo que é verdadeiramente importante) infelizmente tem sido este o paradigma deste CEME.
Aconteceu o que se viu… e todos vimos.

Vi, na íntegra e em direto, na página do Exército do Facebook a cerimónia. Podiam os espetadores fazer comentários, que eram de uma frequência muito elevada, mas qual o meu espanto quando surgiram lamentos de alguns que foram, pela entidade emissora (o Exército) SILENCIADOS… e pela supressão do som ambiente.

Fiquei preocupado mas breves instantes depois, eu próprio, recebi a “sentença’’ de ter sido, igualmente, SILENCIADO.
Nunca pensei que a “censura oficial” pudesse desta forma surgir!!! Estive cerca de vinte minutos em “prisão comunicacional domiciliária’’. Incrível, inacreditável e inaceitável!

Decorria entretanto a cerimónia militar. Ministros assobiados sempre houve e de certo continuará a haver… mas um CEME foi a primeira (e desejo fortemente que seja a última) que VI e OUVI. Por razões justas não tenho dúvidas, mas só a ele atribuíveis… pois ali o ministro Cravinho não foi mais do que “encravado” pelo general Fonseca.

Claro que a política é o que é e não tardou que um “menino da Luz” de cognome “Chicão” aparecesse nas TVs a exigir a demissão do “encravado” ministro, subindo o patamar da crise.

O Governo meteu-se em “copas”… mas em direto surge o “bombeiro supremo’’ com mais um lançamento de ‘‘corta-fogo” clamando: ‘‘Já me informei de tudo, não houve proibição nenhuma, houve só restrições por razões sanitárias”, assim rápido e claro.

Pergunto: Quem o informou?

O Governo, o CEMGFA? O CEME? O “beato” chefe da “Santa” Casa Militar? O mordomo de Belém? os serviços de informações O presidente da junta de freguesia? As tradicionais fontes? O guarda do Paiol de Tancos? Quem, afinal?
Temos todos o direito de saber, pois alguém lhe mentiu e o induziu a mentir também.

Como é possível? Mais equívocos em assuntos de Estado de especial relevância?

O que se vai seguir? Quais serão as cenas dos próximas capítulos?

Estamos perante uma Nação sem Estado ou um Estado degradado. Exige-se a publicação dos documentos do Dia do Exército (a diretiva e as ordens de operações).

Levantem-se os deputados da Comissão Parlamentar de Defesa da Assembleia da República, se não houver mais ninguém para se pôr de pé. Proceda-se a inquérito, mas digno dessa designação. Acordem as redações dos órgãos de comunicação social. Se já há Oposição, que se faça ouvir.

Por mim, e como lesado, exijo que o Exército publique os comentários que recebeu durante a emissão em direto no Facebook. Basta de mentiras, fintas, golpes e situações risíveis e nada dignificantes. Meu pobre e amado Portugal para onde te estão a conduzir? 

Os “equívocos” da cerimónia do Dia do Exército


Fazendo tábua rasa do bom senso e totalmente fora do senso comum o Comando do Exército decidiu, em muito má hora, inovar… coisa em que, reconhecidamente, não tem sido feliz.


Por Carlos Chaves, Major general reformado

Comemorou-se no passado domingo, em Aveiro, o Dia do Exército. As festividades decorreram de acordo com a tradicional diretiva, da exclusiva responsabilidade, do general CEME José Fonseca.

Esta diretiva determinava essencialmente o que eram as atividades, como deviam ser, a sua forma e o seu conteúdo, e todos os restantes e necessários pormenores. Conhecida no interior do Exército, de imediato sugiram reações pelo ineditismo, incompreensão e surpresa de algumas decisões.

Estas assumiram especial relevância pelo inusitado tratamento dado às tropas especiais, em especial às tropas paraquedistas, cujas tradições assumem especial relevância.. Sejamos, desde já, claros… nada impunha alterações ao tradicionalmente assumido, muito menos da dimensão que se veio a verificar.

Fazendo tábua rasa do bom senso e totalmente fora do senso comum o Comando do Exército decidiu, em muito má hora, INOVAR… coisa em que, reconhecidamente, não tem sido feliz. Pretender inovar (onde não é, de todo, necessário), em vez de preservar (onde e naquilo que é verdadeiramente importante) infelizmente tem sido este o paradigma deste CEME.
Aconteceu o que se viu… e todos vimos.

Vi, na íntegra e em direto, na página do Exército do Facebook a cerimónia. Podiam os espetadores fazer comentários, que eram de uma frequência muito elevada, mas qual o meu espanto quando surgiram lamentos de alguns que foram, pela entidade emissora (o Exército) SILENCIADOS… e pela supressão do som ambiente.

Fiquei preocupado mas breves instantes depois, eu próprio, recebi a “sentença’’ de ter sido, igualmente, SILENCIADO.
Nunca pensei que a “censura oficial” pudesse desta forma surgir!!! Estive cerca de vinte minutos em “prisão comunicacional domiciliária’’. Incrível, inacreditável e inaceitável!

Decorria entretanto a cerimónia militar. Ministros assobiados sempre houve e de certo continuará a haver… mas um CEME foi a primeira (e desejo fortemente que seja a última) que VI e OUVI. Por razões justas não tenho dúvidas, mas só a ele atribuíveis… pois ali o ministro Cravinho não foi mais do que “encravado” pelo general Fonseca.

Claro que a política é o que é e não tardou que um “menino da Luz” de cognome “Chicão” aparecesse nas TVs a exigir a demissão do “encravado” ministro, subindo o patamar da crise.

O Governo meteu-se em “copas”… mas em direto surge o “bombeiro supremo’’ com mais um lançamento de ‘‘corta-fogo” clamando: ‘‘Já me informei de tudo, não houve proibição nenhuma, houve só restrições por razões sanitárias”, assim rápido e claro.

Pergunto: Quem o informou?

O Governo, o CEMGFA? O CEME? O “beato” chefe da “Santa” Casa Militar? O mordomo de Belém? os serviços de informações O presidente da junta de freguesia? As tradicionais fontes? O guarda do Paiol de Tancos? Quem, afinal?
Temos todos o direito de saber, pois alguém lhe mentiu e o induziu a mentir também.

Como é possível? Mais equívocos em assuntos de Estado de especial relevância?

O que se vai seguir? Quais serão as cenas dos próximas capítulos?

Estamos perante uma Nação sem Estado ou um Estado degradado. Exige-se a publicação dos documentos do Dia do Exército (a diretiva e as ordens de operações).

Levantem-se os deputados da Comissão Parlamentar de Defesa da Assembleia da República, se não houver mais ninguém para se pôr de pé. Proceda-se a inquérito, mas digno dessa designação. Acordem as redações dos órgãos de comunicação social. Se já há Oposição, que se faça ouvir.

Por mim, e como lesado, exijo que o Exército publique os comentários que recebeu durante a emissão em direto no Facebook. Basta de mentiras, fintas, golpes e situações risíveis e nada dignificantes. Meu pobre e amado Portugal para onde te estão a conduzir?