No passado dia 9 de outubro, um mergulhador amador estava a praticar a sua atividade na costa norte de Israel, quando foi surpreendido com uma arma, completamente encrostada com organismos marítimos, a 200 metros da costa: uma espada com 900 anos, que se acredita pertencer ao período das cruzadas.
A zona onde descobriu a arma era um antigo abrigo de marinheiros, a poucos quilómetros de uma fortaleza que foi utilizada pelos cruzados. Por isso, quando percebeu a importância da sua descoberta, o homem decidiu trazê-la até à superfície e entregá-la imediatamente às autoridades responsáveis por antiguidades, em Israel.
Em declarações à CNN, a Autoridade Israelita de Antiguidades (AIA) revelou que a descoberta terá ficado visível “devido à ondulação e às correntes profundas que terão movido a areia”: “Foi encontrada encrostada com organismos marinhos, mas aparentemente é feita de ferro. É emocionante encontrar um objeto tão pessoal que nos leva de volta há 900 anos, a uma era diferente, de cavaleiros, armaduras e espadas”, disse à CNN Nir Distelfeld, responsável da AIA. “O objeto foi encontrado a 200 metros da costa, a uma profundidade de quatro metros”, acrescentou.
Os especialistas sublinharam também o “elevado estado de conservação do objeto”, que terá conseguido manter o seu estado original “por ter estado enterrado debaixo de uma profunda camada de areia, sem oxigénio”.
O seu tamanho e forma sugerem que esta é pretendente à época das Cruzadas, até porque foi encontrada a poucos quilómetros do castelo de Atlit (uma fortaleza da época). Datando 1096 até o final do século XXIII, as Cruzadas foram um conjunto de expedições militares de cristãos da Europa Ocidental que visavam retomar a Terra Santa no Oriente Médio após séculos de conquistas muçulmanas de expansão. De acordo com o AIA, o litoral da área tem muitas enseadas naturais que serviam de abrigo para navios antigos e povoados como Dor e Atlit, que se desenvolveram em torno das enseadas maiores.
Atualmente, a espada pesa aproximadamente seis quilos devido ao material que nela está incrustado, mas os peritos estimam que ela pese entre um e dois quilos.
A descoberta significa que, a partir de agora, o trabalho dos peritos na região vai intensificar-se: “É muito estranho encontrar apenas um artefacto deste período histórico”, explicou Distelfeld, que se diz confiante que as tempestades de inverno possam ajudar a desvendar mais segredos submersos no fundo do oceano.