Estudo. Vendas em resorts com crescimento de 30%

Estudo. Vendas em resorts com crescimento de 30%


Expectativa é que crescimento continue.


Com o processo do Brexit consolidado e o levantamento progressivo das restrições inerentes à pandemia, o mercado de resorts ganhou novo fôlego no primeiro semestre deste ano, “confirmando a tendência de recuperação visível na segunda metade do ano passado”. Esta é uma das principais conclusões do Índice de Preços de Resorts (SIR-Resorts), criado pela Confidencial Imobiliário em parceria com a Associação Portuguesa de Resorts e com o apoio do Turismo de Portugal, que conclui ainda que o preço da habitação integrada em resorts voltou a crescer, aumentando 2,7% face ao semestre anterior e 8,6% face ao semestre homólogo.

No primeiro semestre de 2021, as vendas de habitação em resort aumentaram mais de 30% face ao semestre anterior no total do mercado nacional, uma tendência que foi transversal a todas as regiões, mas que foi especialmente sentida no eixo de Albufeira-Loulé, mercado que agregou 45% das transações registadas no SIR-Resorts. O preço médio de venda deste tipo de habitação atingiu os 3.928€/m2, superando os 4450 euros por metro quadrado no já referido eixo Albufeira-Loulé.

O diretor executivo da APR reforça ainda que “a expetativa até ao final do ano é muito positiva, o que apenas confirma a qualidade da oferta e a abundância da procura neste segmento do imobiliário residencial.”

“Apesar de Portugal ser um mercado muito exposto à procura britânica, o segmento de resorts acusou o processo do Brexit, com os preços a passarem de uma valorização de 11% para uma queda de 10%”, diz o estudo. E apesar de a chegada da pandemia ter colocado um “novo travão” dos preços, agravando a contração homóloga para 13% no 1º semestre de 2020, na segunda metade desse ano, este mercado voltou a valorizar, observando uma subida homóloga de 5,3%, entretanto confirmada no 1º semestre deste ano.

A valorização parece então ter animado os operadores ativos neste mercado, cujos níveis de confiança não só regressaram a patamares pré-Covid como estão mesmo nivelados com os momentos em que o Brexit levantou menor incerteza.

“O mercado parece ter ganho confiança e acreditar na possibilidade de valorização. O mesmo se passa quanto à evolução das vendas, cujas expectativas estão agora em níveis bastante robustos, quando há um ano imperava o sentimento de que os preços iriam descer e a confiança de que as vendas iam crescer era bastante ténue”, diz Pedro Fontaínhas, diretor Executivo da Associação Portuguesa de Resorts (APR).

Já Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário diz que “o sistema de estatísticas de resorts, lançado pela Ci, congrega a informação de oferta e vendas da quase totalidade dos principais operadores, sendo uma ferramenta essencial para a monitorização específica deste mercado, permitindo diferenciar os perfis de oferta de procura face ao restante mercado residencial, do qual é realmente muito distinto”.

Preços A nível de preços, a habitação em resort apresentou, no 1º semestre de 2021, um valor médio de oferta de 4442 euros por metro quadrado, atingindo os 8058 euros por metro quadrado na gama mais elevada do mercado. “Tais valores refletem, sobretudo, o nível de preços no principal mercado de resorts, nomeadamente o eixo Albufeira-Loulé, onde se regista um valor médio de 5266 euros por metro quadrado, que atinge os 9.274 euros por metro quadrado na gama alta”.

Em termos médios, no primeiro semestre, nesta região o valor pedido fica 30% a 60% acima da oferta registada em qualquer um dos outros três destinos de resorts delimitados no SIR-Resorts. O maior contraste (+58%) é com a região do Barlavento do Algarve. O menor diferencial é observado face à Costa Atlântica, onde os valores médios atingiram os 4093 euros por metro quadrado nos primeiros seis meses do ano.

Britânicos perdem quota O índice revela ainda que os compradores oriundos do Reino Unido continuam a ser a principal fonte de procura internacional para os resorts no eixo Albufeira-Loulé, com uma quota de 44% das aquisições por estrangeiros no 1º semestre do ano, mas perderam expressão face ao semestre anterior, quando concentravam 56% das compras.

Por um lado, observou-se uma diluição da quota por um maior número de nacionalidades ativas na compra deste tipo de habitação na referida localização (11 versus 9 no 2º semestre do ano passado), evidenciando-se a entrada dos compradores russos no mercado, que passaram a agregar 4% das vendas internacionais. Por outro lado, verificou-se um maior dinamismo de mercados já presentes, como o mercado francês, que passou de uma quota de 2% para 8% das compras pelos estrangeiros, e o mercado dos Países Baixos, de 10% para 15%.